29 janeiro 2009

Proteção personalizada

Parece surreal e é. A polícia baiana resolveu colocar à disposição dos turistas - brasileiros e/ou estrangeiros - que visitam a chamada Grande Salvador um serviço de escolta armada à paisana, a fim de proteger os visitantes das investidas das quadrilhas que têm agido numa proporção alarmante desde dezembro passado.

O que se questiona não é a legitimidade do serviço, mas sim sua abrangência. Evidente que o governo de Jaques Wagner (PT) tem todo o interesse de proteger a atividade turística no estado, sobretudo na capital baiana, um dos destionos mais procurados pelos visitantes de todo o país e do mundo. Os recursos provenientes do turismo na Bahia não podem sob forma alguma ser desprezados, sobretudo, em tempos de crise financeira, com o dinheiro e os investimentos cada vez mais escassos.

O que se pergunta é se o serviço estará à disposição daqueles que, embora não sejam turistas, se vêem ameaçados pelos criminosos. Sim, porque à luz da lei, todo cidadão, seja ele natural ou não da cidade, tem direito à segurança provida pelo Estado. A procura pelo serviço, que é gratuito, aumentou consideravelmente este mês, quando a polícia recebeu dez solicitações. De 6 de dezembro a 6 de janeiro deste ano, foram registradas 71 ocorrências de furtos e roubos contra turistas na capital baiana.

Os pedidos de proteção são encaminhados à Deltur (Delegacia de Proteção ao Turista). No ano passado, quando o serviço ainda funcionava em caráter experimental, a polícia baiana recebeu somente duas solicitações de escolta. Este ano, o serviço se estenderá por todo o verão. "O número de escoltas neste mês deve ser ainda maior porque as principais agências de receptivos da Bahia colocam seguranças particulares para acompanhar os turistas, e esses dados não são computados oficialmente", declara Pedro Costa, ex-presidente da empresa de turismo de Salvador e conselheiro da Associação Brasileira de Agências de Viagem.

27 janeiro 2009

Se a moda pega

Jornalista diz que é alvo de "perseguição"

O jornalista Paulo Henrique Amorim pediu à Polícia Federal que investigue suposta perseguição contra ele e sua família "por indivíduos a mando" do banqueiro Daniel Dantas e do governador José Serra (PSDB). Disse que dará detalhes à PF.
O Ministério da Justiça se colocou à disposição de Amorim. O banco disse que não foi notificado. A assessoria de Serra não o localizou.



*Nota publicada na edição de hoje (27) da Folha de S. Paulo

24 janeiro 2009

Obama vacilou

O presidente norte-americano, Barack Obama, mal chegou à Casa Branca e já se irritou com os jornalistas que cobrem os primeiros dias de sua administração. Obama, na quarta-feira, fez uma visita surpresa à sala de imprensa da Casa Branca, a fim de "se apresentar e cumprimentar os jornalistas". Surpresos com a visita, os repórteres aproveitaram a ocasião para fazer uma série de perguntas a Obama.

Uma delas, em especial, acabou tirando o sorriso do rosto do presidente recém eleito. Obama revelou-se contrariado quando um repórter indagou-lhe sobre como ele (Obama) lidaria com o fato de um assessor seu ter trabalhado como lobista para uma empresa de armas antes de assumir um cargo na Casa Branca.

Irritado, Obama respondeu ao repórter que ele teria a oportunidade de fazer as perguntas que quissesse durante a próxima coletiva marcada por sua assessoria de imprensa.

Quer saber? Menino Obama vacilou. Não adianta ficar chateado. Pode chamar os jornalistas de abutres, profetas do caos, o que for. Pode definir nosso trabalho como queiram. Só não pode é impedir o livre exercício da função.

Se tem uma coisa que sempre me irritou nesses 25 anos de carreira é ver neguinho tentando me impedir de trabalhar. Já saí na porrada com policial armado, tive arma na cara, mas jamais me intimidei.

Quer saber menino Obama. Os repórteres não estavam ali na Casa Branca a lazer não. Estavam ali obrigados, destacados que foram para registrar os primeiros dias do 44 presidente a ocupar a Casa Branca.

Fala sério.

A Colômbia é aqui

Qualquer semelhança com as ações de intimidação promovidas pelas chamadas milícias na Zona Oeste do Rio é mera coincidência.

Um dos mais procurados chefões do tráfico na Colômbia ofereceu a seus homens quase mil dólares por cada policial que eles matarem na região produtora de coca, informaram esta semana as autoridades policiais colombianas. O chefe de polícia, General Oscar Naranjo, disse que Daniel Rendón, conhecido como Don Mario, lançou a oferta, numa forma de intimidar a polícia, que tem agido fortemente contra o comércio ilegal comandado por Don Mario e sua plantação de coca na província de Antioquia.

"Quando um criminoso dá uma ordem como a de Don Mario, de pagar mil dólares pela morte de cada policial, eu sei que meus homens estão cumprindo o seu dever", disse Naranjo em uma emissora de televisão local.

O traficante mais cruel da Colômbia, Pablo Escobar, morto pelas forças de segurança em 1993, usou uma estratégia parecida nos anos 1990 e seus homens de confiança mataram dezenas de policiais em Medellin, principal cidade de Antioquia.

Rendón é um dos três traficantes mais procurados da Colômbia, a maior produtora de cocaína do mundo, e autoridades ofereceram uma recompensa de 2,2 milhões de dólares por informações que possibilitem a sua captura.

23 janeiro 2009

Paes proíbe venda de bebida ao redor do Maracanã

Promete muito barulho o decreto baixado pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, publicado hoje (23) no Diário Oficial, proibindo de forma vigorosa a venda de bebidas alocoólicas no interior e ao redor do estádio do Maracanã. A medida avança na direção dos bares e retaurantes localizados nas imediações do estádio, proibidos de comercializar qualquer tipo de bebida alcoólica duas horas antes, durante e duas horas após a realização dos jogos.

Vale lembrar que o Campeonato Carioca começa neste sábado (24), mas o primeiro jogo programado para o Maracanã será domingo (25), entre Flamengo e Friburguense.

É sábia a decisão do prefeito de proibir a venda de bebidas alcoólicas no interior e fora do estádio como forma de inibir a violência. Ao mesmo tempo é inegável a discussão que a medida acarretará.

O que se discute é a amplitude do decreto, que atingirá a todos indistintamente.
Fico a imaginar, como será a reação das pessoas que moram nos arredores do estádio, que se verão impedidas, por força do decreto, de comprar uma cervejinha para beber com os amigos no interior de suas próprias casas.

O que se discute aqui é a abrangência do decreto. Insisto. É válida toda e qualquer iniciativa que tenha por objetivo coibir a violência, os atos de selvageria e vandalismo envolvendo as torcidas.

Entendo, no entanto, que não se deva, por mais justa que a medida possa parecer, ignorar o direito daqueles quem nada têm a ver com o futebol.

Há anos que minha avó cultiva o hábito de assistir na tv ao programa do Silvio Santos bebericando uma cervejinha nas tardes de domingo. Ela odeia futebol, não sabe distinguir um ala de um lateral e sequer sabe identificar quando um jogador está ou não em impedimento.

Mas a sabedoria adquirida com o tempo de vida lhe ensinou perfeitamente a distinguir o certo do errado, o significado da palavra bom senso e que o seu direito termina quando começa o dos outros.

Eis a íntegra do decreto assinado ontem pelo prefeito Eduardo Paes.





Dispõe sobre a proibição de consumo e comercialização de bebidas alcoólicas no entorno do Estádio Mário Filho (Maracanã), em dias de jogos.




O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela legislação em vigor,




considerando ser a Secretaria Especial da Ordem Pública – SEOP o órgão público municipal com competência, atribuída pelo Decreto n.º 30.339, de 01 de janeiro de 2009, especificamente em seu artigo 5.º, inciso X, para formular e implementar políticas públicas que garantam a manutenção da ordem pública;




considerando os atos de vandalismo que, frequentemente, em dias de jogos no estádio Mário Filho (Maracanã), perturbando a ordem pública;




considerando que é recorrente a prática de atos de violência, sob a influência de bebida alcoólica, em dias de jogos no Maracanã;




DECRETA




Art.1.º Fica proibida toda e qualquer comercialização de bebidas alcoólicas no entorno do Estádio Mário Filho (Maracanã) em dias de jogos, no período compreendido entre duas horas anteriores ao início do evento e duas horas posteriores ao término do evento naquela praça esportiva.




Parágrafo único. Considera-se entorno do estádio referido no caput, o cinturão formado pelas seguintes ruas:




I - Rua Conselheiro Olegário, em toda a sua extensão;




II - Rua Arthur Menezes, em toda a sua extensão;




III - Rua Isidoro de Figueiredo, em toda a sua extensão;




IV - Rua Professor Eurico Rabelo, em toda a sua extensão;




V - Av. Paula Sousa, em toda a sua extensão;




VI - Rua Mata Machado esquina com Av. Presidente Castelo Branco até a esquina com Av. Paula Sousa;




VII - Rua Visconde de Itamarati esquina com Av. São Francisco Xavier até a esquina com Professor Eurico Rabelo;




VIII - Rua São Francisco Xavier esquina com Av. Professor Manoel de Abreu até a esquina com Av. Paula Sousa;




IX - Av. Maracanã esquina com Rua São Francisco Xavier até a esquina com Rua Mata Machado;




X - Av. Maracanã pista lateral esquina com Rua São Francisco Xavier até a pista lateral esquina com Rua Mata Machado;




XI - Praça Presidente Emiliano Garrastazu Médice, em todo seu contorno;




XII - Av. Presidente Castelo Branco da altura do viaduto Oduvaldo Cozzi até a estação do metrô Maracanã, inclusive.




Art. 2.º Fica proibido o consumo de bebida alcoólica, nas áreas públicas, no período estabelecidos no artigo primeiro.




Art.3.º Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.




Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2009 – 444.º ano da fundação da Cidade.




EDUARDO PAES

22 janeiro 2009

Charmoso nem tanto, atrasado certamente

O Campeonato Carioca de futebol, que começa este fim de semana, é apontado pela imprensa esportiva com mais charmoso do país, mas poderia ser também o mais atrasado, retrógrado, ultrapassado. Pelo menos é o que se depreende da declaração do presidente da Comissão de Arbitragem da Federação de Futebol o Rio de Janeiro, Jorge Rabello, que se manifestou contrário à parada técnica durante as partidas válidas pela competição.

O expediente da interrupção dos jogos por alguns minutos – a exemplo do que ocorreu durante o Brasileirão de 2008 - teria o propósito de beneficiar os atletas, duramente atingidos pelo forte calor comum nessa época do ano no Rio.
Rabello, ao invés de discutir as razões do seu veto, preferiu atacar a CBF, criticando a entidade por ter permitido a parada técnica em algumas partidas do Campeonato Brasileiro do ano passado. “Eu acredito que tudo na vida tem que ter organização e disciplina. Durante o Campeonato Brasileiro, um ou dois árbitros usaram o critério da parada técnica. Se a CBF não tem comando, aqui no Rio tem, e nenhum juiz vai fazer o que quer. A parada técnica não vai existir no Campeonato Carioca”, resumiu o cartola.

Os treinadores do Botafogo, Ney Franco, e do Fluminense, René Simões, chegaram a vir a público para defender que a parada técnica fosseadotada no regulamento do Campeonato Carioca deste ano, sob a justificativa de que a medida atenuaria o desgaste dos jogadores causado pelo forte calor no Rio esta época do ano.

Faltou bom senso ao cartola da arbitragem. Tomara que tamanha determinação revelada pelo dirigente se estenda aos esforços da comissão que lidera em busca do aperfeiçoamento do nível dos árbitros destacados para atuar durante o Campeonato Carioca deste ano. Porque no ano passado, o nível da competição, assim como o das arbitragens, foi uma lástima.

21 janeiro 2009

A luta continua

O discurso pode remeter a uma assembleia de sindicalistas, mas não é por isso que deixa de ser verdadeiro, autêntico, real.

"A justiça dos homens é passível de falhas, mas a divina jamais".

20 janeiro 2009

Barack Delano Roosevelt Obama

A partir de hoje, a Casa Branca, símbolo do poder americano, troca de inquilino. Por pelo menos quatros anos. Tempo suficiente para que o mundo confirme ou não as expectativas geradas em torno da posse de Barack Obama. O novo homem mais poderoso do planeta assume o cargo em meio a uma crise financeira mundial sem precedentes nascida no seu quintal e cujos desdobramentos ao redor do mundo ainda são incertos.
Faz muito tempo que a sociedade americana não via o emprego, a produção do maior parque industrial do mundo e a sua renda tão débeis.

A crise econômica interna nos Estados Unidos ameaça a estabilidade política que Obama necessita para levar adiante as ideias forjadas para reerguer seu país. O destino se encarregou de cruzar os caminhos de Obama com os do ex-presidente Franklin D. Roosevelt, que entrou para a história como o responsável pela recuperação do país ante à quebradeira que se seguiu após a crise de 1929.
Obama tem um enorme desafio pela frente. Sua ascensão política está intimamente ligada a inúmeros fatores. Pesaram a seu favor seu carisma pessoal, sua condição de militante negro sintonizado com as causas sociais e, sobretudo, o fracasso que se revelou a administração de George W. Bush na condução dos rumos da economia americana, da política externa e, consequentemente, no combate ao terror.

Além de emprego e estabilidade, o cidadão comum americano espera de Obama a confirmação de suas promessas de campanha, a consolidação das expectativas criadas em torno de seu nome. O fechamento da prisão de Guantánamo, em Cuba, é uma delas. Ícone da violação dos direitos humanos e das garantias individuais, a desativação da base americana no Caribe será, sem dúvida, capaz de ditar o tom da administração que o ex-senador democrata pretende imprimir.

A partir daí, o mundo testemunhará se Obama chega para ficar, colocando definitivamente seu nome na história contemporânea, ou se simplesmente será o 44 presidente americano a ocupar o Salão Oval da Casa Branca.

18 janeiro 2009

Lula X Paolo Rossi

Diria que hoje, o presidente Lula está para o governo italiano, assim como Paolo Rossi, o carrasco da seleção brasilera na Copa da Itália, em 1990, esteve para o Brasil.

Este episódio envolvendo o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o governo de Roma, a propósito do pedido de extradição do escritor italiano Cesare Batisti - acusado de terrorismo em seu país - é capaz de acabar em pizza.

O carrasco de Sobibor


CARLOS HEITOR CONY


Mais uma vez, a extradição de um criminoso é negada pelo governo brasileiro, que se mostrou dividido no episódio, com o Itamaraty aprovando a medida e o ministro da Justiça, secundado pelo próprio presidente da República, negando o apelo do governo italiano.

A mídia destacou os inúmeros casos de extradição negados, como o do ladrão inglês Biggs, o da cantora Gloria Trevi, o do ditador paraguaio Stroessner e muitos outros.
Parece que até agora ninguém se lembrou do episódio de maior repercussão internacional, quando três países, Alemanha, Áustria e Israel, pediram a extradição do carrasco de Sobibor, o terrível campo de extermínio na Polônia.

Gustav Franz Wagner morava há tempos em Atibaia, envolveu-se num caso banal, foi detido e negava as acusações. Até que o então delegado Romeu Tuma encontrou alguém que desmascarou o criminoso. Tuma colocou o ex-policial nazista de costas para o escritor Szmajzner, autor de "Inferno em Sobibor", que pronunciou um simples nome: "Gus".

Era o nome pelo qual o guarda do campo era conhecido. Apanhado de surpresa, Wagner olhou para trás e não mais negou ter sido carcereiro em Sobibor -há até um filme americano narrando essa história.

Apesar dos pedidos e da grita internacional, o Brasil negou a extradição e Wagner morreu anos depois, em liberdade. Tratava-se de um criminoso de guerra, citado em centenas de documentos do regime nazista. O crime dele não estava prescrito, mesmo assim o Brasil não atendeu ao pedido dos três país interessados na punição do "açougueiro de Sobibor".

Encarregado de receber os judeus que vinham de diversas partes da Europa, Wagner arrancava crianças do colo das mães e espatifava a cabeça delas num poste.


*Artigo publicado na edição de hoje (18) da Folha de S. Paulo

Pimenta nos olhos dos outros...

A Rio Ônibus, entidade que representa o Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro, enviou ofício ao governador Sérgio Cabral para marcar posição, prostestando contra a decisão do governo de estado de delegar ao Detro (Departamento de Transportes Rodoviários) a missão de fiscalizar os coletivos. Desejam os empresários do setor que os fiscais do Detro lancem suas lupas única e tão somente na direção das vans.

Quer dizer: pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Dúvida

Peraí, deixa eu ver se entendi: o governo de Israel anunciou um cessar-fogo, mesmo que temporário, mas o Hamas rejeitou a trégua e diz que continuará lutando.

É isso?

17 janeiro 2009

Posse de Obama custará U$$ 5 milhões

O negócio é inimaginável na América Latina. Um presidente eleito vender os direitos exclusivos dos principais eventos da cerimônia de sua posse (terça-feira, dia 20) por US$ 5 milhões. Nos Estados Unidos, no entanto, é apenas mais um negócio, que embora lícito, tem provocado polêmica pela voracidade com que os legionários de Obama levantam fundos para a grande festa de transmissão de poder.

O comitê de posse de Obama fechou acordo com três grandes redes norte-americanas de TV para transmitir alguns dos eventos mais importantes da cerimônia de posse, segundo informações publicadas neste sábado pelo jornal The Washington Post.

Por US$ 2,5 milhões, a HBO adquiriu os direitos do megaconcerto deste domingo, no The Mall, de Washington, com a presença de Bono e seu U2, Bruce Springsteen, Beyoncé, entre outras estrelas. O sinal exclusivo estará disponível apenas para usuários que recebem o canal ou possuem recepção de TV digital.

Já a Walt Disney Co. pagou US$ 2 milhões para colocar no ar nos seus canais Disney e ABC dois eventos premium. A Disney transmitirá na próxima segunda-feira um concerto dedicado as crianças, com a presença das futuras primeira-dama Michelle Obama e vice Jill Biden. A rede ABC, por sua vez, vai exibir a disputada festa da posse da cidade, o primeiro dos 10 eventos oficiais programados para 20 de janeiro. Terá acesso quase exclusivo, pois apenas um seleto grupo de jornalistas que regularmente cobre o dia a dia da presidência poderá entrar no local. A emissora vai inserir blocos comerciais na transmissão, o que evidencia que vai obter lucro sobre o evento.

Finalmente, a MTV, do grupo Viacom, desembolsou US$ 650 mil para transmitir, também na terça-feira, a Festa da Juventude, com a presença do próprio Obama.

Outras redes de TV e a mídia em geral, alijadas do fino cardápio de festividades, utilizam o argumento do caráter público do evento para gritar contra a exclusividade. Claro, preferiam um pool de imagens para compartilhar por todos e para todos.

A venda de direitos para a posse não é um privilégio de Obama. Outro Democrata, Bill Clinton, também licenciou direitos para a HBO e CBS durante sua posse em 1993. A maioria dos presidentes, no entanto, descartou essa prática.

A festa inclusiva e aberta prometida por Obama não tem custo geral divulgado. A porta-voz do comitê de posse, Linda Douglass, informou que apenas de infra-estrutura para as transmissões dos quatro eventos vendidos com exclusividade para as redes de TV serão gastos US$ 10 milhões.

O comitê de posse de Obama já arrecadou US$ 35 milhões. Não foram aceitas doações diretas de empresas, comitês políticos, estrangeiros e lobistas oficiais. Doações individuais foram limitadas em US$ 50 mil.
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*Antonio Prada - Portal Terra

Censura

O autor da novela “A Favorita”, que terminou ontem (16), ficou fulo ao constatar que o final da trama que concebera fora publicado pelo jornal O Dia. João Emanuel Carneiro, que sem dúvida merece os aplausos pelo sucesso da trama, foi extremamente infeliz ao declarar em entrevista ao próprio diário carioca, que jamais concederia entrevista ao jornal e que recomendaria a TV Globo a suspender qualquer tipo de relação com a empresa com sede na Rua do Riachuelo, no Centro. Carneiro foi mais além: informou que a emissora instalou uma espécie de CPI para apurar quem foi o responsável pelo vazamento da informação. Disse que se identificado, o funcionário seria demitido.

O Dia , em sua coluna Telenotícia, antecipou o destino da vilã da novela – a personagem Flora, interpretada pela atriz Patrícia Pilar. Flora, após passar quase oito meses promovendo toda sorte de maldades, acabou baleada pela própria filha Lara (Mariana Ximenez) na casa da família Fontini, no Guarujá – litoral paulista -, e acaba voltando para a prisão.

Os jornalistas e artistas em geral, cineastas, escritores, atores e dramaturgos foram as grandes vítimas durante a ditadura, os chamados “anos de chumbo”. Justamente por isso, esperava-se do autor da novela uma postura diferente, uma atitude de grandeza ante o “furo” dado pelo O Dia. Mas não, Carneiro preferiu amaldiçoar o jornal.

Lamentável.

16 janeiro 2009

Longa vida dos jornais

Fernando Gabeira


O presidente Lula não gosta de ler jornais. Foi uma decepção para a imprensa, pois através dela foi escolhido um dos homens mais influentes do planeta. Trabalho em jornal desde adolescente. Tempo em que os linotipistas tinham de tomar leite para evitar a intoxicação por chumbo.
Como o meu negócio é tornar os jornais mais atraentes, não brigo com quem não os lê; pergunto sempre como podemos melhorar.
Um dos argumentos mais esgrimidos nessas polêmicas é que a internet está matando os jornais. Na semana em que se discute isso no Brasil, o "Los Angeles Times" anuncia que sua receita na internet superou a do jornal impresso e hoje é a sustentação principal da empresa.
Isso significa, ao contrário, que a internet está salvando os jornais? Também é um exagero. O que a internet vai fazer é obrigar os jornais a grandes mudanças.
Pessoas para quem a leitura é uma das razões de viver às vezes são impacientes com outras formas de comunicar. Por exemplo: a fotografia ganhou espaço nos jornais brasileiros graças também à competência de nossos fotógrafos. Muitos editores a viam como uma forma secundária.
Agora o desafio é outro. Dezenas de novos programas de visualização disputam espaço. Num mundo complicado, ver mapas e gráficos nos dá a impressão de controlar a realidade. Podemos desenhá-la em camadas que aprofundam o conhecimento do tema.
Um dos criadores desses programas, para ilustrar a diferença genética entre homem e macaco, desenhou, num fundo negro, com minúsculas letras brancas, a cabeça do macaco. Havia raros pontos vermelhos -eram a marca da diferença.
Não se trata mais só de absorver a fotografia. Mas de explorar maneiras de visualização. Evoluir para sobreviver é a tarefa que a indiferença nos provoca.

*Artigo publicado hoje (16/01/09) na Folha de S. Paulo

13 janeiro 2009

Dedo no gatilho

O filófoso Luiz Carlos Trabuco Cappi, de 57 anos, foi o escolhido para reconduzir o Bradesco à liderança do ranking das instuições bancárias do país. Seu nome foi uma indicação pessoal do presidente do conselho de administração do banco, Lázaro de Mello Brandão.

Sou de uma época em que os bancos não eram vistos tanto como os algozes da classe média. Uma época em que serviços simples, como a emissão de extratos e a simples consulta de movimentações bancárias não sofriam uma taxação tão implacável como é hoje. Um período em que os juros cobrados pelos bancos não levavam pessoas a sentirem lesadas, sem ter a quem recorrer.

Nessa época distante, trabuco, na linguagem popular, significava arma, revólver.

Era comum as pessoas dizerem: "O trabuco estava escondido sob a mesa".

Os lucros estratosféricos dos bancos se deve muito a essa ciranda de juros, taxas e demais cobranças.

Um verdadeiro tiro nas contas dos correntistas e investidores.

12 janeiro 2009

Repaginada


Ano novo, vida nova. O governo está de cara nova. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, de 61 anos, virtual candidata do Planalto à sucessão de Lula, apareceu pela primeira vez em público após submeter-se, em dezembro, a uma bioplastia de rejuvenescimento do rosto - procedimento similar a uma cirurgia plástica -, numa clínica particular de Porto Alegre. Dilma esteve presente num evento da indústria de couro em São Paulo, ao lado do presidente Lula.

Sem demonstrar irritação com os fotógrafos, que queriam registrar cada nuance da pele revitalizada da ministra, Dilma sorriu, bocejou e cochichou com o presidente.

Resta agora saber se o governo passará a adotar uma nova forma de lidar com a crise de emprego e com o recuo dos invesgtimentos externos no país. O otimismo do presidente é justificável e, de certa forma, importante. Mas não podemos nos deixar levar por sonhos ufanistas, capazes de cerrar nossos olhos ante às dificuldades e intempéries que se anunciam este ano por causa da crise financeira mundial.

09 janeiro 2009

Viena é aqui


Ele foi apresentado ao violino na casa de uma amiga, que guardava o instrumento ganho de presente como uma espécie de relíquia. De lá para cá passaram-se seis anos e Rodrigo Xavier, 24 anos, nunca mais abandonou o instrumento, o qual aprendeu a tocar por conta própria. A paixão pelos acordes foi dividida com a Química, curso que frequentou até o terceiro ano na Universidade do Estado de São Paulo (Unesp). Nascido na capital paulista, o músico passa as tardes nas escadarias das estações do metrô em busca de uns trocados, suficientes para pagar a diária de R$ 20 cobrada pela dono da hospedaria na Lapa, onde chegou em dezembro, vindo de São Paulo, na esperança de dias melhores.

Perguntado sobre o porquê de ter trocado a efervescente Praça da Sé pelo corre-corre do Largo da Carioca, Rodrigo diz apostar na tradição cultural da cidade do Rio.

- A arte no Rio chama mais a atenção. Aqui é um núcleo forte. O Rio tem samba, choro - resume o músico, que justifica a escolha do violino como o instrumento "que mais representa a voz humana".

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