29 outubro 2006

Não basta ser honesto

Se não fosse a providencial intervenção de uma mesária, a deputada federal Denise Frossard, candidata ao governo do estado do Rio pelo PPS, sairia da sua seção eleitoral, neste domingo, sem votar para presidente. A vida pública da candidata parece já ter se desenhado. Não foram poucos os micos da ex-magistrada. Frossard ficou conhecida por condenar os bicheiros do Rio numa época em que o poder deles parecia acima do bem e do mal. Apesar de ter chegado ao segundo turno, ela pregou o voto nulo, perdeu importantes aliados e teve ainda de recuar, após levar um pito do presidente do seu partido, Roberto Freire. Sua trajetória mostrou claramente que não basta ter um perfil de retidão, de honestidade, para cair nas graças do eleitor. Para amealhar votos suficientes capazes de transformar sua corrida ao Palácio Guanabara numa candidatura competitiva, seriam necessárias algumas características que, definitivamente, a candidata não incorporou e que somente a toga não foi capaz de lhe garantir.

Um comentário:

Sergio Telles disse...

Seria interessante que Frossard tivesse tomado conhecimento sobre o estado que ela pretendia governar. Candidatos monótonos mostram-se ruins de voto, por mais que o tema seja prioritário.

Foi o debate mais massacrante que eu já vi, o entre Cabral e Frossard na quinta na Globo. Os candidatos precisam se preparar para ter argumentos e projetos em todas as áreas, mesmo que seja "fazer mais do mesmo", acho que falta essa transparência ao eleitor.

Frossard era da turma do "assim não dá", mas não propunha nada de concreto, e o pior, pouco mostrava interesse em saber sobre o estado.

Assim como FHC perdeu uma eleição de prefeito de SP nos anos 80 por causa da geografia, Frossard decresceu ainda mais depois da "Baixada Leste" do debate. É aonde ela deve ficar até 2008, pelo menos, caso ela resolva aparecer de candidata a prefeita, o que não acredito.

Propósito

Aqui sua opinião contribui para estimular e valorizar o debate.

Seguidores

Arquivo do blog