23 setembro 2025

O que Lula e Bolsonaro falaram na ONU

Em seu discurso durante a tradicional cerimônia de abertura da 77ª Assembleia-Geral da ONU, no dia 20 de setembro de 2022, o então presidente, Jair Bolsonaro, descreveu um Brasil com uma economia pujante em meio à pandemia da Covid-19. Durante cerca de 20 minutos, ante um plenário praticamente vazio, Bolsonaro exaltou as medidas emergenciais adotadas pelo seu governo em contraponto aos danos à economia provocados pela pandemia. “Apesar da crise mundial, o Brasil chega ao final de 2022 com uma economia em plena recuperação. Temos emprego em alta e inflação em baixa”, discursou Bolsonaro, que deliberadamente não mencionou que foi justamente durante o seu governo que o Brasil voltou a figurar no nada edificante Mapa da Fome, da ONU. Sua fala, se não balançou as fortificadas pilastras de sustentação do prédio-sede da ONU, em Nova Iorque, seguramente fez tremer de constrangimento alheio a icônica estátua da Liberdade erguida às margens das plácidas águas do Rio Hudson que franjeam a Ilha de Manhattan. A crise sanitária no Brasil foi marcada pelo negacionismo do então presidente, por sua postura reticente em adquirir vacinas e pelo descumprimento recorrente das medidas de isolamento social recomendadas pela OMS. A Covid-19 no país matou 716.726 pessoas, segundo o Ministério da Saúde. No discurso que fez nesta terça-feira (23) na ONU, Lula elevou o tom de sua fala. Ele repudiou o intervencionismo praticado pelo presidente norte-americano, Donald Trump,defendeu o sentimento de autodeterminação do Brasil e assegurou que a democracia e a soberania do país "são inegociáveis". Lula criticou ainda regimes autocratas que ameaçam as democracias e condenou o massacre do povo palestino por Israel, em Gaza, como condenou o massacre promovido pelos terroristas do Hamas quando da invasão do território israelense, em 7 de outubro de 2023. Lula rechaçou qualquer iniciativa que vise a perdoar aqueles que tentaram se sobrepor à democracia. Sem citar o nome do seu antecessor no cargo, o líder do PT mencionou a solidez das instituições brasileiras, lembrando que o STF condenou, pela primeira vez em 525 anos de história do Brasil, um governante que decidiu se insurgir contra a democracia, liderando uma intentona contra o Estado Democrático de Direito.

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