02 dezembro 2025
A contradição de Trump
O presidente Donald Trump decidiu perdoar o ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, condenado, no ano passado, nos Estados Unidos, a 45 anos de prisão por associação ao tráfico de drogas. Trump justificou sua decisão em favor do ex-mandatário hondurenho por considerar que ele "foi tratado com muita dureza e injustiça", segundo escreveu em sua rede Truth Social. Hernández foi sentenciado em junho de 2024 por um tribunal de Nova Iorque.
O indulto assinado por Trump surpreendeu a comunidade internacional, em razão da intensificação, nas últimas semanas, dos ataques militares americanos a embarcações que navegam no Pacífico e no Mar do Caribe sob a justificativa de que transportam drogas - cocaína e fentamil - com destino aos Estados Unidos.
O político foi acusado de enviar cerca de 500 toneladas de cocaína para os Estados Unidos. Nas últimas semanas, Washington enviou parte de sua frota para o Mar do Caribe a pretexto de combater o tráfico de drogas. Os ataques da Marinha americana afundaram cerca de 20 lanchas suspeitas, matando mais de 80 pessoas.
Os procuradores que levaram Hernández ao banco dos réus o acusam de transformar Honduras em um "narcoestado". O político sempre rechaçou as acusações, dizendo-se inocente, vítima de calúnias patrocinadas por seus opositores.
Até hoje, o Pentágono não comprovou as acusações de que os barcos afundados navegavam a serviço dos cartéis de drogas com atuação na região.
Durante o processo ficou demonstrado que Hernández se associou aos barões da droga do México e do seu país em troca de apoio financeiro à sua campanha à reeleição. As agências anti-drogas americanas sustentam que o ex-presidente do país caribenho se aliou a Joaquim "El Chapo" Gúzman (foto), líder do cartel de Sinaloa e extraditado para os Estados Unidos, onde foi condenado à prisão perpétua por tráfico de drogas.
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