
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou que tenha participado de ações armadas durante a ditadura, inclusive do assalto à casa do ex-governador de São Paulo Ademar de Barros. Ela admitiu, contudo, que aprendera a montar e a desmontar um FAL (fuzil automático leve) "de olhos fechados" durante os anos em que atuou nas fileiras contra os governos militares. A preferida do presidente Lula para sua sucessão em 2010 reafirmou que o crime de tortura "é imprescritível". Dilma Roussef rebateu que esteja pavimentando sua caminhada rumo ao Palácio do Planalto, mas ressaltou que ser presidente do Brasil "é um sonho de qualquer brasileiro".
A ministra foi a entrevistada, neste domingo (23) à noite, do talk show "É Notícia", apresentado pelo jornalista Kennedy Alencar, repórter especial da Folha de S. Paulo, e levado ao ar pela Rede TV. Ela elogiou as iniciativas do governo diante da crise financeira mundial e garantiu a realização das obras do PAC. A ministra, que tem fama de durona, admitiu que costuma cobrar com rigor o cumprimento do cronograma das obras do PAC, lembrando, contudo, que não abre mão de suas caminhadas matinais em Brasília antes de encarar sua jornada diária de trabalho, nunca inferior a 13 horas.
Durante a entrevista, Dilma se mostrou bastante à vontade, e revelou que prefere guaraná a suco de abacaxi. Ela se disse fã de Chico Buarque e que tem no escritor Machado de Assis um ídolo. A ministra elogiou os governadores José Serra(PSDB), Paulo Hartung (PSB) e Sérgio Cabral (PMDB), representantes, segundo ela, "de uma nova safra de governadores". Sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dilma destacou sua importância para o país, elogiando a atuação de seu governo na elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ela observou, entretanto, que diverge dos "tucanos" "na forma de ver o Brasil". A ministra falou da importância da existência de um arco de alianças para garantir a governabilidade do país, não descartando uma aproximação do PT com o PSDB num futuro ainda distante.
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