09 março 2009

Contrastes


A cidade do Rio, que completou recentemente 444 anos de sua fundação, é historicamente uma cidade onde os contrastes estão visíveis a cada esquina. Seja a favela que sangra o morro próximo às mansões e coberturas de São Conrado, ou na Lapa, onde pode-se ver o aqueduto erguido no século XVIII para levar água à cidade dividindo o espaço com os arranha-céus erguidos pertos dali, no Centro (na foto observa-se o prédio que abriga a sede do BNDES; a antiga sede do Banco do Brasil; a opulenta Petrobras e ainda a imponente Catedral Metropolitana.

Sensor ajuda a proteger idosos

Por JOHN LELAND, do New York Times

Muitos idosos que moram sós não estão realmente sozinhos. São assistidos por uma enxurrada de novas tecnologias projetadas para permitir que vivam independentemente e evitem as custosas idas a prontos-socorros e casas de repouso.
Bertha Branch, 78, descobriu o poder de um sistema chamado eNeighbor quando, certa noite, sofreu uma queda em seu apartamento, em Filadélfia. Estava sem seu pingente que aciona um alarme e não conseguia telefonar.
Um sensor sem fio sob a cama de Branch notou que ela havia se levantado. Detectores de movimento no quarto e no banheiro registraram que ela não havia deixado o local segundo seu padrão habitual e passaram a informação para uma central, motivando um telefonema na tentativa de perguntar se estava tudo bem.
Como ela não atendeu, mais ligações foram disparadas -para um vizinho, para o síndico do prédio e, finalmente, para o serviço de emergência, que despachou bombeiros para arrombar a porta.
Tecnologias como o eNeighbor chegam com a promessa de melhorar e baratear os cuidados com idosos, com apoio de grandes empresas como Intel e General Electric. Mas os equipamentos, que podem ser caros, permanecem em grande medida sem comprovação. E, como todas as tecnologias, esses equipamentos -que incluem sensores de movimento, detectores de consumo de comprimidos e instrumentos sem fio que transmitem dados sobre pressão arterial, peso, níveis de oxigênio e glicose- podem ter consequências indesejadas, substituindo o contato pessoal com médicos, enfermeiras e parentes por medições eletrônicas.
Branch, que sofre do coração e de diabetes, disse que não poderia viver sozinha sem o sistema, fabricado pela empresa Healthsense, de Minnesota. "Perdi uma amiga muito próxima recentemente", contou. "Ela também era diabética e caiu durante a noite. Não tinha os sensores. Entrou em coma." Branch disse que, sem os sensores, "provavelmente estaria morta".
O custo do sistema, fornecido graças a um programa com financiamento público, é de cerca de US$ 100 por mês, muito menos do que uma casa de repouso, onde o custo para os contribuintes pode superar os US$ 200 por dia. Nos dois anos desde que usa o sistema, Branch sofreu três quedas e ficou presa uma vez na banheira, sempre incapaz de pedir ajuda de outra forma.
"Individualmente, demonstramos que eles podem ser muito eficazes", disse Brent Ridge, professor-assistente de geriatria na Escola de Medicina Mount Sinai, em Nova York. "Mas até que sejam lançados em larga escala, simplesmente não se sabe."
Num programa com participação da Intel, Jeffrey Kaye, da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, está vasculhando dados sobre movimentos em busca de padrões que indiquem a instalação da demência senil, anos antes que o declínio seja registrado em exames cognitivos.
Mas, até que haja mais pesquisa, o impacto das tecnologias continuará desconhecido. "Não é que precisemos de novas tecnologias", disse Kaye. "Precisamos usar o que temos de mais criativo. Tudo isso é muito legal -mas será útil?"

EUA abastecem cartéis do México com armas

Por JAMES C. McKINLEY Jr., do New York Times

PHOENIX, Arizona - Os agentes mexicanos que, em maio passado, invadiram uma casa usada como esconderijo por traficantes de drogas, não estavam preparados para o poder de fogo com que foram enfrentados. O tiroteio terminou com oito policiais mortos. Entre as armas recuperadas pela polícia estava um fuzil cuja origem foi rastreada até o outro lado da fronteira americana, numa loja de armas em Phoenix chamada X-Caliber Guns.
O proprietário da loja, George Iknadosian, está sendo acusado de ter vendido centenas de armas a contrabandistas, cientes de que eles as enviariam a um cartel de drogas no Estado mexicano de Sinaloa. As armas ajudaram a alimentar a guerra de quadrilhas que matou mais de 6.000 mexicanos no ano passado.
As autoridades mexicanas se queixam há muito tempo de que vendedores de armas americanos estão armando os cartéis. O processo contra Iknadosian é o caso mais destacado envolvendo um vendedor americano de armas desde que, dois anos atrás, os EUA prometeram ao México que reprimiriam o contrabando de armas pela fronteira. O processo também oferece um vislumbre raro de como armas entregues a vendedores americanos estão sendo levadas ao México e empregadas em crimes.
"Havia uma via de fornecimento direto de Iknadosian ao cartel de Sinaloa", disse Thomas Mangan, porta-voz do Birô federal de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos.
As quadrilhas de traficantes procuram armas nos EUA porque as leis de controle de armas são muito mais rígidas no México. Para poder comprar armas, civis mexicanos necessitam aprovação das Forças Armadas. Eles não são autorizados a portar fuzis de alto calibre ou pistolas potentes, vistos como armas militares.
As leis dos EUA autorizam a venda de vários fuzis de estilo militar a cidadãos americanos sem a necessidade de informar o governo das vendas, e o México revista relativamente poucos carros e caminhões que atravessam a fronteira.
Ademais, o grande número de vendedores licenciados de armas -há mais de 6.600 apenas ao longo da fronteira, muitos operando desde suas casas- dificulta o policiamento desses estabelecimentos. Há hoje cerca de 200 agentes trabalhando nessa tarefa.
Segundo a polícia mexicana, os contrabandistas recrutam americanos sem ficha na polícia para comprar dois ou três fuzis de cada vez e então transportá-los para o México em carros e caminhões.
"Podemos tomar medidas contra os grandes contrabandistas, mas o tráfico de armas se caracteriza por ser um desfile de formigas: não é um grande traficante em ação, mas muitos menores", disse o secretário de Justiça do Arizona, Terry Goddard.
O governo mexicano começou a reprimir os cartéis de drogas em 2006, desencadeando uma guerra que diariamente deixa dezenas de mortos nas ruas do México. O presidente Felipe Calderón descreve o fluxo de armas contrabandeadas como uma das maiores ameaças à segurança de seu país.
As autoridades mexicanas dizem que, em 2008, apreenderam 20 mil armas das quadrilhas do narcotráfico, a maioria comprada nos EUA. A agência de armas de fogo estima que 90% das armas recuperadas no México vêm de vendedores ao norte da fronteira.
A operação de Iknadosian era tão descarada que os contrabandistas lhe pagavam antecipadamente pelas armas, e os compradores por procuração apenas preenchiam a papelada necessária e levavam o armamento, segundo investigadores. A agência disse que Iknadosian vendeu várias armas a agentes disfarçados que lhe tinham dito explicitamente que pretendiam revendê-las no México.
Iknadosian, 47, está sendo julgado por fraude, conspiração e por ajudar uma organização criminosa, entre outras acusações. Seu advogado, Thomas Baker, se negou a comentar as acusações, mas disse que Iknadosian afirma sua inocência.
Nascido no Egito e tendo passado boa parte de sua vida na Califórnia, Iknadosian transferiu seu comércio para o Arizona em 2004 porque as leis relativas às armas são menos rígidas nesse Estado.
Ao longo de dois anos antes de sua prisão, em maio, ele vendeu mais de 700 armas do tipo procurado pelos traficantes de drogas no México, segundo a agência de armas de fogo. Baseados em registros de sua loja e declarações de réus, os investigadores estimam que pelo menos 600 dessas armas foram contrabandeadas para o México.
As autoridades mexicanas apreenderam sete rifles de modelo Kalashnikov de pistoleiros do cartel Beltrán Leyva, que enfrentaram a polícia em tiroteios. Consta que foi também da loja de Iknadosian que saiu a pistola Colt calibre 38 encontrada em posse do suposto chefe do tráfico Alfredo Beltrán Leyva quando ele foi preso, um ano atrás.
Em uma transação, Iknadosian deu conselhos sobre como contrabandear armas a uma pessoa que revelou ser um informante e que gravou a conversa. Ele disse ao informante que deveria dividir as armas em lotes pequenos e nunca levar mais de duas em um carro.
"Se a polícia parar você, duas armas não serão um problema", ele diz, segundo transcrição da gravação. "Quatro armas suscitam perguntas. Quinze farão a polícia perguntar 'o que você está fazendo?'."

O verão do Rio



As altas temperaturas registradas no Rio têm feito com que muita gente faça das praias o seu habitat natural. É só passar pela orla do Rio, seja dia de semana ou nos finais de semana, para comprovar.

Quem pode e gosta vai à praia, que não curte ou não pode, tenta amenizar os efeitos do calor sob uma sombra ou sob os efeitos dos portentosos sistemas de ar refrigerado dos shoppings, agências bancárias ou escritórios.

Em tempo: a foto acima é da musa da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Dani Sperle, e foi feita pelo fotógrafo Denilson Santos, da Ag. News.

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