Lamentavelmente eu e Rosinha não fomos julgados. Fomos submetidos a um processo semelhante à Inquisição, cujo objetivo final era o linchamento político, através da mídia, explorando a decisão da Justiça. Uma decisão, aliás, juridicamente incorreta. Moralmente insustentável. E politicamente com nome e endereço do beneficiado.
Vejam que a decisão viola o artigo 22, da lei complementar 64/90, já que Arnaldo Viana não era candidato, portanto não podia propor a ação.
Viola os artigos 515, parágrafo 3º, e 132, do Código de Processo Civil, que afirmam claramente que o processo teria que ser remetido ao Juízo de Primeira Instância, onde fomos vitoriosos.
Viola o princípio da potencialidade, pois o programa de rádio em que entrevistei Rosinha foi ao ar antes do período eleitoral, e durante a campanha, a emissora entrevistou todos os candidatos.
Em relação a Rosinha, ainda há algo mais grave. A ação de impugnação de mandato eletivo não pode ser usada para se alegar “uso indevido de meios de comunicação”.
O TRE “mandou o direito às favas” com essas e outras irregularidades e nos julgou politicamente.
Interessante lembrar, que esse processo é relativo à eleição de 2008, para a prefeitura de Campos, por que julgá-lo justamente agora, no mês de registro das candidaturas ao governo do Estado?
Fica claro o golpe, ou seja, o tempo para recorrer da decisão equivocada do tribunal do Rio ao TSE fica estreito; dificulta alianças; tumultua a convenção marcada para o próximo dia 27; e ainda por cima confunde o eleitor, que próximo do início da divulgação das pesquisas eleitorais, estará se perguntando: “O Garotinho é ou não é candidato?”.
Lamentavelmente estou sendo vítima de uma covardia, de uma violação dos meus direitos e acima de tudo, de uma grande injustiça.
Quando fui o primeiro governador – e até hoje o único – a conceder autonomia financeira ao Poder Judiciário, raposas experientes na política, me aconselharam a não fazê-lo. Diziam: “Um homem público muitas vezes é vítima de injustiça e precisa ter meios, e acima de tudo, poder para conseguir corrigir eventuais perseguições”.
É exatamente o que está acontecendo comigo agora. O Judiciário do Rio, com a Lei Garotinho, de autonomia financeira, se tornou o mais eficiente do país, construiu fóruns novos, em todas as cidades, modernizou o seu sistema de gerenciamento, de informatização de processos e ganhou a liberdade para investir sem precisar pedir favor a ninguém, que é aquilo que eu sempre defendi.
Mas como qualquer instituição às vezes sucumbe às pressões políticas.
Sou vítima do benefício que concedi. Mas não me arrependo. A história mostrará que existiu, independente dos juízes e dos desembargadores, um tribunal antes e outro depois da Lei Garotinho. Fiz a minha parte. Mesmo que politicamente arriscada, a minha decisão é administrativa e historicamente correta.
Não quero nesse artigo desmerecer a grande maioria dos juízes e desembargadores que compõem o Tribunal de Justiça do Rio, e que tenho a certeza, no seu íntimo, também se envergonham da decisão equivocada tomada pelo TRE.
A justiça que não me foi feita por quem devia fazê-la, o tempo fará.
Anthony Garotinho é ex-governador do Rio de Janeiro, pré-candidato do PR ao governo do estado e presidente regional da legenda
10 junho 2010
09 junho 2010
AINDA SOBRE AS ELEIÇÕES NO RIO!
1. Comparando as pesquisas do início do ano com as de maio, o que se verifica é que nada, rigorosamente nada, ocorreu de substantivo no cenário político fluminense. Cabral permanece perto dos 40%. Um pouco menos para uns, um pouco mais para outros. Garotinho permanece no patamar dos 20%. Um pouco mais para uns, um pouco menos para outros. E Gabeira permanece em seu patamar em torno dos 15%.
2. Curiosamente, não são números bons para Cabral. Com toda a exposição na imprensa, com abuso de publicidade, com Lula e inaugurações de todos os tipos, especialmente de pedras fundamentais, era de se esperar que se distanciasse dos demais apontando vitória no primeiro turno. Isso não ocorreu. Sendo assim estima-se que está em seu teto.
3. Garotinho também ficou no mesmo lugar, apesar das notícias negativas em relação a ações na justiça eleitoral. Mantém-se emparelhado com Cabral no Interior, Baixada e São Gonçalo, ou quase 60% do eleitorado. Na Capital permanece bem abaixo. Cabral cresceu um pouco na Capital e Gabeira caiu um pouco. Tudo previsto e esperado.
4. Gabeira é um líder social. Alguém depositário de ideias e da confiança de uma parte da opinião pública. Isso é diferente de um líder político, depositário de ideias que organizam em seu entorno pessoas para levá-las em conjunto. Essa característica de líder social gera a necessidade de exposição para mobilizar corações e mentes. Como ainda não tem exposição na imprensa, precisará esperar a entrada da TV, em 15 de agosto, para que o potencial efeito virótico de sua liderança ganhe impulsão. Por isso, Cabral cresceu algo e Gabeira desceu algo na Capital. Por enquanto!
5. Da mesma forma, na eleição para o Senado: não há nada de novo de janeiro para cá. Crivella e Cesar Maia se destacam. Lindberg vem num segundo plano e Picciani e Manoel Ferreira em um terceiro. Algo como 40%, 35%, 15% e 10%/10%, nos dois votos. O eleitor se concentra mais nas eleições de governador, presidente e deputados que na de senador e, por isso mesmo, estes precisam ter exposição mais direta junto ao eleitor.
6. Para presidente, de janeiro para cá, Serra, que liderava por 10 pontos, se encontra em empate técnico com Dilma. Isso ocorreu especialmente por queda na Baixada Fluminense, na Zona Oeste do Rio e na região da Baixa Leopoldina. E lembre-se: a opção por debates e entrevistas não atinge suficientemente este corte do eleitorado. O Boeing vai muito bem, mas precisa de pistas de pouso para se aproximar.
7. A Copa do Mundo leva a campanha para 'dentro das portas'. Menos visibilidade de todos. E maior exigência de exposição pessoal e direta, de comunicação direta, de ação direta, combinando presença e internet nesse momento.
O comentário acima foi extraído no dia 09 de junho de 2010 do ex-blog do ex-prefeito do Rio, Cesar Maia.
Não gosto do Cesar Maia, mas me vejo obrigado a concordar com sua análise, embora divirja quanto ao período de "hibernação" forçada dos candidatos por causa da bola rolando nos gramados da South Africa.
Em que pese o bombardeio desferido contra a campanha do pré-candidato do PR, os números apresentados até aqui - com raríssimas exceções - não chegam a me surpreender. Vamos em frente porque eleição se ganha com apresentação de propostas, definição das diferenças entre os concorrentes e rua, muita rua. O eleitor tem que sentir o cheiro do suor do seu candidato. Sobretudo, quando postulante - independentemente da legenda a qual pertence - não dispõe de um arco de alianças musculoso ou de tempo de TV que lhe dê segurança na hora de olhar o eleitor de frente. Existem outras formas de se fazer isso, porém, não tão diretas e/ou de eficácia comprovada como a tão criticada propaganda eleitoral gratuita.
Por Renato Homem
2. Curiosamente, não são números bons para Cabral. Com toda a exposição na imprensa, com abuso de publicidade, com Lula e inaugurações de todos os tipos, especialmente de pedras fundamentais, era de se esperar que se distanciasse dos demais apontando vitória no primeiro turno. Isso não ocorreu. Sendo assim estima-se que está em seu teto.
3. Garotinho também ficou no mesmo lugar, apesar das notícias negativas em relação a ações na justiça eleitoral. Mantém-se emparelhado com Cabral no Interior, Baixada e São Gonçalo, ou quase 60% do eleitorado. Na Capital permanece bem abaixo. Cabral cresceu um pouco na Capital e Gabeira caiu um pouco. Tudo previsto e esperado.
4. Gabeira é um líder social. Alguém depositário de ideias e da confiança de uma parte da opinião pública. Isso é diferente de um líder político, depositário de ideias que organizam em seu entorno pessoas para levá-las em conjunto. Essa característica de líder social gera a necessidade de exposição para mobilizar corações e mentes. Como ainda não tem exposição na imprensa, precisará esperar a entrada da TV, em 15 de agosto, para que o potencial efeito virótico de sua liderança ganhe impulsão. Por isso, Cabral cresceu algo e Gabeira desceu algo na Capital. Por enquanto!
5. Da mesma forma, na eleição para o Senado: não há nada de novo de janeiro para cá. Crivella e Cesar Maia se destacam. Lindberg vem num segundo plano e Picciani e Manoel Ferreira em um terceiro. Algo como 40%, 35%, 15% e 10%/10%, nos dois votos. O eleitor se concentra mais nas eleições de governador, presidente e deputados que na de senador e, por isso mesmo, estes precisam ter exposição mais direta junto ao eleitor.
6. Para presidente, de janeiro para cá, Serra, que liderava por 10 pontos, se encontra em empate técnico com Dilma. Isso ocorreu especialmente por queda na Baixada Fluminense, na Zona Oeste do Rio e na região da Baixa Leopoldina. E lembre-se: a opção por debates e entrevistas não atinge suficientemente este corte do eleitorado. O Boeing vai muito bem, mas precisa de pistas de pouso para se aproximar.
7. A Copa do Mundo leva a campanha para 'dentro das portas'. Menos visibilidade de todos. E maior exigência de exposição pessoal e direta, de comunicação direta, de ação direta, combinando presença e internet nesse momento.
O comentário acima foi extraído no dia 09 de junho de 2010 do ex-blog do ex-prefeito do Rio, Cesar Maia.
Não gosto do Cesar Maia, mas me vejo obrigado a concordar com sua análise, embora divirja quanto ao período de "hibernação" forçada dos candidatos por causa da bola rolando nos gramados da South Africa.
Em que pese o bombardeio desferido contra a campanha do pré-candidato do PR, os números apresentados até aqui - com raríssimas exceções - não chegam a me surpreender. Vamos em frente porque eleição se ganha com apresentação de propostas, definição das diferenças entre os concorrentes e rua, muita rua. O eleitor tem que sentir o cheiro do suor do seu candidato. Sobretudo, quando postulante - independentemente da legenda a qual pertence - não dispõe de um arco de alianças musculoso ou de tempo de TV que lhe dê segurança na hora de olhar o eleitor de frente. Existem outras formas de se fazer isso, porém, não tão diretas e/ou de eficácia comprovada como a tão criticada propaganda eleitoral gratuita.
Por Renato Homem
08 junho 2010
Sr Manuel tem 67 anos, pai de três filhos. Nasceu em Juiz de Fora, vive na cidade mineira e, provavelmente, jamais deixará sua terra natal. Aos domingos, ele passa o dia dedilhando solitariamente seu violão numa pracinha cercada de árvores, no Alto da Glória, um bairro bucólico da "Manchester mineira".
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