18 janeiro 2009

Lula X Paolo Rossi

Diria que hoje, o presidente Lula está para o governo italiano, assim como Paolo Rossi, o carrasco da seleção brasilera na Copa da Itália, em 1990, esteve para o Brasil.

Este episódio envolvendo o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o governo de Roma, a propósito do pedido de extradição do escritor italiano Cesare Batisti - acusado de terrorismo em seu país - é capaz de acabar em pizza.

O carrasco de Sobibor


CARLOS HEITOR CONY


Mais uma vez, a extradição de um criminoso é negada pelo governo brasileiro, que se mostrou dividido no episódio, com o Itamaraty aprovando a medida e o ministro da Justiça, secundado pelo próprio presidente da República, negando o apelo do governo italiano.

A mídia destacou os inúmeros casos de extradição negados, como o do ladrão inglês Biggs, o da cantora Gloria Trevi, o do ditador paraguaio Stroessner e muitos outros.
Parece que até agora ninguém se lembrou do episódio de maior repercussão internacional, quando três países, Alemanha, Áustria e Israel, pediram a extradição do carrasco de Sobibor, o terrível campo de extermínio na Polônia.

Gustav Franz Wagner morava há tempos em Atibaia, envolveu-se num caso banal, foi detido e negava as acusações. Até que o então delegado Romeu Tuma encontrou alguém que desmascarou o criminoso. Tuma colocou o ex-policial nazista de costas para o escritor Szmajzner, autor de "Inferno em Sobibor", que pronunciou um simples nome: "Gus".

Era o nome pelo qual o guarda do campo era conhecido. Apanhado de surpresa, Wagner olhou para trás e não mais negou ter sido carcereiro em Sobibor -há até um filme americano narrando essa história.

Apesar dos pedidos e da grita internacional, o Brasil negou a extradição e Wagner morreu anos depois, em liberdade. Tratava-se de um criminoso de guerra, citado em centenas de documentos do regime nazista. O crime dele não estava prescrito, mesmo assim o Brasil não atendeu ao pedido dos três país interessados na punição do "açougueiro de Sobibor".

Encarregado de receber os judeus que vinham de diversas partes da Europa, Wagner arrancava crianças do colo das mães e espatifava a cabeça delas num poste.


*Artigo publicado na edição de hoje (18) da Folha de S. Paulo

Pimenta nos olhos dos outros...

A Rio Ônibus, entidade que representa o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro, enviou ofício ao governador Sérgio Cabral para marcar posição, prostestando contra a decisão do governo de estado de delegar ao Detro (Departamento de Transportes Rodoviários) a missão de fiscalizar os coletivos. Desejam os empresários do setor que os fiscais do Detro lancem suas lupas única e tão somente na direção das vans.

Quer dizer: pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Dúvida

Peraí, deixa eu ver se entendi: o governo de Israel anunciou um cessar-fogo, mesmo que temporário, mas o Hamas rejeitou a trégua e diz que continuará lutando.

É isso?

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