13 outubro 2006

Elle voltou


Quatorze anos após ter sido deposto do cargo de presidente da República, o agora senador eleito pelo estado de Alagoas está de volta à vida pública. Fernando Collor de Mello esteve nesta sexta-feira (dia 13) em visita ao Senado, casa que ocupará pelos próximos quatro anos. Após cumprir todos os ritos que o mantiveram fora do cenário político, Collor agora se diz "outro homem". Apesar do êxito nas urnas, sua candidatura recebeu uma enxurrada de críticas. Seu desejo de retornar à vida pública parece não ter surpreendido a todos. Foram necessários quatorze anos para que o "caçador de marajás" conseguisse seu intento. Lulla, quando anunciou seu desejo de concorrer à reeleição, foi também alvo de severas críticas. Calma gente! Democracia é isso. Em certos casos leva-se mais de uma década para que a amnésia tome conta de parte do eleitorado. Em outros, ela parece avançar de forma avassaladora, encurtando esse prazo de forma acentuada.

A saúde de todos

Em tempos de eleição muito se fala sobre a precariedade da Saúde no país. Porém, uma das razões que seguramente contribuem para que o serviço prestado à população fique abaixo do considerado razoável se deve a minguada jornada de trabalho dos profissionais de saúde, especialmente os médicos. Por conta dos baixos salários, o médico concursado, aquele que prestou concurso para servir na rede pública - já sabendo de antemão o valor do seu salário - "vende" o seu tempo a outros colegas, a fim de poder dar o seu sagrado plantão na rede privada, atendendo assim aos planos de saúde. Esse tempo curto a serviço daqueles que não têm como pagar um plano de saúde leva os pacientes a terem uma consulta superficial, fria, rápida, sem que haja tempo para que o médico conheça o seu paciente, investigue o seu histórico familiar. Os estados de Rondônia e de Minas Gerais vêm adotando uma experiência pra lá de bem sucedida, com o aumento da carga horária semanal e a conseqüente elevação salarial de médicos e enfermeiros. Para que isso se torne realidade no país, é preciso que os homens públicos, aqueles que têm o dever de zelar pela saúde do povo, tenham, primeiramente, vontade política de mudar o quadro atual, elevando a jornada de trabalho. Depois, evidentemente, porque ninguém trabalha de graça, eles têm que se dedicar a conseguir aumentos reais para a classe que, justiça seja feita, não é de toda responsável pelo descalabro com a saúde.

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