21 novembro 2008

Sofá da sala trocado


A Polícia Militar do Rio anunciou a exoneração do comandante do Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (Gpae) do Morro do Cantagalo - Zona Sul do Rio -, major Ubiratan Saraiva de Carvalho. Coincidentemente, o anúncio da mudança ocorre dias após o jornal O Globo publicar denúncia de que o grupamento, em dez meses, não efetuara mais do que duas apreensões de armas e drogas na comunidade.

Historicamente, os postos avançados da PM no Rio, sobretudo aqueles localizados em comunidades carentes, sempre funcionaram meio que simbolicamente, mais como uma referência do Estado do que um local onde o cidadão podia recorrer durante alguma emergência. Distantes dos quartéis, as unidades ficam longe das decisões do comando, fazendo com que os policiais fiquem abandonados a própria sorte.

Evidente que um número tão baixo de apreensões no Cantagalo denota que a presença ali dos policiais era mais protocolar do que para reprimir o tráfico local. Tanto é verdade que somente duas apreensões foram realizadas em quase um ano. E não é sensato imaginar que poderia ser diferente. O que poderiam fazer uns poucos policiais contra um exército de jovens, a maioria drogada, armados até os dentes?

E o que fez o comando da PM? Substituiu o major responsável pelo grupamento por outro oficial, de mesma patente.

O resultado da mudança? Certamente não será muito diferente.

A PM na verdade, ao ser instada a justificar o pífio desempenho de sua unidade, resolveu trocar o sofá da sala.

Nenhum comentário:

Propósito

Aqui sua opinião contribui para estimular e valorizar o debate.

Seguidores

Arquivo do blog