11 dezembro 2006

Editorial: Luzes apagadas


Merece uma reflexão a reportagem publicada neste domingo pelos jornais O Globo e Extra, abordando a questão das milícias que vêm ocupando as favelas da cidade do Rio de Janeiro no lugar do tráfico de drogas. Esses grupos armados seriam formados na sua maioria por policiais e, de acordo com as autoridades policiais fluminenses, já beiram a casa dos 100. Todos eles têm em comum a justificativa para sua criação: a proteção das comunidades carentes que vivem subjugadas pelos criminosos. O que se indaga é a quem cabe a segurança do cidadão? O Estado legalmente constituído ou grupos paramilitares, que se formam sob a pseuda justificativa de defender os fracos e oprimidos? Nossa capital não é Bogotá. A segurança que se deseja não é gratuita, ao contrário. Custa dinheiro e os recursos vêm das "mensalidades" pagas pelos próprios moradores. E quando eles, os moradores, não tiverem como manter a regularidade nos pagamentos? Os "milicianos", como os integrantes desses grupos são chamados, se arvoraram em assumir de imediato o controle da venda do gás, do transporte alternativo feito pelas Vans e ainda o controle da distribuição do sinal das TVs a cabo, o chamado "gatonet". Quando as instituições começam a perder terreno de forma visível, como é o que parece, é imperiosa a reação da sociedade. Uma sociedade sem instituições legalmente fortalecidas é um Estado à beira do colapso. Se ele já se instalou, o último a sair que apague as luzes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Milícia neles!

Os marginais estão cada dia mais covardes,deixando nossas famílias apreensivas enquanto estamos nas ruas do Rio. Esta ex-Cidade Maravilhosa está mais para locação de filme de cowboy - como se aqui fosse o Texas - ao invés de vermos turistas fotografando e filmando os cenários naturais de uma cidade privilegiada geograficamente. O poder público vive um momento confuso, às vésperas de mais um Natal e Réveillon, enquanto a bandidagem age livremente; onde menores que podem votar aos 16 anos não respondem criminalmente por seus atos delituosos e ainda "tiram onda", dizendo que farão tudo novamente;então não tem jeito: é olho-por-olho e dente-por-dente. Esses irrecuperáveis que vivem à margem da sociedade acabarão mortos como baratas esmagadas pela sociedade oficial e paralela.

Antonio Kämpffe

Propósito

Aqui sua opinião contribui para estimular e valorizar o debate.

Seguidores

Arquivo do blog