09 outubro 2025

VISÃO TURVA

Saiu a mais recente pesquisa da Quaest/Genial. Os bolsonaristas precisam enxergar melhor aquilo que o povo entende como relevante para o país, ao invés de ficar gastando saliva e sola de sapato para reivindicar algo inexequível. A anistia subiu no telhado.
A sondagem reafirmou o retrato de um país dividido, que está testemunhando uma melhora no desempenho do governo. Se antes a diferença entre os que apoiavam o Planalto e os que desaprovavam o seu trabalho era de 17%, agora ela recuou para 1 ponto percentual.
As razões para a recuperação são diversas. A revisão da forma como o governo se comunica, as ações capitaneadas pelo Planalto voltadas para a defesa da classe trabalhadora (isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil); a intervenção do governo na questão dos descontos não autorizados que lesaram aposentados e pensionistas do INSS; a reaproximação, ainda que embrionária, entre Lula e Donald Trump e, por fim, a exposição de todas as etapas da trama golpista durante o julgamento pelo STF, no mês passado, que resultou na condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Fato é que as pautas bolonaristas estão perdendo fôlego. O derretimento da agenda ditada pelo líder da direita, que se encontra em prisão domiciliar desde 4 de agosto, esbarrou no constrangimento do Congresso, a um ano das eleições.
Os vídeos do pastor Shopee vociferando contra a esquerda e o STF já impactaram mais no passado. As andanças de Eduardo Bolsonaro pelos gabinetes da Casa Branca estimulando as sanções econômicas contra o país e a suspensão de vistos de autoridades brasileiras acabaram se revelando um tiro no pé. A imagem de "traidor da pátria" colou no 03, que agora luta para não perder o mandato, apesar da proteção vergonhosa dos seus aliados na Câmara dos Deputados.
Após os prejuízos causados à economia com o tarifaço baixado pelo governo de Donald Trump, em agosto, não há mais como Eduardo se descolar da imagem de traidor da pátria. Nem o pessoal do Agro o quer mais por perto.

O Planalto agradece. Mais seis meses nessa toada, Lula sacramenta sua permanência no Planalto por mais quatro anos a partir de 2027, apesar de alguns reveses no Congresso. 





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