17 agosto 2025

Trump escala prisões em Washington e lembra Nayib Bukele, de El Salvador

O número de militares presentes em Washington D.C. poderá dobrar nos próximos dias com o desembarque de membros da Guarda Nacional de outros estados. A escalada de prisões efetuadas pelos agentes nas ruas da capital americana começou no fim de semana passado, quando três governadores republicanos responderam ao apelo feito por Donald Trump para que enviassem a Washington o maior número possível de agentes. O presidente estadudinense decidiu lançar uma ofensiva contra a criminalidade, afirmando que a violência explodiu na capital do país, embora as estatísticas oficiais digam o contrário. O governo democrata de Washington D.C. rebate Trump garantindo que os índices da criminalidade no estado vem recuando desde 2023. Os governadores republicanos, aliados da Casa Branca, prometeram, neste fim de semana, enviar até 750 militares da Guarda Nacional - comandada pelos estados - para se juntarem aos 800 membros da Força baseada em Washington D.C.. O governador da Virgínia, Patrick Morrisey, da base aliada de Donald Trump, disse que autorizou o envio de 300 a 400 soldados para “apoiar a iniciativa do presidente, visando a restaurar a limpeza e a segurança” em Washington. O seu colega de Ohio, o também republicano, Mike DeWine, acenou com o envio de mais 150 militares, assim como o governador da Carolina do Sul, Henry McMaster, que autorizou o embarque de outros 200 militares. As tropas estão espalhadas por toda a capital do país, principalmente em torno de edifícios federais e próximas aos monumentos nacionais. Oficiais do FBI e do Departamento de Segurança Interna efetuaram, neste fim de semana, centenas de prisões, a maioria pessoas em situação de vulnerabilidade social, sem teto. Em El Salvador, o mandatário do país, Nayib Bukele, no poder desde 2019, deflagrou uma ofensiva controversa contra as gangues no país. O governo determinou às forças de segurança milhares de prisões. A iniciativa, ao mesmo tempo que conta com o apoio de parte majoritária da população, gerou uma onda de protestos de familiares de presos e de entidades de defesa dos direitos humanos. Elas denunciam a inexistência de acusações formais que justifiquem as prisões indiscriminadas, sem o devido processo legal. No rastro de sua ofensiva, Nayib Bukele mandou construir uma mega penitenciária no país, com capacidade para abrigar 4 mil detentos. O Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT) fica em San Salvador, capital do país, confina a maioria dos presos. Estima-se que 2% da população salvadorenha esteja atrás das grades.
Foto: The Washington Post

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