20 março 2007
Heróis de verdade
Nosso presidente da República é mesmo imbatível. Chamar os usineiros, grandes senhores do engenho, de "heróis", chega a ser um insulto. Os heróis para o presidente são os mesmos senhores da terra que durante anos amealham fortunas explorando o trabalho escravo, de gente humilde, incansável que, por absoluta necessidade de subsistência, tem que levantar às 3h da madrugada para cortar cana-de-açúcar até o sol se pôr. Na maioria das vezes vivem em condições desumanas, sem direito a nenhuma garantia trabalhista e acompanhados de crianças, que se juntam aos adultos para ajudar na engorda da renda familiar. No tempo em que criança lia gibi, os heróis eram outros.
Papéis inflamáveis
Merece uma profunda investigação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a notícia de que a venda, esta semana, do Grupo Ipiranga para o consórcio formado pela Petrobrás, a Brasken e o Grupo Ultra beneficiou um seleto grupo que tem por hábito aplicar na Bovespa. A listagem desses CPFs já está com as autoridades encarregadas da investigação, subordinadas ao Ministério da Fazenda. A suspeita surgiu após a publicação de notícias de que os papéis do Grupo Ipiranga estavam em queda na sexta-feira e, mesmo assim, registrou um interesse pouco comum no arriscado mercado financeiro. O presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, membro da família que deteve por décadas o controle acionário do Grupo Ipiranga, já se apressou em desmentir qualquer insinuação nesse sentido. Segundo ele, as negociações se desenvolveram durante o fim de semana, sob o mais absoluto sigilo. Mesmo assim torna-se imperiosa uma manifestação da CVM.
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