A denúncia feita pela revista Veja de que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, tivera o seu telefone "grampeado" por agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) descortina para o país uma face oculta, ou pelo menos parte dela, que revela em que se baseia o trabalho de investigação das nossas forças de segurança. Não que o grampo seja ilegal, ao contrário, quando devidamente legalizado, ele se mostra uma importante ferramenta usada pelas polícias.
O que se discute hoje, inclusive com a participação do Congresso, que estuda um projeto de lei que normatize a atividade no país, é que a escuta ilegal se proliferou de tal forma, que ninguém, absolutamente ninguém, está livre de ter suas conversas telefônicas monitoradas. A reportagem de Veja insinua que além de Mendes, foram vítimas de escutas ilegais o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), os senadores Tião Viana (PT-AC), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Álvaro Dias (PSDB-PR). Os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e das Relações Institucionais, José Múcio, além do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carbvalho.
A telefonia no Brasil deu salto de qualidade nos últimos 20 anos comparável ao avanço que a informática representou. Não é a toa que as operadoras de telefonia investem verdadeiras fortunas para aperfeiçoarem seus sistemas de defesa, que garantam a inviolabilidade.
O Brasil é hoje, seguramente, o país onde mais se tem notícias da ocorrência de grampos ilegais. Pelo menos em números absolutos, dada sua elevada população. Embora na China a população ultrapasse em muito a brasileira, as notícias que nos chegam dão conta de monitoramento feito exclusivamente pelo governo de Pequim, que controla com mãos de ferro as comunicações externas do povo chinês ou de qualquer cidadão estrangeiro que possa representar algum risco.
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