Encerradas as escavações em buscas de vítimas do desabamento do Metrô paulista, começam a cheirar mal a relações envolvendo diretores do Metrô de São Paulo, prepostos do Governo do Estado - desde a época da administração de Geraldo Alckmin - e as empreiteiras responsáveis por tocar a obra. Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal Folha de São Paulo, o MP paulista vem esquadrinhando tais relações.
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"Fiscal da linha 4 é acusado de ligação com empreiteira"
ALENCAR IZIDORO, da Folha de S.Paulo
"O gerente de construção da linha 4 do metrô de São Paulo, Marco Antonio Buoncompagno, é processado sob a acusação de ter participado de um esquema ilegal de contratações públicas em parceria com uma empreiteira do Consórcio Via Amarela --cujos trabalhos hoje ele é encarregado de fiscalizar.A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público Estadual e ainda não foi julgada --está em fase de perícia.Nomeado na gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para controlar a obra que provocou a maior tragédia da história do Metrô, Buoncompagno, para a Promotoria, foi "favorecido" pela Andrade Gutierrez nos anos 90.Cargo de confiança de Luiz Carlos Frayze David, presidente do Metrô na gestão de Alckmin e mantido na de José Serra (PSDB), Buoncompagno comanda os trabalhos de "gerenciamento e de fiscalização" da construção da linha 4. Isso significa que passam por ele quase todas as decisões do Estado em relação à obra.A ação tramita desde 1992. O Ministério Público Estadual diz que Buoncompagno e a Andrade Gutierrez atuaram num esquema que teria levado ao enriquecimento de Antonio Sergio Fernandes, ex-presidente do Metrô no governo Orestes Quércia (PMDB).Segundo a acusação, as construtoras Andrade Gutierrez e Mendes Jr. eram beneficiadas por aditivos contratuais irregulares do Metrô no começo dos anos 90, para que repassassem parte dos serviços à Engemab, empresa de engenharia criada por Buoncompagno em 1989.Amigo de Fernandes, Buoncompagno, em troca, construiria, sem cobrar, as casas de alto padrão em Alphaville (Grande São Paulo) do então presidente do Metrô e de outros auxiliares, segundo a Promotoria.Ela classifica a estratégia de "ardil" e afirma que os aditivos contratuais de até 46,5% foram "atos viciados contraídos pelas empreiteiras-rés [Andrade Gutierrez e Mendes Jr.] e sua subempreiteira [Engemab], com sócios [Buoncompagno] incestuosamente vinculados ao ex-presidente do Metrô".
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