14 janeiro 2008

Passaporte para o inferno

Programas de fidelização no Brasil, historicamnte, sempre foram complicados. Que o digam as operadoras de telefonia e as TVs por assinatura. As queixas dos clientes se acumulam nas varas cíveis. Ironicamente, projetos dessa natureza, surgidos na década passada nos Estados Unidos e, depois, na Europa, estão amparados na fidelidade, ou seja, na satisfação do cliente com o produto ou serviço prestado.

Aqui no Brasil, a fidelidade do torcedor brasileiro, especialmente a do carioca pelo seu time de coração, é colocada à prova semanalmente. Basta ver as dificuldades encontradas pelo torcedor nos estádios, em dias de jogos, para a compra de ingressos. É uma desorganização e descaso com o público que entidade nenhuma consegue sanar.
Embalado pela recente conquista da Copa do Brasil e acreditando na expectativa da torcida em face das contratações feitas para a temporada que se incia, o Fluminense, lançou no ano passado o seu programa de fidelização, batizado de "Sócio-Torcedor" e agora repaginado para "Passaporte Tricolor".

Pois bem. Há uma semana, inspirado na paixão pelo clube e interessado em aderir ao programa, acessei a internet, imprimi o boleto correspondente e fiz o depósito em banco. Pois bem, pasmem, até agora ninguém se dignou a me encaminhar um e-mail ou correspondência sequer acusando o depósito e, conseqüentemente, confirmando a inclusão do meu nome no programa de fidelização.

Sábado agora, dia 19, o Fluminense faz sua estréia no Campeonato Carioca. Acho pouco provável que a situação até lá esteja normalizada, de forma que eu possa garantir minha presença no Maracanã, conforme está explícito no contrato de adesão. Seria de bom tom que os dirigentes do clube e os empresários envolvidos no projeto se empenhassem em dar o mínimo de organização à promoção. A continuar do jeito que está - o telefone colocado à disposição do público só dá ocupado e o meu acesso ao site permanece inativo - será difícil me convencer que vale à pena sair de casa para ir ao estádio incentivar a equipe.

Creio que seja mais sensato aceitar o convite feito pelo sogro, abrir uma cerveja e assistir à partida, ao vivo, pela TV, após o almoço em família servido no self-service da esquina do bairro. Lá, ao menos, você paga pelo que consome.

Propósito

Aqui sua opinião contribui para estimular e valorizar o debate.

Seguidores

Arquivo do blog