11 dezembro 2008

Centavos a mais

Eu gostaria de saber o que se passa na cabeça dos engravatados do governo quando decidem reajustar o preço das tarifas de trem no Rio. Eles, os engravatados, esperaram o término das eleições para dar o sinal verde para o reajuste. A tarifa que hoje é de R$ 2,20, a partir de janeiro saltará para R$ 2,45. Um aumento equivalente a 11,6%, responsável por um forte impacto no bolso do trabalhador. Hoje, para ir e voltar de trem do trabalho, de segunda a sábado, o assalariado despende algo perto de R$ 114,40 por mês, sem, obviamente, levar em conta os gastos com o metrô ou ônibus, que dão prossegumento ao itinerário percorrido diariamente.

A tarifa dos trens do Rio será a mais salgada do transporte ferroviário do Brasil a partir de 9 de janeiro. A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp) aprovou o aumento, atendendo a um pedido formulado pelos executivos da SuperVia. Com a decisão - sob a justificativa de que faz parte do reajuste anual previsto no contrato de concessão -, o valor da tarifa ferroviária no Rio ultrapassará o preço cobrado em São Paulo (R$ 2,40).

Há uma semana, o preço das passagens de ônibus no município do Rio passou de 2,10 para 2,20, valor, portanto, inferior àquele que será cobrado para se andar de trem. A medida desestimula o transporte sobre trilhos e vai na contramão do verificado no mundo afora, além de agravar o já péssimo serviço prestado pelas empresas de ônibus. Se não bastasse a carência de coletivos em alguns bairros da cidade, sobretudo nas Zonas Norte e Oeste, o trabalhador agora terá de se empoleirar nos minguados ônibus que lhe restam, se quiser chegar ao seu local de trabalho.

Os centavos que faltam ao bolso de quem necessita andar de trem se somam a péssima qualidade do serviço oferecido e à falta de bom senso que deveria prevalecer nessa relação de prestação de serviço.

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