
As agressões impostas a um adolescente, flagrado por militares, numa unidade do Exército, na Zona Oeste do Rio, fumando maconha, reafirmam a necessidade de se encontrar um mecanismo de controle mais rígido por parte das Forças Armadas sobre uma legião de jovens, com idades entre 18 e 20 anos, que ingressam na caserna. Esses jovens, geralmente recrutados das camadas menos favorecidas da sociedade,vêem na vida militar a oportunidade de reconhecimento, de aumentar a auto-estima.
Essas agressões praticadas por um grupo de jovens sentinelas de uma unidade em Realengo revelam que o fato não pode ser analisado isoladamente. Nos remete, obrigatoriamente, ao episódio dos três jovens sequestrados por um grupo de soldados do Exército, no Morro da Providência, e levados a um morro rival, para que fossem torturados e mortos pelo tráfico.
Tão importante quanto o rigor na condução dos inquéritos policiais-militares anunciados em notas oficiais monossilábicas após os acontecimentos é a adoção imediata de um acompanhamentro psicológico desses jovens, com a execução de testes regulares, para que o oficialato possa identificar com uma prudente antecedência eventuais desvios de comportamento entre os membros da tropa.
A farda e o armamento confiados a esses jovens durante o período em que estão prestando o serviço militar obrigatório lhes confere uma falsa impressão de autoridade que eles, definitivamente, não têm.
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