É válida a tentativa do Congresso em regulamentar o exercício da meia entrada para cinemas, teatros e espetáculos em geral, dada à profusão de carteiras garantindo o benefício destinado exclusivamente a estudantes e idosos com idades acima de 65 anos. O texto que tramita na Comissão de Educação daquela Casa estabelece em no máximo 40% da carga total de ingressos destinados a esse público.
A produção cultural tem um custo elevado que o preço dos ingressos não vem arcando. O que não se pode,a título de disciplinar o setor, é cortar um direito assegurado a estudantes e pessoas da terceira idade, ante à suposição de que todo documento exibido na bilheteria é falso.
A União Nacional dos Estudantes (UNE)já se apressou em admitir o problema das carteiras falsas e deu um passo adiante: sugeriu a padronização da confecção das carteiras pela Casa da Moeda.
Trata-se de uma sugestão válida que merece ser apreciada. Enquanto isso não ocorre, cabe aos produtores teatrais, empresários donos de cinema e demais casas de espetáculos passar a mão na Constituição, onde a presunção da inocência está elencada.
25 novembro 2008
24 novembro 2008
Flu e Inter fracassam e permanecem fora da Libertadores em 2009
Foram inócuas as tratativas de Fluminense e Internacional de Porto Alegre de disputar a Copa Libertadores de 2009, ocupando as vagas das três equipes peruanas punidas com suspensão pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
A virada de mesa pretendida pelos dirigentes cariocas e gaúchos se revelaria uma página negra na história dos dois clubes brasileiros, de tradição inconteste, mas que em 2008 não conseguiram, pelo que exibiram dentro de campo, reivindicar o direito de disputar a competição continental no ano que vem. O Flumimense até que esteve perto, ao decidir o título deste ano contra a LDU, do Equador, no dia 2 de julho. A equipe equatoriana acabou sagrando-se campeã, ganhando do tricolor nos pênaltis, em pleno Maracanã, diante de mais de 80 mil torcedores.
Qualquer iniciativa dos dois clubes brasileiros de tentar impor sua presença na competição em 2009, ignorando os critérios técnicos estabelecidos pela Conmebol, configuraria virada de mesa. Graças ao bom senso dos dirigentes da Confederação Sul-Americana, a pretensão não passou de um sonho de primavera.
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AE - Agência Estado
Fifa suspende Peru de competições internacionais
ASSUNÇÃO - A Fifa decidiu nesta segunda-feira suspender o Peru de todas as competições internacionais por causa do conflito entre a federação de futebol e o governo do país, mas não há chance de a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) colocar Internacional ou Fluminense na próxima edição da Libertadores nas vagas das equipes peruanas.
O assunto será resolvido no próximo dia 19 de dezembro, em reunião do Comitê Executivo da Fifa. O mais provável é que, caso a situação da Federação Peruana não seja regularizada, a Conmebol dê uma vaga a mais na Libertadores para três países que seriam definidos por sorteio. Se o Brasil for um desses países, o time que terminar em quarto lugar no Brasileirão não disputará uma vaga na fase preliminar e irá direto para a fase de grupos.
O Internacional tinha esperança de herdar uma das três vagas reservadas aos clubes peruanos se ganhar o título da Copa Sul-Americana (nesta quarta fará o primeiro jogo da final contra o Estudiantes, na Argentina). E o Fluminense sonhava em ser indicado por ter sido vice-campeão do torneio neste ano. O sorteio que definirá os grupos da Libertadores de 2009 será realizado nesta terça (25), em Assunção, no Paraguai. As três vagas destinadas aos times peruanos ficarão abertas.
A virada de mesa pretendida pelos dirigentes cariocas e gaúchos se revelaria uma página negra na história dos dois clubes brasileiros, de tradição inconteste, mas que em 2008 não conseguiram, pelo que exibiram dentro de campo, reivindicar o direito de disputar a competição continental no ano que vem. O Flumimense até que esteve perto, ao decidir o título deste ano contra a LDU, do Equador, no dia 2 de julho. A equipe equatoriana acabou sagrando-se campeã, ganhando do tricolor nos pênaltis, em pleno Maracanã, diante de mais de 80 mil torcedores.
Qualquer iniciativa dos dois clubes brasileiros de tentar impor sua presença na competição em 2009, ignorando os critérios técnicos estabelecidos pela Conmebol, configuraria virada de mesa. Graças ao bom senso dos dirigentes da Confederação Sul-Americana, a pretensão não passou de um sonho de primavera.
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AE - Agência Estado
Fifa suspende Peru de competições internacionais
ASSUNÇÃO - A Fifa decidiu nesta segunda-feira suspender o Peru de todas as competições internacionais por causa do conflito entre a federação de futebol e o governo do país, mas não há chance de a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) colocar Internacional ou Fluminense na próxima edição da Libertadores nas vagas das equipes peruanas.
O assunto será resolvido no próximo dia 19 de dezembro, em reunião do Comitê Executivo da Fifa. O mais provável é que, caso a situação da Federação Peruana não seja regularizada, a Conmebol dê uma vaga a mais na Libertadores para três países que seriam definidos por sorteio. Se o Brasil for um desses países, o time que terminar em quarto lugar no Brasileirão não disputará uma vaga na fase preliminar e irá direto para a fase de grupos.
O Internacional tinha esperança de herdar uma das três vagas reservadas aos clubes peruanos se ganhar o título da Copa Sul-Americana (nesta quarta fará o primeiro jogo da final contra o Estudiantes, na Argentina). E o Fluminense sonhava em ser indicado por ter sido vice-campeão do torneio neste ano. O sorteio que definirá os grupos da Libertadores de 2009 será realizado nesta terça (25), em Assunção, no Paraguai. As três vagas destinadas aos times peruanos ficarão abertas.
Santa Catarina pede socorro
As chuvas castigam há pelo menos 50 dias o estado de Santa Catarina. O governador Luiz Henrique da Silveira(PMDB) decretou estado de emergência no estado e, segundo a Defesa Civil, 33 pessoas já morreram em conseqüência da enxurrada.
Fuzil com guaraná

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou que tenha participado de ações armadas durante a ditadura, inclusive do assalto à casa do ex-governador de São Paulo Ademar de Barros. Ela admitiu, contudo, que aprendera a montar e a desmontar um FAL (fuzil automático leve) "de olhos fechados" durante os anos em que atuou nas fileiras contra os governos militares. A preferida do presidente Lula para sua sucessão em 2010 reafirmou que o crime de tortura "é imprescritível". Dilma Roussef rebateu que esteja pavimentando sua caminhada rumo ao Palácio do Planalto, mas ressaltou que ser presidente do Brasil "é um sonho de qualquer brasileiro".
A ministra foi a entrevistada, neste domingo (23) à noite, do talk show "É Notícia", apresentado pelo jornalista Kennedy Alencar, repórter especial da Folha de S. Paulo, e levado ao ar pela Rede TV. Ela elogiou as iniciativas do governo diante da crise financeira mundial e garantiu a realização das obras do PAC. A ministra, que tem fama de durona, admitiu que costuma cobrar com rigor o cumprimento do cronograma das obras do PAC, lembrando, contudo, que não abre mão de suas caminhadas matinais em Brasília antes de encarar sua jornada diária de trabalho, nunca inferior a 13 horas.
Durante a entrevista, Dilma se mostrou bastante à vontade, e revelou que prefere guaraná a suco de abacaxi. Ela se disse fã de Chico Buarque e que tem no escritor Machado de Assis um ídolo. A ministra elogiou os governadores José Serra(PSDB), Paulo Hartung (PSB) e Sérgio Cabral (PMDB), representantes, segundo ela, "de uma nova safra de governadores". Sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dilma destacou sua importância para o país, elogiando a atuação de seu governo na elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ela observou, entretanto, que diverge dos "tucanos" "na forma de ver o Brasil". A ministra falou da importância da existência de um arco de alianças para garantir a governabilidade do país, não descartando uma aproximação do PT com o PSDB num futuro ainda distante.
23 novembro 2008
Solução caseira
O presidente eleito americano, Barack Obama, anunciou, durante o seu programa semanal de rádio, que sua equipe está trabalhando para implantar, a partir de 20 de janeiro, quando o democrata desembarca de mala e cuia na Casa Branca, um conjunto de medidas que vise a reverter os efeitos da crise econômica que derrubou as contas do país. Obama disse que, entre as medidas de recuperação que estão sendo formuladas, está a criação de 2,5 milhões de novos postos de trabalho até 2011.
Os efeitos mais visíveis da crise econômica que varreu os Estados Unidos e se estendeu para outros mercados são o recuo da oferta do crédito, a desacelaração da produção e a retração do consumo. Este cenário fez com que o país registrasse índices de desemprego históricos - segundo o Departamento do Trabalho, 540 mil pessoas entraram com novos pedidos por seguro-desemprego na semana passada, a maior alta em 16 anos.
Enquanto isso, por aqui, o presidente Lula anuncia amanhã uma meta ambiciosa: a de promover a inclusão de 800 ml jovens no mercado de trabalho até 2010.
É esperar para ver.
Os efeitos mais visíveis da crise econômica que varreu os Estados Unidos e se estendeu para outros mercados são o recuo da oferta do crédito, a desacelaração da produção e a retração do consumo. Este cenário fez com que o país registrasse índices de desemprego históricos - segundo o Departamento do Trabalho, 540 mil pessoas entraram com novos pedidos por seguro-desemprego na semana passada, a maior alta em 16 anos.
Enquanto isso, por aqui, o presidente Lula anuncia amanhã uma meta ambiciosa: a de promover a inclusão de 800 ml jovens no mercado de trabalho até 2010.
É esperar para ver.
22 novembro 2008
Amistoso da seleção atinge ética do governo
SIMONE IGLESIAS
SUCURSAL DA FOLHA DE S. PAULO EM BRASÍLIA
Os gols da seleção animaram, na última quarta, convidados que se acotovelavam na tribuna de honra do Bezerrão, área VIP regada a canapés, penne e bebidinhas não-alcoólicas. Nada demais se não circulassem, entre Pelé e Felipe Massa, autoridades do Executivo e do Judiciário que descumpriram código de ética ao aceitar o convite e usar carro e segurança oficiais.
Os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, foram convidados pela CBF e pelo governo do DF. Mendes levou a mulher, e Ayres Britto chegou de carro oficial, com o filho e dois amigos. A postura de ambos é questionada pelo código de ética da magistratura, que diz: "É dever do magistrado recusar vantagens de ente público, de empresa privada ou de pessoa física que possam comprometer a independência funcional".
O uso do carro oficial é restrito pelo código de conduta, que proíbe usar para fins privados, sem autorização, bens ou meios disponibilizados para o exercício das funções. O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, também circulou pela tribuna a convite da CBF. Entre os convidados que ocupam cargos no Executivo, foram ao Bezerrão os ministros Luiz Barretto (Turismo), Juca Ferreira (Cultura) e Carlos Lupi (Trabalho) e a coordenadora de Relações Públicas do Planalto, Evanise Santos.
Os servidores do governo foram convidados pelo Ministério do Esporte. Mas, mesmo que seja um órgão da União, a Comissão de Ética Pública da Presidência veda o recebimento, por autoridades do Executivo, de convite para evento esportivo cujo custo ultrapasse R$ 100. A presença é permitida quando o exercício da função recomendar comparecimento.
Não havia convite à venda para a área VIP, mas, pela visão privilegiada da partida e com os mimos para os convidados, o valor do ingresso seria superior aos R$ 100 cobrados para se sentar na arquibancada. No ano passado, a distribuição de convites pela TV Globo e pela TAM para o espetáculo "Alegría", do Cirque du Soleil, causou dores de cabeça no governo e no Judiciário.
Aceitaram o convite Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Lula, Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, e Marco Aurélio Mello, ministro do STF. Carvalho foi advertido pela Comissão de Ética Pública. Marco Aurélio disse não ter visto inconveniente no convite.
SUCURSAL DA FOLHA DE S. PAULO EM BRASÍLIA
Os gols da seleção animaram, na última quarta, convidados que se acotovelavam na tribuna de honra do Bezerrão, área VIP regada a canapés, penne e bebidinhas não-alcoólicas. Nada demais se não circulassem, entre Pelé e Felipe Massa, autoridades do Executivo e do Judiciário que descumpriram código de ética ao aceitar o convite e usar carro e segurança oficiais.
Os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, foram convidados pela CBF e pelo governo do DF. Mendes levou a mulher, e Ayres Britto chegou de carro oficial, com o filho e dois amigos. A postura de ambos é questionada pelo código de ética da magistratura, que diz: "É dever do magistrado recusar vantagens de ente público, de empresa privada ou de pessoa física que possam comprometer a independência funcional".
O uso do carro oficial é restrito pelo código de conduta, que proíbe usar para fins privados, sem autorização, bens ou meios disponibilizados para o exercício das funções. O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, também circulou pela tribuna a convite da CBF. Entre os convidados que ocupam cargos no Executivo, foram ao Bezerrão os ministros Luiz Barretto (Turismo), Juca Ferreira (Cultura) e Carlos Lupi (Trabalho) e a coordenadora de Relações Públicas do Planalto, Evanise Santos.
Os servidores do governo foram convidados pelo Ministério do Esporte. Mas, mesmo que seja um órgão da União, a Comissão de Ética Pública da Presidência veda o recebimento, por autoridades do Executivo, de convite para evento esportivo cujo custo ultrapasse R$ 100. A presença é permitida quando o exercício da função recomendar comparecimento.
Não havia convite à venda para a área VIP, mas, pela visão privilegiada da partida e com os mimos para os convidados, o valor do ingresso seria superior aos R$ 100 cobrados para se sentar na arquibancada. No ano passado, a distribuição de convites pela TV Globo e pela TAM para o espetáculo "Alegría", do Cirque du Soleil, causou dores de cabeça no governo e no Judiciário.
Aceitaram o convite Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Lula, Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, e Marco Aurélio Mello, ministro do STF. Carvalho foi advertido pela Comissão de Ética Pública. Marco Aurélio disse não ter visto inconveniente no convite.
Calote entre "irmãos"
O Itamaraty chamou de volta ao Brasil o embaixador brasileiro em Quito, Antonino Marques Porto. A medida evidencia a contrariedade do governo brasileiro com o presidente Rafael Correa, ante à decisão do governo de Quito de suspender o pagamento da dívida de US$ 243 milhões com o BNDES, referente à construção de uma usina hidrelétrica no país.
A decisão do presidente equatoriano de aplicar o calote no banco brasileiro joga um balde de água fria nas relações entre Brasília e Quito.
Durante o recente conflito envolvendo a Colômbia e o Equador, quando o presidente Rafael Correa acusou o seu colega colombiano, Alvaro Uribe, de ter ordenado uma operação do Exército colombiano contra os guerrilheiros das Farc refugiados em território equatoriano, o presidente Lula, instado a atuar como mediador na contenda, se apressou em condenar a ação militar colombiana na região de fronteira com o Equador.
A decisão do presidente equatoriano de aplicar o calote no banco brasileiro joga um balde de água fria nas relações entre Brasília e Quito.
Durante o recente conflito envolvendo a Colômbia e o Equador, quando o presidente Rafael Correa acusou o seu colega colombiano, Alvaro Uribe, de ter ordenado uma operação do Exército colombiano contra os guerrilheiros das Farc refugiados em território equatoriano, o presidente Lula, instado a atuar como mediador na contenda, se apressou em condenar a ação militar colombiana na região de fronteira com o Equador.
Todo o poder às mulheres
Sai Condolezza entra Hillary. Se a transição na Casa Branca já se revelara histórica por causa da ascensão do primeiro presidente negro da história americana, agora o presidente eleito, Barack Obama, reforça a tese de que por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher.
Muito embora esta premissa não tenha se revelado verdadeira no que se refere a George W. Bush. Nada contra a altiva Condolezza Rice, muito pelo contrário.
O New York Times anunciou que a senadora democrata derrotada nas primárias, Hillary Clinton, foi convidada e aceitou ocupar o não menos influente cargo de secretária de Estado americano.
Caberá assim à ex-primeira dama conduzir a política externa ditada pelo governo de Barack Obama a partir de janeiro, levando o mundo a conhecer a sua forma de lidar com a diversidade econômica e política existente fora dos limites do país.
Muito embora esta premissa não tenha se revelado verdadeira no que se refere a George W. Bush. Nada contra a altiva Condolezza Rice, muito pelo contrário.
O New York Times anunciou que a senadora democrata derrotada nas primárias, Hillary Clinton, foi convidada e aceitou ocupar o não menos influente cargo de secretária de Estado americano.
Caberá assim à ex-primeira dama conduzir a política externa ditada pelo governo de Barack Obama a partir de janeiro, levando o mundo a conhecer a sua forma de lidar com a diversidade econômica e política existente fora dos limites do país.
21 novembro 2008
'NYT' reimprime edição que manchetava a vitória de Obama

Quem não conseguiu comprar a histórica edição do jornal The New York Times com a vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais americanas terá mais uma chance. Por meio do site do diário, os leitores podem agora encomendar um exemplar de uma reimpressão da edição de 5 de novembro pelo preço de US$ 14,95.
Esta quarta-feira, dia seguinte às eleições, foi um ótimo dia para os editores de jornais. As edições com a foto do candidato democrata na capa se esgotaram rapidamente nas bancas dos Estados Unidos, e os principais jornais tiveram dificuldades para atender à demanda.
"Esse tipo de demanda pelos nossos jornais não se parece com nada que tenha acontecido na história recente", disse Randy Michaels, chefe operacional do Tribune Co. "Esta é uma demonstração clara de que as pessoas continuam recorrendo ao seu jornal local para ajudá-las a entender e interpretar as notícias do dia-a-dia - e isso é especialmente verdade quando se trata de grandes acontecimentos", completou.
O New York Times e o Washington Post tiveram de lançar edições comemorativas sobre a vitória de Obama, pois não havia mais jornais de quarta-feira para vender a quem tentava encomendá-los. Os jornais de San Francisco, Denver e Chicago também se esgotaram e lançaram edições especiais. Milhares de cópias extras foram impressas em Baltimore, Hartford, Connecticut e Orlando, na Flórida.
O Los Angeles Times, cuja manchete foi "É Obama", decidiu manter a gráfica funcionando continuamente, a fim de atender a todas as pessoas que compareceram em sua redação para comprar a edição. Foram impressas pelo menos mais 100 mil cópias. Ainda assim, uma delas foi posta à venda no site de vendas eBay por US$ 40. Um vendedor bastante otimista chegou a pedir US$ 2 mil por uma edição do Charlotte Observer, diário da cidade Charlotte, na Carolina do Norte.
Fonte: Agência Estado
Crise no ninho do urubu
De nada valeram os cinco gols marcados contra o Palmeiras durante a vitória com autoridade sobre o Verdão no último domingo. O Flamengo, após um suspiro de recuperação no Campeonato Brasileiro, visando a difícil mas não impossível conquista do hexa, acaba de mergulhar numa crise interna, que tem no goleiro Bruno o seu pivô. O goleiro acabou multado pela direção do rubro-negro por ter se recusado, esta semana, a almoçar e a jantar com o grupo no hotel na Barra da Tijuca, onde a equipe está concentrada para a partida do próximo domingo, no Mineirão, contra o Cruzeiro.
O Jornal carioca Extra revelou o ato de insubordinação do goleiro que, contrariado com o que chamou de "deduragem", acabou revelando à opinião pública a existência de uma crise interna no elenco que, de acordo com Bruno, está profundamente descontente com os métodos de trabalho, bem como a programação traçada pela comissão técnica comandada pelo técnico Caio Junior.
Se a imensa torcida rubro-negra estava eufórica com a possibilidade de o time subir na tabela e encostar no líder São Paulo, a divulgação da crise arrefeceu os ânimos.
Resta saber se o profissionalismo, que é marca característica do São Paulo em sua trajetória vitoriosa, estará de volta à Gávea, a fim de fazer o time se manter no caminho das vitórias ou se o fará se distanciar do sonho do hexa.
O Jornal carioca Extra revelou o ato de insubordinação do goleiro que, contrariado com o que chamou de "deduragem", acabou revelando à opinião pública a existência de uma crise interna no elenco que, de acordo com Bruno, está profundamente descontente com os métodos de trabalho, bem como a programação traçada pela comissão técnica comandada pelo técnico Caio Junior.
Se a imensa torcida rubro-negra estava eufórica com a possibilidade de o time subir na tabela e encostar no líder São Paulo, a divulgação da crise arrefeceu os ânimos.
Resta saber se o profissionalismo, que é marca característica do São Paulo em sua trajetória vitoriosa, estará de volta à Gávea, a fim de fazer o time se manter no caminho das vitórias ou se o fará se distanciar do sonho do hexa.
Guerra subterrânea
Policiais federais, em conflito com a chefia e em aliança subterrânea com espiões do governo, armam uma rede para apanhar um banqueiro suspeito. A cúpula policial revida, expurga desafetos e consegue um mandado para invadir escritórios da agência de espionagem, onde apreende documentos e bancos de dados.
A trama, um aglutinado de lugares-comuns dos suspenses de espionagem, foi 100% rodada no Brasil e não tem nada de fictícia. Foi produzida pela acefalia que dá livre curso à batalha grupal em que estão engolfadas a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência.
O sigilo de "dados de inteligência necessários à defesa do Estado", compilados por arapongas da Abin, ficou vulnerável, argumenta o advogado-geral da União -e adiciona ao rocambole o toque de ameaça à segurança nacional que não pode faltar nesse tipo de enredo.
A batida dos policiais na agência também "desmoraliza" a Abin em sua relação com "países de vital interesse estratégico para o Estado brasileiro", reclamou um indignado general Jorge Felix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, em carta ao ministro da Justiça, Tarso Genro, revelada por esta Folha. Afinal, que governo gostaria de trocar informações de inteligência com Brasília se esses dados estão sujeitos à devassa policial?
De fato, é inaceitável que a Abin seja alvo de intrusões da Polícia Federal. Mesmo no caso de uma nação de tradição pacífica como o Brasil, é preciso sustentar um serviço de inteligência e contra-espionagem -para questões de natureza econômica e ambiental por exemplo- de caráter reservado, embora sujeito a prestações de contas a comitês parlamentares.
Mas as distorções suscitadas por esse caso são generalizadas. Antes de ter escritórios invadidos, o descontrole da Abin permitiu que 60 de seus agentes, lotados na sede e noutros 11 birôs regionais, participassem de uma investigação da Polícia Federal, a chamada operação Satiagraha. Como se não bastasse tamanho abuso -agentes da Abin não podem exercer função policial-, ainda pesa sobre servidores ligados seja à Abin seja à PF a suspeita de terem realizado escutas telefônicas ilegais.
A guerra de grupos ganhou vida própria a partir das entranhas de duas poderosas instituições federais. Os ministros que ocuparam a pasta da Justiça na gestão Lula nada fizeram para interromper a balcanização da Polícia Federal. Já passa da hora de o presidente da República restabelecer a autoridade do governo sobre as duas repartições.
*Editorial publicado hoje (21) na Folha de S.Paulo
A trama, um aglutinado de lugares-comuns dos suspenses de espionagem, foi 100% rodada no Brasil e não tem nada de fictícia. Foi produzida pela acefalia que dá livre curso à batalha grupal em que estão engolfadas a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência.
O sigilo de "dados de inteligência necessários à defesa do Estado", compilados por arapongas da Abin, ficou vulnerável, argumenta o advogado-geral da União -e adiciona ao rocambole o toque de ameaça à segurança nacional que não pode faltar nesse tipo de enredo.
A batida dos policiais na agência também "desmoraliza" a Abin em sua relação com "países de vital interesse estratégico para o Estado brasileiro", reclamou um indignado general Jorge Felix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, em carta ao ministro da Justiça, Tarso Genro, revelada por esta Folha. Afinal, que governo gostaria de trocar informações de inteligência com Brasília se esses dados estão sujeitos à devassa policial?
De fato, é inaceitável que a Abin seja alvo de intrusões da Polícia Federal. Mesmo no caso de uma nação de tradição pacífica como o Brasil, é preciso sustentar um serviço de inteligência e contra-espionagem -para questões de natureza econômica e ambiental por exemplo- de caráter reservado, embora sujeito a prestações de contas a comitês parlamentares.
Mas as distorções suscitadas por esse caso são generalizadas. Antes de ter escritórios invadidos, o descontrole da Abin permitiu que 60 de seus agentes, lotados na sede e noutros 11 birôs regionais, participassem de uma investigação da Polícia Federal, a chamada operação Satiagraha. Como se não bastasse tamanho abuso -agentes da Abin não podem exercer função policial-, ainda pesa sobre servidores ligados seja à Abin seja à PF a suspeita de terem realizado escutas telefônicas ilegais.
A guerra de grupos ganhou vida própria a partir das entranhas de duas poderosas instituições federais. Os ministros que ocuparam a pasta da Justiça na gestão Lula nada fizeram para interromper a balcanização da Polícia Federal. Já passa da hora de o presidente da República restabelecer a autoridade do governo sobre as duas repartições.
*Editorial publicado hoje (21) na Folha de S.Paulo
Sofá da sala trocado

A Polícia Militar do Rio anunciou a exoneração do comandante do Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (Gpae) do Morro do Cantagalo - Zona Sul do Rio -, major Ubiratan Saraiva de Carvalho. Coincidentemente, o anúncio da mudança ocorre dias após o jornal O Globo publicar denúncia de que o grupamento, em dez meses, não efetuara mais do que duas apreensões de armas e drogas na comunidade.
Historicamente, os postos avançados da PM no Rio, sobretudo aqueles localizados em comunidades carentes, sempre funcionaram meio que simbolicamente, mais como uma referência do Estado do que um local onde o cidadão podia recorrer durante alguma emergência. Distantes dos quartéis, as unidades ficam longe das decisões do comando, fazendo com que os policiais fiquem abandonados a própria sorte.
Evidente que um número tão baixo de apreensões no Cantagalo denota que a presença ali dos policiais era mais protocolar do que para reprimir o tráfico local. Tanto é verdade que somente duas apreensões foram realizadas em quase um ano. E não é sensato imaginar que poderia ser diferente. O que poderiam fazer uns poucos policiais contra um exército de jovens, a maioria drogada, armados até os dentes?
E o que fez o comando da PM? Substituiu o major responsável pelo grupamento por outro oficial, de mesma patente.
O resultado da mudança? Certamente não será muito diferente.
A PM na verdade, ao ser instada a justificar o pífio desempenho de sua unidade, resolveu trocar o sofá da sala.
18 novembro 2008
Dobradinha explosiva
Logo logo, beneficiado pela repentina visibilidade adquirida nos últimos meses, o delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, pivô se não da maior, de uma das mais agudas crises internas da instituição, se lança candidato pelo PSOL à sucessão do presidente Lula, fazendo dobradinha com a ex-senadora e não menos intrépida Heloísa Helena, eleita vereadora por Maceió.
Tudo leva a crer que o policial, que ontem esteve no Rio Grande do Sul participando de um ato de desagravo a seu favor promovido pelo PSOL, deverá ser indiciado por quebra de sigilo pela PF durante a condução da Operação Satiagraha.
O delegado vive hoje uma situação no mínimo curiosa. Indicado para comandar as investigações em torno do banqueiro Daniel "Edgar Hoover" Dantas, o policial passou de caçador à presa, muito embora as acusações de irregularidades atinjam a ambos os lados.
Mesmo estando a milhares de quilômetros de distância, Protógenes, na semana passada, foi o personagem da representação encaminhada pelo PSOL à Procuradoria-Geral da República, solicitando informações sobre a legalidade da operação desencadeada pela Corregedoria da PF contra o delegado.
Tudo leva a crer que o policial, que ontem esteve no Rio Grande do Sul participando de um ato de desagravo a seu favor promovido pelo PSOL, deverá ser indiciado por quebra de sigilo pela PF durante a condução da Operação Satiagraha.
O delegado vive hoje uma situação no mínimo curiosa. Indicado para comandar as investigações em torno do banqueiro Daniel "Edgar Hoover" Dantas, o policial passou de caçador à presa, muito embora as acusações de irregularidades atinjam a ambos os lados.
Mesmo estando a milhares de quilômetros de distância, Protógenes, na semana passada, foi o personagem da representação encaminhada pelo PSOL à Procuradoria-Geral da República, solicitando informações sobre a legalidade da operação desencadeada pela Corregedoria da PF contra o delegado.
17 novembro 2008
Balas e números
O prefeito eleito, Eduardo Paes, renega fatos e números e faz política com um tema complexo e de difícil solução, ao rechaçar a existência de uma política de confronto no Rio. Ao ser entrevistado pela apresentadora Marília Gabriela, no GNT, na noite deste domingo (16), ele afirmou que a população não estava acostumada a ver a polícia combatendo o crime. "Não há nenhuma política de confronto. Só que a sociedade ficou muito tempo sem combater a criminalidade e agora as pessoas chamam as ações de política de confronto. Vamos apoiar o governo estadual", apelou.
Se assim o fosse, o que fez a polícia comandada pelo governador Sérgio Cabral - padrinho político de Paes – antes de ele assumir o governo no ano passado? Ficou inerte, de braços cruzados? Os números relativos às prisões efetuadas, à quantidade de drogas apreendidas e de armas retiradas de circulação estão e sempre estiveram à disposição do governo.
As celas do Complexo Penitenciário de Bangu estão abarrotadas de presos. Não é razoável crer que antes de Cabral assumir elas estavam às moscas. Basta recorrer aos números e à memória.
Se assim o fosse, o que fez a polícia comandada pelo governador Sérgio Cabral - padrinho político de Paes – antes de ele assumir o governo no ano passado? Ficou inerte, de braços cruzados? Os números relativos às prisões efetuadas, à quantidade de drogas apreendidas e de armas retiradas de circulação estão e sempre estiveram à disposição do governo.
As celas do Complexo Penitenciário de Bangu estão abarrotadas de presos. Não é razoável crer que antes de Cabral assumir elas estavam às moscas. Basta recorrer aos números e à memória.
16 novembro 2008
Guantánamo não é tudo
O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (16) que pretende fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba, para recuperar "a estatura moral dos Estados Unidos no mundo". "Eu afirmei várias vezes que tinha a intenção de desativar Guantánamo, e continuarei assim, e é isso que farei", disse Obama, que assumirá a presidência americana no dia 20 de janeiro.
É ingenuidade imaginar que o simples anúncio do encerramento das atividades na ilha caribenha decretará o fim das violações das garantias individuais impostas pelo governo de Washington.
Os Estados Unidos sempre invocaram o argumento de que o país não pode recuar na guerra contra o terror, para justificar a tortura, a detenção indiscriminada de pessoas suspeitas sem a existência de um procedimento judicial.
A notícia de que o presidente eleito está de fato disposto a decretar o fim de Guantánamo, além de muito bem vinda, representa o cumprimento de uma promessa de campanha do senador democrata. Fechar Guantánamo não esgota o problema, mas sugere o início de uma nova era, inaugurando uma forma diferente de o país em lidar com a ameaça real patrocinada pelo terror.
É ingenuidade imaginar que o simples anúncio do encerramento das atividades na ilha caribenha decretará o fim das violações das garantias individuais impostas pelo governo de Washington.
Os Estados Unidos sempre invocaram o argumento de que o país não pode recuar na guerra contra o terror, para justificar a tortura, a detenção indiscriminada de pessoas suspeitas sem a existência de um procedimento judicial.
A notícia de que o presidente eleito está de fato disposto a decretar o fim de Guantánamo, além de muito bem vinda, representa o cumprimento de uma promessa de campanha do senador democrata. Fechar Guantánamo não esgota o problema, mas sugere o início de uma nova era, inaugurando uma forma diferente de o país em lidar com a ameaça real patrocinada pelo terror.
As feridas imprescritíveis
CLÓVIS ROSSI
SÃO PAULO - No aparente afã de contraditar a ministra Dilma Rousseff, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, acabou é reforçando a argumentação de Dilma, para quem tortura é crime imprescritível.
Diz Mendes que terrorismo também é crime imprescritível. Se é assim, terrorismo de Estado é igualmente crime imprescritível -e o que aconteceu no Brasil nos anos 60 e 70 foram os dois tipos de terrorismo, o da luta armada e o do aparelho repressivo.
Se alguém tem dúvida, basta ler os indispensáveis livros de Elio Gaspari sobre o período militar. Ou interpretar a atitude da Advocacia Geral da União de assumir a defesa de dois oficiais do Exército acusados de praticar torturas. Se assumiu a defesa, a AGU está dizendo implicitamente que ambos agiram de acordo com uma política de Estado e, portanto, não tem como omitir-se na defesa.
Não fosse política de Estado e, sim, desvio de conduto funcional, a AGU teria recusado a causa.
Teorias e interpretações à parte, há fatos concretos ultra-conhecidos: se é terrorismo -e é- matar um soldado (Mário Kozel Filho) que estava de guarda à porta do então 2º Exército, também é terrorismo matar um preso sob guarda do Estado (caso do jornalista Vladimir Herzog, um entre muitíssimos).
Portanto, se crime de terrorismo é imprescritível, cabe punir os casos de terrorismo de Estado, até porque há uma nítida diferença entre um terrorismo e outro: boa parte dos que praticaram terrorismo contra o regime já foi punida -às vezes dentro da lei, não raro à margem dela (caso Herzog, para citar de novo apenas um deles).
Já os que praticaram terrorismo de Estado não tiveram punição. Pode-se até discutir a conveniência político-institucional de salgar feridas a esta altura. O que não se pode é insinuar reabrir algumas, sem reabrir também as outras.
*Artigo publicado na edição de hoje (16/11) da Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - No aparente afã de contraditar a ministra Dilma Rousseff, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, acabou é reforçando a argumentação de Dilma, para quem tortura é crime imprescritível.
Diz Mendes que terrorismo também é crime imprescritível. Se é assim, terrorismo de Estado é igualmente crime imprescritível -e o que aconteceu no Brasil nos anos 60 e 70 foram os dois tipos de terrorismo, o da luta armada e o do aparelho repressivo.
Se alguém tem dúvida, basta ler os indispensáveis livros de Elio Gaspari sobre o período militar. Ou interpretar a atitude da Advocacia Geral da União de assumir a defesa de dois oficiais do Exército acusados de praticar torturas. Se assumiu a defesa, a AGU está dizendo implicitamente que ambos agiram de acordo com uma política de Estado e, portanto, não tem como omitir-se na defesa.
Não fosse política de Estado e, sim, desvio de conduto funcional, a AGU teria recusado a causa.
Teorias e interpretações à parte, há fatos concretos ultra-conhecidos: se é terrorismo -e é- matar um soldado (Mário Kozel Filho) que estava de guarda à porta do então 2º Exército, também é terrorismo matar um preso sob guarda do Estado (caso do jornalista Vladimir Herzog, um entre muitíssimos).
Portanto, se crime de terrorismo é imprescritível, cabe punir os casos de terrorismo de Estado, até porque há uma nítida diferença entre um terrorismo e outro: boa parte dos que praticaram terrorismo contra o regime já foi punida -às vezes dentro da lei, não raro à margem dela (caso Herzog, para citar de novo apenas um deles).
Já os que praticaram terrorismo de Estado não tiveram punição. Pode-se até discutir a conveniência político-institucional de salgar feridas a esta altura. O que não se pode é insinuar reabrir algumas, sem reabrir também as outras.
*Artigo publicado na edição de hoje (16/11) da Folha de S. Paulo
15 novembro 2008
Memória
No dia 15 de novembro de 1889 foi instaurada a Proclamação da República Brasileira, sucedendo a Monarquia. De lá para cá, muita coisa mudou, a começar pelo Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil. Liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, um grupo de militares do Exército brasileiro deu um golpe de estado e depôs o imperador D. Pedro II. O jurista Rui Barbosa assinou o primeiro decreto do novo regime, instituindo um governo provisório, do qual faziam parte, além do próprio Marechal Deodoro da Fonseca, designado presidente, os ministros Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales, entre outros.
14 novembro 2008
Visionário

"Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas
liberdades do que o levantamento de exércitos. Se o povo americano alguma
vez permitir que bancos privados controlem a emissão da sua moeda, primeiro
pela inflação, e depois pela deflação, os bancos e as empresas que
crescerão à roda dos bancos despojarão o povo de toda a propriedade até os
seus filhos acordarem sem abrigo no continente que os seus pais
conquistaram."
*Thomas Jefferson, 1802*
Cortina de fumaça
Com a proximidade das mudanças na Casa Branca, é natural que muitos executivos, detentores hoje de cargos importantes na administração de George W.Bush, queiram, ou ao menos tentem, se apegar a seus cargos, contando com a improvável permanência no governo após 20 de janeiro, data da posse do presidente eleito, Barack Obama.
Este pelo menos é o raciocínio que depreendemos ante a recente declaração do diretor da CIA, Michael Hyden, dando conta de que o líder terrorista da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, se encontra afastado das operações da organização responsável pelos ataques de 11 de setembro. De acordo com Hyden, Bin Laden estaria atualmente distante do comando da organização, como uma forma de se manter longe do alcance das tropas e dos serviços secretos dos países aliados.
A lógica de Hyden foi citada pela CNN e, ao que parece, se revela uma estratégia da agência americana em fazer com que Bin Laden relaxe na sua tentativa de se manter livre ou, na melhor das hipóteses, tenha o seu paradeiro denunciado por aqueles que acreditam estar dando abrigo a alguém que já foi e não é mais o inspirador e grande líder da Al-Qaeda.
Faz sentido.
Este pelo menos é o raciocínio que depreendemos ante a recente declaração do diretor da CIA, Michael Hyden, dando conta de que o líder terrorista da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, se encontra afastado das operações da organização responsável pelos ataques de 11 de setembro. De acordo com Hyden, Bin Laden estaria atualmente distante do comando da organização, como uma forma de se manter longe do alcance das tropas e dos serviços secretos dos países aliados.
A lógica de Hyden foi citada pela CNN e, ao que parece, se revela uma estratégia da agência americana em fazer com que Bin Laden relaxe na sua tentativa de se manter livre ou, na melhor das hipóteses, tenha o seu paradeiro denunciado por aqueles que acreditam estar dando abrigo a alguém que já foi e não é mais o inspirador e grande líder da Al-Qaeda.
Faz sentido.
Punição exemplar
Uma punição severa e que se mostre didática. É o que merecem os três jovens de classe média - dois de 18 anos e um de 16 - acusados de estuprar uma adolescente de 15 anos e de divulgar as imagens através de e-mails e pelo MSN. O estupro ocorreu durante uma festa no município de Joaçaba (SC), a 419 km de Florianópolis, no dia 25 de outubro.
Com o avanço cada vez maior da internet no país e o acesso crescente de jovens ao MSN, ferramenta de conversação preferida por nove em cada dez novos internautas, espera-se que este episódio sirva de exemplo para inibir futuras ações semelhantes.
A repulsa que a violência sexual em si desperta se estende ao ato de difundir pela grande rede as cenas em que a jovem - inconsciente - aparece sendo subjugada.
Com o avanço cada vez maior da internet no país e o acesso crescente de jovens ao MSN, ferramenta de conversação preferida por nove em cada dez novos internautas, espera-se que este episódio sirva de exemplo para inibir futuras ações semelhantes.
A repulsa que a violência sexual em si desperta se estende ao ato de difundir pela grande rede as cenas em que a jovem - inconsciente - aparece sendo subjugada.
Fala que eu te escuto
A prisão ontem, no Rio, de quatro homens ligados ao tráfico e que se dedicavam a monitorar a comunicação feita pela polícia durante as operações, reafirma o quanto é necessária e urgente a substituição do atual sistema de comunicação das forças de segurança do estado. O modelo atual é considerado obsoleto e vulnerável a interceptações. Os modelos mais modernos seguem protocolos rígidos de segurança e têm na criptografia sua maior arma contra a bisbilhotagem.
O investimento não é pequeno, mas exige esforço do governo do estado, que poderia se valer das boas relações com o ministro Tarso Genro, da Justiça, para a aquisição de um sistema mais seguro.
O investimento não é pequeno, mas exige esforço do governo do estado, que poderia se valer das boas relações com o ministro Tarso Genro, da Justiça, para a aquisição de um sistema mais seguro.
"2009 é um ano de consagração do PAC",
A frase-título deste post é atribuída ao presidente Lula e foi dita em Roma, por ocasião da visita oficial feita pelo presidente brasileiro ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e ao Papa Bento 16 antes de seguir para Washington, a fim de participar da reunião do G-20, que começa amanhã na capital americana. A crise financeira impulsionada pela capilaridade caracterísitca do mundo globalizado e os atrasos recorrentes no repasse de recursos federais para a execução das obras do PAC exigem cautela e prudência na hora de se fazer promessas.
O risco da bravata assumir o lugar da consagração é real.
O risco da bravata assumir o lugar da consagração é real.
Inquérito sobre o vôo 3054 aponta 10 responsáveis
Bruno Tavares, de O Estado de S. Paulo, e José Dacauaziliquá, do Jornal da Tarde
SÃO PAULO - Um grupo de dez pessoas, com destaque para ex-integrantes da cúpula da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), deve ser responsabilizado criminalmente pelo acidente com o Airbus da TAM. O relatório final da investigação conduzida pelo delegado Antônio Carlos Barbosa foi entregue na quarta-feira, 12, à direção do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), que deve submetê-lo ao delegado-geral e ao secretário de Segurança Pública. A intenção de Barbosa é concluir o trabalho até o dia 22, quando está marcada nova reunião entre autoridades e os parentes das vítimas. A lista com os nomes está sob sigilo.
O delegado ainda estuda se pedirá o indiciamento dos responsáveis pelo crime de homicídio culposo (sem intenção) ou por atentado contra a segurança de transporte aéreo. As penas para ambos os crimes são as mesmas. Caso haja condenação, pode chegar a 6 anos de detenção.
Por fim, há a possibilidade de que sejam apontados os responsáveis pelo acidente sem o indiciamento formal. A hipótese do homicídio com dolo eventual - quando a pessoa assume as conseqüências de sua conduta - é a tese defendida pelos advogados que representam a Associação dos Familiares das Vítimas da TAM (Afavitam).
O promotor Mário Luiz Sarrubbo, designado para acompanhar a apuração do acidente com o Airbus da TAM, disse que o caso deve ser enquadrado no artigo 261 (atentado contra a segurança do transporte aéreo), o que remete o inquérito ao Ministério Público Federal (MPF).
Segundo ele, durante as investigações ficou evidente que a tragédia não foi causada por fatores isolados, o que levaria os responsáveis a responder por homicídio culposo - crime de competência estadual -, mas por um conjunto de falhas do sistema de aviação brasileira. Isso remete tudo ao artigo 261 - crime de competência federal.
"Eu me sinto frustrado por te feito todo o trabalho e não poder denunciar os culpados. No entanto, não é um caso para ter vaidade. É um caso que precisa ter uma rápida reposta para amenizar o sofrimento dos parentes das vítimas e da própria sociedade", disse Sarrubbo.
Mas não é porque o caso passará para a esfera federal que o promotor deixará de manifestar a sua convicção e apontar os responsáveis. "Poderia apenas remeter uma manifestação simples ao juiz responsável. Mas não farei isso. Executarei uma manifestação bem fundamentada, indicando um por um os culpados. Também apontarei a responsabilidade de cada um deles", afirmou Sarrubbo.
A manifestação será entregue ao juiz da 1ª Vara Criminal do Fórum do Jabaquara, Hélio Narvaez. Caso aceite o texto, o magistrado remeterá a documentação ao juiz responsável do Tribunal Federal.
A fabricante do avião, a francesa Airbus, não escapará de ser mencionada no relatório final da polícia nem na manifestação do Ministério Público Estadual. Sarrubbo contou que a empresa só não foi investigada porque isso atrasaria o trabalho, uma vez que tem sede em outro país. Mas a Airbus, na visão dele, tem sua cota de participação.
"Não sei ainda como vou instrumentalizar a menção à Airbus, mas vou fazer. Seria uma omissão da minha parte passar batido por esse fato. Vamos, via Itamaraty, tentar localizar os engenheiros que fizeram a norma e colocaram ‘desejável’ e não ‘mandatório’ na referência feita à instalação do alarme na cabine. Ele alertaria o piloto em caso de falha. Isso aconteceu (o alerta obrigatório) depois da tragédia da TAM", disse Sarrubbo. Procuradas pela reportagem, tanto Anac quanto TAM e Infraero informaram que somente se manifestarão quando forem notificadas oficialmente.
Números que falam
CLÓVIS ROSSI
SÃO PAULO - Zander Navarro, notável acadêmico, hoje na universidade britânica de Sussex, manda e-mail com o que chama de "ilustração dramática" do "ritmo desenfreado de apropriação da riqueza nas últimas décadas, o que gerou aumento na desigualdade".
Alguns números: 1 - A renda dos 1.125 bilionários do planeta (US$ 4,4 trilhões) supera a renda somada de metade da população adulta do planeta. Se se quiser comparar com o Brasil, 1.125 bilionários têm uma renda que é quatro vezes tudo o que 180 milhões de brasileiros produzem de bens e serviços.
2 - Segundo o Instituto para Estudos de Política, os executivos-chefes das 500 maiores corporações dos EUA ganharam em 2007, em média, US$ 10,5 milhões, 344 vezes o pagamento do trabalhador norte-americano típico.
Já os gerentes dos 50 fundos de hedge e de "private equity" receberam cada um US$ 588 milhões, mais do que 19 mil vezes o salário-tipo do norte-americano.
3 - Em agosto de 2008, a Exxon, a maior companhia do planeta, registrava lucros recordes à taxa de US$ 90 mil POR MINUTO. Os rendimentos do Wal-Mart batiam, em 2007, o produto nacional bruto da Grécia; os da Toyota superavam o da Venezuela.
Não pense que o Brasil escapa, não. Por muito que o governo cultive a lenda da queda da desigualdade, o Ipea acaba de divulgar estudo mostrando que só em 2011 o rendimento do trabalho voltará a ter a participação na riqueza nacional que tinha em 1990 (45,4%).
Mesmo que volte, continuará atrás do capital, embora o número de capitalistas seja obviamente bem inferior ao de assalariados.
No governo Lula, aliás, a queda da participação do trabalho no bolo da riqueza nacional acentuou-se até 2004, só começando a se recuperar a partir de 2005.
Todos esses números dispensam opinião. Falam sozinhos.
*Artigo publicado na edição de hoje (14/11) da Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Zander Navarro, notável acadêmico, hoje na universidade britânica de Sussex, manda e-mail com o que chama de "ilustração dramática" do "ritmo desenfreado de apropriação da riqueza nas últimas décadas, o que gerou aumento na desigualdade".
Alguns números: 1 - A renda dos 1.125 bilionários do planeta (US$ 4,4 trilhões) supera a renda somada de metade da população adulta do planeta. Se se quiser comparar com o Brasil, 1.125 bilionários têm uma renda que é quatro vezes tudo o que 180 milhões de brasileiros produzem de bens e serviços.
2 - Segundo o Instituto para Estudos de Política, os executivos-chefes das 500 maiores corporações dos EUA ganharam em 2007, em média, US$ 10,5 milhões, 344 vezes o pagamento do trabalhador norte-americano típico.
Já os gerentes dos 50 fundos de hedge e de "private equity" receberam cada um US$ 588 milhões, mais do que 19 mil vezes o salário-tipo do norte-americano.
3 - Em agosto de 2008, a Exxon, a maior companhia do planeta, registrava lucros recordes à taxa de US$ 90 mil POR MINUTO. Os rendimentos do Wal-Mart batiam, em 2007, o produto nacional bruto da Grécia; os da Toyota superavam o da Venezuela.
Não pense que o Brasil escapa, não. Por muito que o governo cultive a lenda da queda da desigualdade, o Ipea acaba de divulgar estudo mostrando que só em 2011 o rendimento do trabalho voltará a ter a participação na riqueza nacional que tinha em 1990 (45,4%).
Mesmo que volte, continuará atrás do capital, embora o número de capitalistas seja obviamente bem inferior ao de assalariados.
No governo Lula, aliás, a queda da participação do trabalho no bolo da riqueza nacional acentuou-se até 2004, só começando a se recuperar a partir de 2005.
Todos esses números dispensam opinião. Falam sozinhos.
*Artigo publicado na edição de hoje (14/11) da Folha de S. Paulo
13 novembro 2008
Racismo
Indigna e causa repulsa as notícias vindas de Caxias do Sul, onde jogaram quarta à noite Juventude e Coríntihians, pela Série B do Campeonato Brasileiro (a equipe paulista venceu por 2 a 1). Segundo relato feito pelo goleiro Felipe, do Corínthians, alguns torcedores do Juventude o insultaram, chamando-o de "negro safado", enfim, aqueles impropérios típicos de quem não tolera a diversidade, a miscigenaçao.
O episódio, que não é inédito no futebol brasileiro, merece daqueles que o comandam, uma atitude enérgica. Sim, porque isso só ocorre em pleno século 21, conforme declarou o treinador do Corínthians, Mano Menezes, porque a legislação é branda e porque as pessoas não são punidas com o rigor que insultos dessa natureza merecem.
Resta ao menos a esperança de que a diretoria da equipe gaúcha tome uma atitude enérgica, promovendo esforços capazes de identificar, punir e banir de suas dependências pessoas intolerantes, que não mereciam estar em qualquer lugar que não fosse a cadeia.
Até porque não foi a primeira vez que o Juventude se vê envolvido num episodio do gênero.
O episódio, que não é inédito no futebol brasileiro, merece daqueles que o comandam, uma atitude enérgica. Sim, porque isso só ocorre em pleno século 21, conforme declarou o treinador do Corínthians, Mano Menezes, porque a legislação é branda e porque as pessoas não são punidas com o rigor que insultos dessa natureza merecem.
Resta ao menos a esperança de que a diretoria da equipe gaúcha tome uma atitude enérgica, promovendo esforços capazes de identificar, punir e banir de suas dependências pessoas intolerantes, que não mereciam estar em qualquer lugar que não fosse a cadeia.
Até porque não foi a primeira vez que o Juventude se vê envolvido num episodio do gênero.
12 novembro 2008
Sincretismo
Se não bastasse a goleada sofrida pelo Vasco diante do Atlético Mineiro, esta noite, em Belo Horizonte, o atacante Leandro Amaral ainda perdeu um pênalti, de forma bisonha, no último minuto da partida, quando o placar já estava decidido em favor dos mineiros (por 4 a 1). Com mais esta derrota, a equipe cruzmaltina se debate na zona perigosa, correndo o risco real de ser rebaixada à Série B no ano que vem. Ao Vasco restam três jogos, sendo que o último e derradeiro, de acordo com a tabela, será contra o Vitória da Bahia, em São Januário.
À colônia portuguesa, católica por convicção, na ânsia de livrar a equipe do rebaixamento, resta apelar aos orixás para "inspirar" o time.
À colônia portuguesa, católica por convicção, na ânsia de livrar a equipe do rebaixamento, resta apelar aos orixás para "inspirar" o time.
Paixão nacional

PARIS - Os mais exigentes poderão até discordar do resultado final. Em se tratando de bumbum, sempre haverá controvérsias. Uma coisa, porém, é certa: o bumbum das brasileiras sempre foi motivo de orgulho e de elogios rasgados pelo mundo afora, além de ser a grande paixão nacional entre os homens.
A gaúcha Melanie Nunes Fronckowiak, de 20 anos, foi a vencedora do concurso do "Bumbum mais lindo do mundo" realizado hoje (12) na Cidade Luz.
Ela concorreu com 44 finalistas de 26 países e ganhou, além de um contrato de trabalho, um prêmio avaliado em 15 mil Euros. Nascida em Pelotas, a modelo brasileira deseja formar-se em comunicação social.
Troca-troca
A julgar pelo andar da carruagem, Avaí e Figueirense, os dois rivais catarinenses, vão se revezar na Série A do futebol brasileiro em 2009. Enquanto o Avaí já assegurou sua passagem à elite do futebol brasileiro no ano que vem - está em segundo lugar na Série B, atrás somente do campeão antecipado Corínthians -, o Figueirense, que no ano passado decidiu e perdeu a Copa do Brasil para o Fluminense, faz uma péssima campanha na Série A, ocupando a vice-lanterna da competição - só está à frente do Ipatinga. O Figueira é uma das equipes, ao lado do Vasco, que mais sofreu gols neste Brasileirão (65). E no próximo fim de semana, a equipe terá pela frente o líder e favorito à conquista do título deste ano, São Paulo.
Fofoca em alta
Li na Folha de S. Paulo que o programa "Vídeo Show", exibido à tarde pela TV Globo, de segunda à sexta, passará a ser exibido ao vivo a partir de 2009. A direção ficará por conta de Boninho. O formato do programa será alterado, passando a exibir os bastidores de celebridades e os acontecimentos mais recentes das novelas, no melhor estilo "TV Fama", da Rede TV.
Ou seja, a fofoca e os bastidores ganham espaço e, ao que parece, passam a ser o atalho para a garantia de alguns pontos a mais no Ibope.
Resta saber se a emissora irá contar os tapas e beijos que vira e mexe envolvem alguns atores do seu cast.
Ou seja, a fofoca e os bastidores ganham espaço e, ao que parece, passam a ser o atalho para a garantia de alguns pontos a mais no Ibope.
Resta saber se a emissora irá contar os tapas e beijos que vira e mexe envolvem alguns atores do seu cast.
Por trás do seu sorriso
PLÍNIO FRAGA
RIO DE JANEIRO - Quem vê o sorriso espontâneo do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, talvez não imagine que o democrata foi beneficiário da mais completa máquina montada na história para analisar as preferências do eleitor.
"Microtargeting" é a palavra-chave pare entender a estratégia eleitoral de Obama. Consiste em atuar, como permite deduzir a palavra em inglês, em microalvos, utilizando-se de modelos matemáticos e computadores. Reportagem do "New York Times" explicou como.
Os computadores eram alimentados com dados diversos de uma determinada região: quais os carros mais vendidos, quais as revistas e os jornais mais lidos, quais os produtos mais consumidos, qual a quantidade e linha de grupos culturais, sociais e econômicos preponderantes, além das óbvias informações de renda e escolaridade. A partir daí, era possível construir um arcabouço sobre quais valores e conceitos eram mais importantes para aquela comunidade e adequar o discurso do candidato e as inserções publicitárias a esses anseios.
Por exemplo, uma região de forte atuação de grupos cristãos conservadores, tradicionalmente republicana, mostrou-se bastante sensível a discursos em defesa do ambiente. Tinha uma das maiores taxas de reciclagem de lixo do país. Para conquistar esses eleitores, a campanha de Obama tentava demonstrar quanto o democrata era mais receptível ao tema do que McCain.
O "microtargeting" começou a ser usado pelos republicanos em 2000, mas foi potencializado pelos milhões de dólares arrecadados pelos democratas, que permitiram a extensão das suas bases de dados.
Há muito as campanhas deixaram de ser conduzidas por uma mal definida sapiência política e estão cada vez mais submetidas às regras mercadológicas. Pouca coisa era espontânea na campanha de Obama, talvez nem mesmo o seu sorriso.
*Publicado na edição de 12/11 da Folha de S.Paulo
RIO DE JANEIRO - Quem vê o sorriso espontâneo do presidente eleito dos EUA, Barack Obama, talvez não imagine que o democrata foi beneficiário da mais completa máquina montada na história para analisar as preferências do eleitor.
"Microtargeting" é a palavra-chave pare entender a estratégia eleitoral de Obama. Consiste em atuar, como permite deduzir a palavra em inglês, em microalvos, utilizando-se de modelos matemáticos e computadores. Reportagem do "New York Times" explicou como.
Os computadores eram alimentados com dados diversos de uma determinada região: quais os carros mais vendidos, quais as revistas e os jornais mais lidos, quais os produtos mais consumidos, qual a quantidade e linha de grupos culturais, sociais e econômicos preponderantes, além das óbvias informações de renda e escolaridade. A partir daí, era possível construir um arcabouço sobre quais valores e conceitos eram mais importantes para aquela comunidade e adequar o discurso do candidato e as inserções publicitárias a esses anseios.
Por exemplo, uma região de forte atuação de grupos cristãos conservadores, tradicionalmente republicana, mostrou-se bastante sensível a discursos em defesa do ambiente. Tinha uma das maiores taxas de reciclagem de lixo do país. Para conquistar esses eleitores, a campanha de Obama tentava demonstrar quanto o democrata era mais receptível ao tema do que McCain.
O "microtargeting" começou a ser usado pelos republicanos em 2000, mas foi potencializado pelos milhões de dólares arrecadados pelos democratas, que permitiram a extensão das suas bases de dados.
Há muito as campanhas deixaram de ser conduzidas por uma mal definida sapiência política e estão cada vez mais submetidas às regras mercadológicas. Pouca coisa era espontânea na campanha de Obama, talvez nem mesmo o seu sorriso.
*Publicado na edição de 12/11 da Folha de S.Paulo
11 novembro 2008
Ex-embaixador brasileiro diz que poder de Obama é limitado
Merece atenção a entrevista dada nesta segunda-feira(10) à Rádio Eldorado(SP) e reproduzida pela TV Estado pelo ex-embaixador do Brasil em Londres e Wasghington Rubens Barbosa. O ex-chanceler destaca a qualificação do presidente eleito Barack Obama, mas adverte que o mundo não deve criar falsas expectativas com relação à administração do futuro presidente americano.
Segundo Barbosa, algumas das promessas feitas em campanha pelo senador democrata não poderão ser cumpridas na sua totalidade por absoluta falta de recursos e por conta das pressões internas que o futuro presidente irá sofrer. Rubens Barbosa lembra que o poder hoje do presidente dos Estados Unidos interna e externamente não é o mesmo de tempos atrás. Ao se referir à administração do presidente George W. Bush, o ex-chanceler brasileiro classificou como "oito anos de desgoverno".
"Depois de oito anos de desgoverno, as expectativas são muito grandes. O Obama representa a mudança. Não podemos pensar que ele pode tudo. O Obama chega com dois problemas: duas guerras externas e a maior crise econômica desde 1929. A idéia dele é a de reativar a economia e restabelecer a credibilidade dos Estados Unidos no exterior. Mas nós não devemos considerar que ele vá resolver tudo. Muita gente vai ficar decepcionada... As expectatvas são muito grandes, mas certamente ele não vai conseguir superar todas as dificuldades ao mesmo tempo", prevê o ex-embaixador brasileiro, adiantando que o futuro presidente dos Estados Unidos deverá ser pressionado pelo seu partido, para que reforce o protecionismo, a fim de abater a crescente onda de desemprego no país causada pela crise econômica.
* Rubens Barbosa foi embaixador do Brasil em Londres de janeiro de 1994 a junho de 1999 e em Washington de junho de 1999 a março de 2004.
Segundo Barbosa, algumas das promessas feitas em campanha pelo senador democrata não poderão ser cumpridas na sua totalidade por absoluta falta de recursos e por conta das pressões internas que o futuro presidente irá sofrer. Rubens Barbosa lembra que o poder hoje do presidente dos Estados Unidos interna e externamente não é o mesmo de tempos atrás. Ao se referir à administração do presidente George W. Bush, o ex-chanceler brasileiro classificou como "oito anos de desgoverno".
"Depois de oito anos de desgoverno, as expectativas são muito grandes. O Obama representa a mudança. Não podemos pensar que ele pode tudo. O Obama chega com dois problemas: duas guerras externas e a maior crise econômica desde 1929. A idéia dele é a de reativar a economia e restabelecer a credibilidade dos Estados Unidos no exterior. Mas nós não devemos considerar que ele vá resolver tudo. Muita gente vai ficar decepcionada... As expectatvas são muito grandes, mas certamente ele não vai conseguir superar todas as dificuldades ao mesmo tempo", prevê o ex-embaixador brasileiro, adiantando que o futuro presidente dos Estados Unidos deverá ser pressionado pelo seu partido, para que reforce o protecionismo, a fim de abater a crescente onda de desemprego no país causada pela crise econômica.
* Rubens Barbosa foi embaixador do Brasil em Londres de janeiro de 1994 a junho de 1999 e em Washington de junho de 1999 a março de 2004.
O futuro de Paes
O prefeito eleito Eduardo Paes (PMDB) chamou o segundo ex-ministro de FHC para integrar o seu secretariado.
Paes, que já pertenceu ao PFL (agora DEM) e ao PSDB, tem na troca de partidos o ponto vulnerável de sua biografia, motivo pelo qual foi alvo de críticas recorrentes feitas por seus adversários durante a campanha.
Quem não deve estar gostando nem um pouco é o PT, que apoiou Paes no segundo turno, e que reivindicava para si as secretarias de Transporte e Cultura, já preenchidas por quadros de fora da sigla.
Quem sabe, daqui a pouco, Paes não convida para integrar o seu governo gente do PMDB?
O futuro a Deus pertence.
Paes, que já pertenceu ao PFL (agora DEM) e ao PSDB, tem na troca de partidos o ponto vulnerável de sua biografia, motivo pelo qual foi alvo de críticas recorrentes feitas por seus adversários durante a campanha.
Quem não deve estar gostando nem um pouco é o PT, que apoiou Paes no segundo turno, e que reivindicava para si as secretarias de Transporte e Cultura, já preenchidas por quadros de fora da sigla.
Quem sabe, daqui a pouco, Paes não convida para integrar o seu governo gente do PMDB?
O futuro a Deus pertence.
10 novembro 2008
Se fosse no Rio...

Bandidos explodiram uma delegacia policial na manhã desta segunda-feira (10) em Botucatu, a 240 km de São Paulo. Após queimar inquéritos e boletins de ocorrência, o bando ainda roubou armas e drogas apreendidas que estavam guardadas em dois cofres. Na saída, os criminosos explodiram o prédio com bananas de dinamite. Parte da repartição policial foi destruída e desabou sobre uma casa vizinha. Dois carros da polícia que estavam estacionados nos fundos foram destruídos.
Os moradores da rua vizinhos à delegacia acordaram com dois estrondos. Eles informaram à polícia que os bandidos desceram de uma caminhonete e que não desconfiaram de nada porque pensaram se tratar de policiais. Segundo o Corpo de Bombeiros, o prédio que abrigava a delegacia corre risco de desabar a qualquer momento.
A assessoria da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que a ação ocorreu por volta das 5h da madrugada. A polícia está apurando a quantidade, bem como os modelos das armas roubadas pelos invasores.
A polícia não soube dizer a quantidade exata de drogas que estavam dentro de outro cofre levado pelos criminosos. É sabido, no entanto, que foram levados crack, maconha, ecstasy e cocaína. Agentes do Esquadrão Anti-Bombas estão no local investigando os explosivos usados pelo bando. O prédio continua interditado para o trabalho da perícia.
Pergunta do dia: se fosse no Rio esta ação ousada e inédita, como seria a repercussão na imprensa?
Morte súbita
São Paulo - Nesta semana é comemorado o II Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte súbita, e a campanha “Coração na Batida Certa”, realizada pela Sobrac – Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (www.bpsp.org.br), acontece nesta terça-feira (11).
O problema é muito sério, mas pouco se fala sobre o assunto. Ela mata mais que Aids, acidentes de automóveis, AVC e câncer de mama, mas só aparece na mídia quando atinge a personalidades como a ex-primeira dama, dona Ruth Cardoso, e o jogador de futebol Serginho, do São Caetano. Nos EUA, são cerca de 400 mil casos de morte súbita por ano. E no Brasil esse número pode ser ainda maior.
Embora não haja estatística que comprove esse dado preocupante, estima-se que aqui a situação seja mais grave por dois motivos: nossos hábitos são semelhantes aos dos americanos e ainda temos a doença de Chagas, inexistente naquele país.
“É difícil chegarmos a um número exato porque os atestados de óbito nem sempre correspondem à causa efetiva da morte. Culturalmente, os brasileiros rejeitam a realização da necropsia, prejudicando ainda mais o diagnóstico. Então, muitos atestados aparecem como infarto, quando na verdade a pessoa pode ter falecido por morte súbita”, lamenta o cardiologista Tarcísio Medeiros Vasconcelos, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e um dos idealizadores da campanha.
Segundo o médico, a necropsia ajuda, inclusive, a detectar possíveis chances de morte súbita em outros membros da família, quando diagnosticada sua causa por hereditariedade.
O problema é muito sério, mas pouco se fala sobre o assunto. Ela mata mais que Aids, acidentes de automóveis, AVC e câncer de mama, mas só aparece na mídia quando atinge a personalidades como a ex-primeira dama, dona Ruth Cardoso, e o jogador de futebol Serginho, do São Caetano. Nos EUA, são cerca de 400 mil casos de morte súbita por ano. E no Brasil esse número pode ser ainda maior.
Embora não haja estatística que comprove esse dado preocupante, estima-se que aqui a situação seja mais grave por dois motivos: nossos hábitos são semelhantes aos dos americanos e ainda temos a doença de Chagas, inexistente naquele país.
“É difícil chegarmos a um número exato porque os atestados de óbito nem sempre correspondem à causa efetiva da morte. Culturalmente, os brasileiros rejeitam a realização da necropsia, prejudicando ainda mais o diagnóstico. Então, muitos atestados aparecem como infarto, quando na verdade a pessoa pode ter falecido por morte súbita”, lamenta o cardiologista Tarcísio Medeiros Vasconcelos, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e um dos idealizadores da campanha.
Segundo o médico, a necropsia ajuda, inclusive, a detectar possíveis chances de morte súbita em outros membros da família, quando diagnosticada sua causa por hereditariedade.
Boas novas
São auspiciosas as notícias de que a futura secretária Municipal de Educação, Cláudia Costin, pretende disponibilizar as salas de leitura da prefeitura aos alunos da rede pública estadual. Costin disse que irá procurar a colega de pasta do Estado, Tereza Porto, para formalizar o acordo. Iniciativas que levem ao desenvolvimento do hábito da leitura são dignas de incentivo.
Importante agora é criar nas escolas uma cultura entre os educadores, para que o estímulo à leitura faça parte do dia-a-dia no ambiente escolar. As salas já existem. O desafio agora é fazer com que elas sejam o destino final de crianças e adolescentes.
Importante agora é criar nas escolas uma cultura entre os educadores, para que o estímulo à leitura faça parte do dia-a-dia no ambiente escolar. As salas já existem. O desafio agora é fazer com que elas sejam o destino final de crianças e adolescentes.
Novos tempos

A peça publicitária ao lado data da década de 60. Repare na foto a mãe e a criança - esta com o corpo todo fora do veículo. Trata-se de uma clara e politicamente incorreta demonstração de desobediência às leis de trânsito.
Hoje, um anúncio como esse seria impensável. Sinal de que evoluímos com o decorrer do tempo.
09 novembro 2008
08 novembro 2008
Mãos ao alto!
Arma para quem precisa de crédito e emprego. A eleição de Barack Obama vem suscitando reações diversas na sociedade americana, apesar de o presidente eleito só tomar posse no 20 de janeiro. A primeira delas e a que me parece mais preocupante - reproduzida pelo o GLOBO de hoje - é a corrida da população em todo o país às lojas de armas de fogo. Os lojistas festejam, embora se mostrem preocupados com a quantidade de cheques sem fundos. Segundo os comerciantes, entre a população reina a desconfiança latente que varre o país de costa à costa, de que Barack Obama, ao pisar na Casa Branca, não medirá esforços para dificultar ao máximo o comércio de armas de fogo no país. O medo daqueles que desejam adquirir uma arma pelas vias legais é que a legislação em vigor sofra modificações profundas, restringindo o acesso a um universo reduzido da população.
A suposta pretensão de Obama se coloca, desde já, na alça de mira da poderosa e milionária indústria bélica americana.
A suposta pretensão de Obama se coloca, desde já, na alça de mira da poderosa e milionária indústria bélica americana.
07 novembro 2008
O pessimismo de Obama
Alguns artigos publicados sobre o triunfo de Barack Obama nas urnas se lançaram a identificar semelhanças entre o recém eleito presidente americano e o presidente Lula.
Eles são muito diferentes.
Enquanto Lula foi para a TV para estimular o povo a consumir, a gastar, Obama, ao contrário, durante a sua primeira entrevista após a eleição, reconheceu a gravidade da crise, lamentou o desemprego e defendeu a necessidade de se cortar gastos de imediato, prometendo promover cortes severos no orçamento.
Algo está errado. Ou a percepção da crise por aqui está distorcida ou os americanos elegeram um pessimista para a Casa Branca.
Eles são muito diferentes.
Enquanto Lula foi para a TV para estimular o povo a consumir, a gastar, Obama, ao contrário, durante a sua primeira entrevista após a eleição, reconheceu a gravidade da crise, lamentou o desemprego e defendeu a necessidade de se cortar gastos de imediato, prometendo promover cortes severos no orçamento.
Algo está errado. Ou a percepção da crise por aqui está distorcida ou os americanos elegeram um pessimista para a Casa Branca.
Soldados que soltam pipa

As agressões impostas a um adolescente, flagrado por militares, numa unidade do Exército, na Zona Oeste do Rio, fumando maconha, reafirmam a necessidade de se encontrar um mecanismo de controle mais rígido por parte das Forças Armadas sobre uma legião de jovens, com idades entre 18 e 20 anos, que ingressam na caserna. Esses jovens, geralmente recrutados das camadas menos favorecidas da sociedade,vêem na vida militar a oportunidade de reconhecimento, de aumentar a auto-estima.
Essas agressões praticadas por um grupo de jovens sentinelas de uma unidade em Realengo revelam que o fato não pode ser analisado isoladamente. Nos remete, obrigatoriamente, ao episódio dos três jovens sequestrados por um grupo de soldados do Exército, no Morro da Providência, e levados a um morro rival, para que fossem torturados e mortos pelo tráfico.
Tão importante quanto o rigor na condução dos inquéritos policiais-militares anunciados em notas oficiais monossilábicas após os acontecimentos é a adoção imediata de um acompanhamentro psicológico desses jovens, com a execução de testes regulares, para que o oficialato possa identificar com uma prudente antecedência eventuais desvios de comportamento entre os membros da tropa.
A farda e o armamento confiados a esses jovens durante o período em que estão prestando o serviço militar obrigatório lhes confere uma falsa impressão de autoridade que eles, definitivamente, não têm.
Obrahma

Que o brasileiro, em especial o carioca, ama cerveja e chopp, isso todo mundo sabe. Fico a imaginar a satisfação do americano, daquele que costuma aparecer nos filmes de Hollywood tomando uma "loura" na garrafa tipo long neck, se pudessse desfrutar do exemplar da foto, verdadeiro tributo ao novo presidente, fruto da imaginação fértil de algum brasileiro.
Obama é fashion
Trato logo de adiantar que não sou defensor da pirataria. Direitos autorais e de comercialização foram criados para serem respeitados. No entanto, é digna de registro a rapidez com que os camelôs do Centro do Rio costumam agir. Na onda do fenômeno de popularidade do recém eleito presidente norte-americano, Barack Obama, os ambulantes da Rua Uruguaiana - tradicional ponto de comércio popular - se apressaram em encomendar camisetas de malha estampando a foto do senador democrata, escolhido para governar a Casa Branca nos próximos quatro anos.
O souvenir sai por R$ 15 e já há ambulantes que tiveram, por força da demanda, que renovar os pedidos aos fornecedores. Hoje pela manhã, no Camelódromo, em algumas barracas, filas se formavam entre os comsumidores, ávidos em adquirir a camiseta fashion do mais novo super herói americano. Tinha gente de terno e gravata, senhoras e jovens disputando o produto.
O souvenir sai por R$ 15 e já há ambulantes que tiveram, por força da demanda, que renovar os pedidos aos fornecedores. Hoje pela manhã, no Camelódromo, em algumas barracas, filas se formavam entre os comsumidores, ávidos em adquirir a camiseta fashion do mais novo super herói americano. Tinha gente de terno e gravata, senhoras e jovens disputando o produto.
Grávidas já têm direito à pensão
Folha de S. Paulo, ediçao de 7 de novembro de 2008
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As grávidas brasileiras já têm o direito de cobrar na Justiça pensão alimentícia. Pela lei, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a mulher pode pedir que o suposto pai de seu filho contribua durante toda a gestação com as despesas de alimentação, exames, medicamentos e o parto.
Pelas novas regras, publicadas ontem no "Diário Oficial" da União, a comprovação da paternidade só será possível após o nascimento da criança, com o exame do DNA. Isso porque foi vetado, sob alegação de risco à criança, o artigo que possibilitava a realização do "exame pericial pertinente" na gravidez.
Ou seja, o homem terá de pagar a pensão mesmo sem que haja a certeza de que é o pai. O texto da lei, publicado ontem, não prevê a devolução obrigatória do que foi pago a título de pensão caso depois fique provado que ele não era o pai. Mas o homem poderá entrar na Justiça e pedir, não só a devolução do valor pago, como também uma indenização...
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As grávidas brasileiras já têm o direito de cobrar na Justiça pensão alimentícia. Pela lei, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a mulher pode pedir que o suposto pai de seu filho contribua durante toda a gestação com as despesas de alimentação, exames, medicamentos e o parto.
Pelas novas regras, publicadas ontem no "Diário Oficial" da União, a comprovação da paternidade só será possível após o nascimento da criança, com o exame do DNA. Isso porque foi vetado, sob alegação de risco à criança, o artigo que possibilitava a realização do "exame pericial pertinente" na gravidez.
Ou seja, o homem terá de pagar a pensão mesmo sem que haja a certeza de que é o pai. O texto da lei, publicado ontem, não prevê a devolução obrigatória do que foi pago a título de pensão caso depois fique provado que ele não era o pai. Mas o homem poderá entrar na Justiça e pedir, não só a devolução do valor pago, como também uma indenização...
06 novembro 2008
As novas cores da bandeira americana
A euforia que tomou conta do povo americano logo após o anúncio da vitória histórica de Barack Obama nas urnas nos levar a fazer algumas reflexões sobre o que será o governo do senador democrata. Obama tem pela frente problemas de difícil solução. O principal deles, seguramente, é a recente crise econômica que abalou a América, levando seus reflexos para além fronteiras. O déficit público, a retirada das tropas do Iraque e do Afeganistão são alguns deles, para não mencionar a crescente onda de desemprego e a retomada da condução de uma política externa, que privilegie o entendimento, o respeito pela soberania alheia, e que almeje uma aproximação definitiva de Washington com Caracas, com a Coréia do Norte, com o Iran e ainda que reúna esforços para sepultar definitivamente o embargo econômico a Cuba.
Graças ao seu carisma e ao discurso conciliador e desenvolvimentista que buscou imprimir durante a campanha, Obama caiu nas graças do povo. Como bom hawaiano, surfa na esperança do povo de que dias melhores estão por vir. A “Obamania” vivida pela sociedade americana hoje representa, por sua vez, uma tonelada de responsabilidade, que recai sobre o primeiro negro escolhido para comandar os destinos da Casa Branca pelos próximos quatro anos. Com raro desprendimento e naturalidade, Obama desfruta, justificadamente, dos dias de glória, embalado pelo triunfo nas urnas, que muito se deve a uma campanha irrepreensível, que teve o mérito de perceber o sentimento de mudanças reinante na sociedade americana.
Carismático, cerebral, feito de carne e osso. Foi assim que o senador democrata procurou se apresentar ao eleitorado americano, ao mundo, construindo sua imagem tijolo a tijolo e levando adiante sua disposição de superar cada um dos obstáculos à sua frente. O primeiro desafio, sem dúvida, foi o de desconstruir o preconceito quanto à cor de sua pele. Um presidente negro comandando os destinos dos Estados Unidos era algo impensável há 40 anos atrás. Obama então deparou-se com a disputa interna no partido contra a até então favorita colega de Senado e ex-primeira dama, Hillary Clinton.
Obama se superou no desafio de afirmar seu nome não só internamente, mas também fora dos Estados Unidos. Impressionam no You Tube as imagens da multidão, em julho passado, junto ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, a acompanhar atenta, boquiabeta, como se não acreditasse naquilo que estava vendo e ouvindo, por ocasião do histórico discurso feito por Obama. O povo alemão que testemunhou os horrores do nazismo e a queda do muro, símbolo da intolerância, curvou-se ao carisma do ícone da liberdade. O discurso na capital alemã marcou o avanço de Barack Obama rumo à conquista dos corações e mentes dos principais líderes do Velho Mundo.
No plano interno, Obama se mostrou perseverante, conquistando aliados, sensibilizando gente humilde e celebridades. Imprimiu um jeito diferente, pessoal de pedir voto. Durante a campanha, diariamente, reservava uma hora para, pessoalmente, telefonar para os eleitores, para pedir um voto de confiança. Acabou atendido.
Obama agora tem como missão resgatar o sentimento de orgulho do american citizen. Repousa sobre sua mesa o compromisso de trazer de volta para casa os milhares de jovens americanos que estão em combate no Iraque e no Afeganistão e que custam a entender o porquê de estarem longe de casa tanto tempo. Terá o presidente eleito que se desdobrar para definir o futuro dos presos que definham encarcerados na prisão de Guantánamo.
O apoio em torno do nome de Barack Obama é do tamanho do país que irá governar a partir de 20 de janeiro próximo. Por outro lado, os desafios que terá de enfrentar não são menores do que o verde de esperança que fez ressuscitar e que agora se junta ao azul, vermelho e branco da bandeira americana.
Graças ao seu carisma e ao discurso conciliador e desenvolvimentista que buscou imprimir durante a campanha, Obama caiu nas graças do povo. Como bom hawaiano, surfa na esperança do povo de que dias melhores estão por vir. A “Obamania” vivida pela sociedade americana hoje representa, por sua vez, uma tonelada de responsabilidade, que recai sobre o primeiro negro escolhido para comandar os destinos da Casa Branca pelos próximos quatro anos. Com raro desprendimento e naturalidade, Obama desfruta, justificadamente, dos dias de glória, embalado pelo triunfo nas urnas, que muito se deve a uma campanha irrepreensível, que teve o mérito de perceber o sentimento de mudanças reinante na sociedade americana.
Carismático, cerebral, feito de carne e osso. Foi assim que o senador democrata procurou se apresentar ao eleitorado americano, ao mundo, construindo sua imagem tijolo a tijolo e levando adiante sua disposição de superar cada um dos obstáculos à sua frente. O primeiro desafio, sem dúvida, foi o de desconstruir o preconceito quanto à cor de sua pele. Um presidente negro comandando os destinos dos Estados Unidos era algo impensável há 40 anos atrás. Obama então deparou-se com a disputa interna no partido contra a até então favorita colega de Senado e ex-primeira dama, Hillary Clinton.
Obama se superou no desafio de afirmar seu nome não só internamente, mas também fora dos Estados Unidos. Impressionam no You Tube as imagens da multidão, em julho passado, junto ao Portão de Brandemburgo, em Berlim, a acompanhar atenta, boquiabeta, como se não acreditasse naquilo que estava vendo e ouvindo, por ocasião do histórico discurso feito por Obama. O povo alemão que testemunhou os horrores do nazismo e a queda do muro, símbolo da intolerância, curvou-se ao carisma do ícone da liberdade. O discurso na capital alemã marcou o avanço de Barack Obama rumo à conquista dos corações e mentes dos principais líderes do Velho Mundo.
No plano interno, Obama se mostrou perseverante, conquistando aliados, sensibilizando gente humilde e celebridades. Imprimiu um jeito diferente, pessoal de pedir voto. Durante a campanha, diariamente, reservava uma hora para, pessoalmente, telefonar para os eleitores, para pedir um voto de confiança. Acabou atendido.
Obama agora tem como missão resgatar o sentimento de orgulho do american citizen. Repousa sobre sua mesa o compromisso de trazer de volta para casa os milhares de jovens americanos que estão em combate no Iraque e no Afeganistão e que custam a entender o porquê de estarem longe de casa tanto tempo. Terá o presidente eleito que se desdobrar para definir o futuro dos presos que definham encarcerados na prisão de Guantánamo.
O apoio em torno do nome de Barack Obama é do tamanho do país que irá governar a partir de 20 de janeiro próximo. Por outro lado, os desafios que terá de enfrentar não são menores do que o verde de esperança que fez ressuscitar e que agora se junta ao azul, vermelho e branco da bandeira americana.
Segurança de Obama é motivo de apreensão

AFP - Barack Obama entrou para a história como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, mas sua cor o transforma em alvo potencial e representa um desafio para os responsáveis por sua segurança.
Obama foi colocado sob a proteção do Serviço Secreto, encarregado da segurança dos presidentes e candidatos às eleições presidenciais, já em maio de 2007, ou seja, 18 meses antes de ser eleito, terça-feira, o 44º presidente dos Estados Unidos.
A vida de Barack Obama é constantemente objeto de ameaças. Quarta-feira, dois jovens neonazistas foram indiciados no Tennessee (sul dos EUA) por terem proferido ameaças de morte contra ele.
Obama e sua família, assim como o vice-presidente eleito Joseph Biden e sua família, são protegidos 24 horas por dia por equipes de elite formadas por agentes armados do US Secret Service (USSS), subordinado ao departamento da Segurança Interna.
Em sinal da importância dada às ameaças contra Obama, o palanque onde ele pronunciou seu discurso de terça-feira em Chicago depois de sua eleição era cercado por paredes de plexiglas à prova de balas.
"As mudanças de administração presidencial exigem um importante planejamento operacional para nossa missão de proteção", declarou à AFP Ed Donovan, porta-voz do Secret Service, recusando-se a dar mais detalhes sobre o novo dispositivo e a dizer se a proteção será reforçada para Obama.
"Obviamente, fazemos ajustes. Estamos preparados para todas as eventualidades", frisou.
A cor do novo presidente é apenas uma das fontes de preocupação suplementares, em um país que tem 200 milhões de armas de fogo responsáveis por 30.000 mortes por ano, onde quatro presidentes foram assassinados no exercício de suas funções e onde vários outros foram alvos de tentativas de assassinato.
Entretanto, "as circunstâncias são únicas, e constituirão um desafio" para os responsáveis pela segurança da Obama, alertou Fred Burton, da empresa de análises Stratfor, especializada no combate antiterrorista e na inteligência geopolítica, qualificando a tarefa de "extremamente complicada".
"Isso vai mobilizar muitos recursos e necessitar uma enorme quantidade de análises em termos de tática e de proteção", explicou.
De fato, muitas pessoas desejam a morte de Obama, entre elas grupos neonazistas e defensores da supremacia da raça branca, que poderiam aproveitar o período de transição, até o dia 20 de janeiro, dia em que o presidente eleito assumirá o cargo oficialmente e contará com uma proteção ainda mais reforçada.
Fred Burton pensa que agentes dos serviços de inteligência estejam infiltrados nestes grupos, cujos simpatizantes estiveram envolvidos nos assassinatos dos líderes dos direitos cívicos Martin Luther King e Malcolm X nos anos 60.
O site do Ku Klux Klan, uma organização abertamente racista, advertiu nesta semana para as conseqüências de uma administração Obama. "Muitos brancos deste país vão despertar", com a eleição de Obama, afirmou Thomas Robb.
Bennie Thompson, um membro do Congresso negro de Mississippi, escreveu ao Secret Service em janeiro passado para expressar suas preocupações com a segurança de Barack Obama.
"Como afro-americano que foi testemunha de alguns dos dias mais vergonhosos da história deste país durante a luta do movimento pelos direitos cívicos, sei que o ódio de alguns dos nossos concidadãos pode levar a horríveis atos de violência", escreveu Thompson.
Juiz é advertido com o cartão amarelo

E o Botafogo caiu de novo diante de uma equipe argentina (Estudiantes). A exemplo do ano passado, quando o time alvinegro foi eliminado da Copa Sul-Americana pelo River Plate, em Buenos Aires, dando origem a uma crise interna sem precedentes, motivada pelas duras críticas feitas ao time pelo previsível cartola alvinegro Carlos Augusto Montenegro, dono do Ibope. Passado um ano, o personagem da eliminação foi o zagueiro André Luís, que simplesmente, num gesto impensado, tomou das mãos do árbitro chileno Carlos Chandía o cartão amarelo que acabara de receber. Acabou expulso.
Hoje, no Engenhão, o Botafogo até que mostrou disposição, porém, de forma desordenada, como se quisesse resolver o jogo de uma hora para outra, quando tinha 90 minutos para fazê-lo.
Mas em que pese os quatro gols da partida, que terminou empatada em dois a dois, o personagem da noite foi o zagueiro André Luís, o mesmo que foi algemado e preso pela PM pernambucana no Estádio dos Aflitos, no Recife, durante um tumultuado jogo contra o Náutico, pelo Campeonato Brasileiro.
Desta vez, sem que houvesse a participação da polícia, o zagueiro do Botafogo roubou a cena, ou melhor, o cartão.
Tem coisas que de fato só acontecem ao Botafogo.
05 novembro 2008
Exemplo a ser seguido
Alô prefeito eleito Eduardo Paes.
A Prefeitura de São Paulo anunciou ontem a construção de 130 quilômetros de ciclovias nas ruas da cidade até 2010. A intenção de Gilberto Kassab (DEM) é a de que nos próximos dez anos, a cidade tenha pelo menos mil quilômetros de áreas destinadas aos amantes do ciclismo. Atualmente, existem 7,8 quilômetros de ciclovias já prontas fora de parques na cidade, segundo a Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, responsável pelo projeto.
A Prefeitura de São Paulo anunciou ontem a construção de 130 quilômetros de ciclovias nas ruas da cidade até 2010. A intenção de Gilberto Kassab (DEM) é a de que nos próximos dez anos, a cidade tenha pelo menos mil quilômetros de áreas destinadas aos amantes do ciclismo. Atualmente, existem 7,8 quilômetros de ciclovias já prontas fora de parques na cidade, segundo a Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente, responsável pelo projeto.
Game Over
A esperança venceu o medo. Barack Obama ganhou a Casa Branca com autoridade. Torna-se o homem mais poderoso do planeta, ganhando do republicano John McCain de lavada, conquistando o triunfo na maioria dos mais importantes estados americanos.
Obama era o queridinho de Lula. O presidente-metalúrgico não economizou adjetivos para justificar sua escolha. Talvez por identificar no senador democrata pontos comuns à sua própria biografia. Se Lula era de origem humilde, filho de retirantes nordestinos, Obama nasceu no Hawaí, é negro, fruto de uma relação entre uma americana de classe média e um queniano, que mal pôde chamar de pai.
Empregando em sua fala um tom conciliador, Obama festejou a vitória nas urnas, sem pregar o ódio e aposentando de vez o discurso megalômano que marcou a trajetória de George W.Bush, que deixará a Casa Branca pela porta dos fundos, fixando seu nome na galeria dos piores presidentes que os Estados Unidos já tiveram entre os 43 que antecederam Obama.
Obama é do mesmo partido de dois ex-presidentes americanos, que entraram para a história como verdadeiros estadistas e que contribuíram de forma decisiva para a evolução da sociedade americana: John Kennedy e Jimmy Carter.
O recém eleito presidente americano bem que poderia tomar posse não no Capitólio, em Wasghington D.C, mas no Rio de Janeiro, aos pés do Cristo Redentor ou diante do Pão de Açúcar.
Explico: Obama assumirá o cargo no dia 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro.
PS. Como bem lembra o amigo Fernando Kerr, na realidade, 42 presidentes antecederam Barack Obama. Ele cita Grover Cleveland, que a exemplo de Getúlio Vargas, exerceu dois mandatos não consecutivos (de 1885 a 1889 e de 1893 a 1897), e que, por causa disso, é contado duas vezes. Kerr observa ainda outros democratas "de responsa" conforme sua definição: Bill "Cohiba" Clinton e Franklin Delano Roosevelt, este último responsável pela entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial após o ataque japonês à base naval de Pearl Harbor, no Hawaí, terra de Obama. Roosevelt é apontado ainda como o responsável pela recuperação da economia americana após a depressão de 1929, que acabou jogando a Bolsa de NY na lona.
Obama era o queridinho de Lula. O presidente-metalúrgico não economizou adjetivos para justificar sua escolha. Talvez por identificar no senador democrata pontos comuns à sua própria biografia. Se Lula era de origem humilde, filho de retirantes nordestinos, Obama nasceu no Hawaí, é negro, fruto de uma relação entre uma americana de classe média e um queniano, que mal pôde chamar de pai.
Empregando em sua fala um tom conciliador, Obama festejou a vitória nas urnas, sem pregar o ódio e aposentando de vez o discurso megalômano que marcou a trajetória de George W.Bush, que deixará a Casa Branca pela porta dos fundos, fixando seu nome na galeria dos piores presidentes que os Estados Unidos já tiveram entre os 43 que antecederam Obama.
Obama é do mesmo partido de dois ex-presidentes americanos, que entraram para a história como verdadeiros estadistas e que contribuíram de forma decisiva para a evolução da sociedade americana: John Kennedy e Jimmy Carter.
O recém eleito presidente americano bem que poderia tomar posse não no Capitólio, em Wasghington D.C, mas no Rio de Janeiro, aos pés do Cristo Redentor ou diante do Pão de Açúcar.
Explico: Obama assumirá o cargo no dia 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, padroeiro da cidade do Rio de Janeiro.
PS. Como bem lembra o amigo Fernando Kerr, na realidade, 42 presidentes antecederam Barack Obama. Ele cita Grover Cleveland, que a exemplo de Getúlio Vargas, exerceu dois mandatos não consecutivos (de 1885 a 1889 e de 1893 a 1897), e que, por causa disso, é contado duas vezes. Kerr observa ainda outros democratas "de responsa" conforme sua definição: Bill "Cohiba" Clinton e Franklin Delano Roosevelt, este último responsável pela entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial após o ataque japonês à base naval de Pearl Harbor, no Hawaí, terra de Obama. Roosevelt é apontado ainda como o responsável pela recuperação da economia americana após a depressão de 1929, que acabou jogando a Bolsa de NY na lona.
04 novembro 2008
Onda democrata
As urnas nos Estados Unidos sequer foram fechadas, o que recomenda cautela ao se fazer qualquer prognóstico. Uma coisa, porém, é certa. O fenômeno Barack Obama, independentemente do seu desempenho, já conseguiu o feito de motivar o eleitor americano, levando-o a deixar sua casa para ir votar. Até o momento, segundo notícias vindas dos Estados Unidos, 27 milhões de eleitores já votaram, um número bastante positivo, uma vez que o voto lá é facultativo. A expectativa é a de que 130 milhões de americanos participem da eleição à Casa Branca.
Este fenômeno se deve à mobilização do eleitorado que a campanha do senador democrata conseguiu imprimir. Obama, preferido por sete em cada dez americanos, de acordo com as pesquisas levadas ao ar pela rede de TV CNN, pode até perder, mas o feito de ter conseguido chamar o cidadão comum americano para participar da disputa é mérito seu.
John McCain aposta no conservadorismo americano, o que não é nenhuma novidade. Seja lá quem for o escolhido para o posto de homem mais poderoso do planeta, essas eleições mostraram que a sociedade americana experimenta um período de mudanças.
Ao contrário daqui, não há nenhuma previsão segura para a data da divulgação do resultado oficial. As eleições mostraram, no entanto, que a crise econômica que estremeceu os alicerces do mercado financeiro mundial e o senador negro nascido no Hawaí, que se apresentou como o novo, podem ter contribuído para mudar a postura do cidadão americano, levando-o a acrer que algo precisava ser feito de imediato para mudar o momento atual que não fosse fazer uso do rifle cuidadosamente guardado na parede da sala.
Este fenômeno se deve à mobilização do eleitorado que a campanha do senador democrata conseguiu imprimir. Obama, preferido por sete em cada dez americanos, de acordo com as pesquisas levadas ao ar pela rede de TV CNN, pode até perder, mas o feito de ter conseguido chamar o cidadão comum americano para participar da disputa é mérito seu.
John McCain aposta no conservadorismo americano, o que não é nenhuma novidade. Seja lá quem for o escolhido para o posto de homem mais poderoso do planeta, essas eleições mostraram que a sociedade americana experimenta um período de mudanças.
Ao contrário daqui, não há nenhuma previsão segura para a data da divulgação do resultado oficial. As eleições mostraram, no entanto, que a crise econômica que estremeceu os alicerces do mercado financeiro mundial e o senador negro nascido no Hawaí, que se apresentou como o novo, podem ter contribuído para mudar a postura do cidadão americano, levando-o a acrer que algo precisava ser feito de imediato para mudar o momento atual que não fosse fazer uso do rifle cuidadosamente guardado na parede da sala.
03 novembro 2008
Itaú e Unibanco: eles têm a força
Você entrou no cheque especial e por isso está com os cabelos em pé, com medo dos juros cobrados pelo banco? Recorreu ao cartão de crédito para fazer as compras no mercado porque o salário deste mês não deu para pagar as contas? Pois bem, seus problemas acabaram: o Banco Itaú e o Unibanco anunciaram nesta segunda-feira (03/11) que irão fundir suas operações financeiras, consolidando aquilo que será o maior banco privado do país e o maior grupo financeiro do Hemisfério Sul, segundo a definição dos próprios executivos envolvidos na transação.
"Os controladores da Itaúsa e da Unibanco Holdings comunicam ao mercado que assinaram nesta data contrato de associação visando à unificação das operações financeiras do Itaú e do Unibanco de modo a formar o maior conglomerado financeiro privado do Hemisfério Sul, cujo valor de mercado fará com que ele fique situado entre os 20 maiores do mundo. Trata-se de uma instituição financeira com a capacidade de competir no cenário internacional com os grandes bancos mundiais", informaram os executivos das duas instituições financeiras ao mercado.
Segundo os bancos, o total de ativos combinado é de mais de R$ 575 bilhões - contra R$ 403,5 bilhões do Banco do Brasil, e R$ 348,4 bilhões do Bradesco, de acordo com dados de junho do Banco Central.
Em comunicado, as duas instituições financeiras informaram que a fusão é resultado de 15 meses de negociação e de "uma forte identidade de valores e visão convergente de futuro".
O governo espera que os dois bancos aumentem a oferta de crédito. Ótima notícia para nós, assalariados. Não deixa de ser tranquilizante saber que quando decidir recorrer ao banco para pedir dinheiro emprestado, o gerente não irá mais fazer aquelas exigências absurdas para liberar o empréstimo.
"Os controladores da Itaúsa e da Unibanco Holdings comunicam ao mercado que assinaram nesta data contrato de associação visando à unificação das operações financeiras do Itaú e do Unibanco de modo a formar o maior conglomerado financeiro privado do Hemisfério Sul, cujo valor de mercado fará com que ele fique situado entre os 20 maiores do mundo. Trata-se de uma instituição financeira com a capacidade de competir no cenário internacional com os grandes bancos mundiais", informaram os executivos das duas instituições financeiras ao mercado.
Segundo os bancos, o total de ativos combinado é de mais de R$ 575 bilhões - contra R$ 403,5 bilhões do Banco do Brasil, e R$ 348,4 bilhões do Bradesco, de acordo com dados de junho do Banco Central.
Em comunicado, as duas instituições financeiras informaram que a fusão é resultado de 15 meses de negociação e de "uma forte identidade de valores e visão convergente de futuro".
O governo espera que os dois bancos aumentem a oferta de crédito. Ótima notícia para nós, assalariados. Não deixa de ser tranquilizante saber que quando decidir recorrer ao banco para pedir dinheiro emprestado, o gerente não irá mais fazer aquelas exigências absurdas para liberar o empréstimo.
Bateu na trave.
No país do futebol, o último domingo conseguiu dividir corações e mentes dos brasileiros, que reservaram o início da tarde para acompanhar o Grande Prêmio Brasil de F-1. Felipe Massa, da Ferrari, fez uma corrida exemplar. Conquistou na véspera a pole position, se manteve na liderança boa parte da corida, mas perdeu ao final, restando 500 m para a bandeirada, para o inglês precoce Lewis hamilton, da McLaren. A vitória do britânico e o consequente vice-campeonato do piloto brasileiro contrariaram um sentimento reinante no país de que vice e último colocado são a mesma coisa.
Massa fez uma corrida cerebral. Teve de tudo durante as 71 voltas do circuito de Interlagos: chuva, sol, pista molhada, troca de pneus. Afora a disputa renhida entre Massa e Hamilton, deu gosto de ver, mesmo para os leigos em automibilismo, a ousadia e técnica exibidas mais uma vez pelo piloto alemão Sebastian Vettel, da Toro Rosso, que corre como gente grande, pisa fundo e não tem medo de cara feia. Só não fez mais bonito porque o seu carro andou no limite, bem distante das Ferraris e da Mclaren de Hamilton.
Mas Valeu Felipe! No dia em que o país celebrou a lembrança aos mortos, o piloto ferrarista ressuscitou a emoção e o orgulho de ser brasileiro. Me vi de novo, como nos tempos em que Ayrton Senna guiava a McLaren, colado diante da TV, roenho as unhas e torcendo pela "baratinha" vermelha conduzida por Massa.
Ano que vem tem mais. E Felipe, certamente, estará mais maduro, com o moral elevado junto aos dirigentes da escuderia de Maranello, assim como o mais novo campeão do circo da F-1, Lewis Hamilton e o alemão voador, que defenderá em 2009 as cores da Red Bull.
Massa fez uma corrida cerebral. Teve de tudo durante as 71 voltas do circuito de Interlagos: chuva, sol, pista molhada, troca de pneus. Afora a disputa renhida entre Massa e Hamilton, deu gosto de ver, mesmo para os leigos em automibilismo, a ousadia e técnica exibidas mais uma vez pelo piloto alemão Sebastian Vettel, da Toro Rosso, que corre como gente grande, pisa fundo e não tem medo de cara feia. Só não fez mais bonito porque o seu carro andou no limite, bem distante das Ferraris e da Mclaren de Hamilton.
Mas Valeu Felipe! No dia em que o país celebrou a lembrança aos mortos, o piloto ferrarista ressuscitou a emoção e o orgulho de ser brasileiro. Me vi de novo, como nos tempos em que Ayrton Senna guiava a McLaren, colado diante da TV, roenho as unhas e torcendo pela "baratinha" vermelha conduzida por Massa.
Ano que vem tem mais. E Felipe, certamente, estará mais maduro, com o moral elevado junto aos dirigentes da escuderia de Maranello, assim como o mais novo campeão do circo da F-1, Lewis Hamilton e o alemão voador, que defenderá em 2009 as cores da Red Bull.
02 novembro 2008
Marílson vence a maratona de NY

O brasileiro Marilson Gomes dos Santos venceu neste domingo a Maratona de Nova York, pela segunda vez em sua carreira. O seu primeiro triunfo foi em 2006.
O maratonista brasileiro - nascido em Brasília -, que correu de luvas para enfrentar o rigor do frio na "Big Apple", ultrapassou o marroquino Abderrahim Goumri nos últimos três quilômetros de prova. Seu tempo foi de 2h08min43s.
Entre as mulheres, vitória da inglesa Paula Radcliffe, que conquistou o bicampeonato e seu terceiro título da prova --venceu também em 2004.
Ela completou o percurso em 2h23min56, na frente da russa Ludmila Petrova e da norte-americana Kara Goucher.
Dúvida cruel
Pense rápido.
O que é mais improvável? O piloto de F-1 Felipe Massa, da Ferrari, se sagrar campeão mundial hoje, vencendo no circuito de Interlagos, em São paulo, sem que o inglês Lewis Hamilton, da McLaren, pontue, ou o Vasco escapar da Segunda Divisão em 2009?
O que é mais improvável? O piloto de F-1 Felipe Massa, da Ferrari, se sagrar campeão mundial hoje, vencendo no circuito de Interlagos, em São paulo, sem que o inglês Lewis Hamilton, da McLaren, pontue, ou o Vasco escapar da Segunda Divisão em 2009?
01 novembro 2008
Paixão ressuscitada
Quando entrar no cockipit de sua Ferrari neste domingo (02) em Interlagos, o piloto brasileiro Felipe Massa levará consigo não só a responsabilidade de ganhar o mundial de pilotos para a escuderia italiana, como também a esperança depositada por milhares de brasileiros, que vêem em Massa uma espécie de sucessor do eterno Ayrton Senna. A tarefa de Massa não será nada fácil. Sete pontos o separam do inglês Lewis Hamilton, da McLaren, líder do mundial.
No ano passado, Hamilton cometeu uma sucessão de erros nos circuitos da China e em Interlagos, que lhe valeram o título, que estava em suas mãos. Passado um ano, Hamilton amadureceu, sua equipe conseguiu montar um carro superior ao da temporada passada, o que torna o piloto britânico favorito ao título e um adversário difícil de ser batido.
No entanto, na F-1 são tantos os fatores que determinam quem vai cruzar a linha de chegada nas primeiras posições, que é prematuro fazer qualquer prognóstico ou apontar de antemão quem sairá do circuito de Interlagos com o título. Pela alta complexidade que cerca o circo da F-1, o imponderável é uma realidade que não deve e não pode ser desprezada.
Uma coisa, porém, é certa. Felipe Massa terá neste domingo, dia que homenageamos os mortos, a oportunidade única de fazer ressuscitar a paixão que há 30 anos leva a torcida brasileira a acordar cedo aos domingos, para acompanhar pela TV as manobras arriscadas, o arrojo do seu ídolo no comando de um F-1 serpenteando os circuitos pelo mundo afora. Foi assim com José Carlos Pace, Emerson Fittipaldi, Ayrton Senna, Neson Piquet e, mais recentemente, com Rubinho Barrichello.
Desde a conquista do primeiro título mundial de Senna há 20 anos, o torcedor brasileiro, amante do automobilismo, não tem a mesma motivação para sentar-se diante da TV nas suas manhãs dominicais. E Massa pode, a partir deste domingo, ser o responsável por fazer ressuscitar este prazer.
No ano passado, Hamilton cometeu uma sucessão de erros nos circuitos da China e em Interlagos, que lhe valeram o título, que estava em suas mãos. Passado um ano, Hamilton amadureceu, sua equipe conseguiu montar um carro superior ao da temporada passada, o que torna o piloto britânico favorito ao título e um adversário difícil de ser batido.
No entanto, na F-1 são tantos os fatores que determinam quem vai cruzar a linha de chegada nas primeiras posições, que é prematuro fazer qualquer prognóstico ou apontar de antemão quem sairá do circuito de Interlagos com o título. Pela alta complexidade que cerca o circo da F-1, o imponderável é uma realidade que não deve e não pode ser desprezada.
Uma coisa, porém, é certa. Felipe Massa terá neste domingo, dia que homenageamos os mortos, a oportunidade única de fazer ressuscitar a paixão que há 30 anos leva a torcida brasileira a acordar cedo aos domingos, para acompanhar pela TV as manobras arriscadas, o arrojo do seu ídolo no comando de um F-1 serpenteando os circuitos pelo mundo afora. Foi assim com José Carlos Pace, Emerson Fittipaldi, Ayrton Senna, Neson Piquet e, mais recentemente, com Rubinho Barrichello.
Desde a conquista do primeiro título mundial de Senna há 20 anos, o torcedor brasileiro, amante do automobilismo, não tem a mesma motivação para sentar-se diante da TV nas suas manhãs dominicais. E Massa pode, a partir deste domingo, ser o responsável por fazer ressuscitar este prazer.
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