30 dezembro 2008

Feliz 2009!

No último dia do ano, dedico algumas linhas para desejar um feliz 2009 a todos, repleto de satisfação, saúde e paz. Que o novo ano que amanhã se inicia seja marcado pela concretização de sonhos simples e possíveis e também, por que não, pela realização daqueles que exigem um pouco mais do que a torcida ferrenha deste blogueiro.

Tim-tim!!!!

T E M P O- Feliz 2009

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente...

Para você, desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.

Para você, desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.

Para você, neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas, mas nada seria suficiente...

Então desejo apenas que você tenha muitos desejos.
DESEJOS GRANDES - e que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua FELICIDADE!

(Carlos Drummond de Andrade)

29 dezembro 2008

Bateau Mouche

A imagem da tragédia do Bateau Mouche que me vem à cabeça é a de um casal - ele trajando um smoking encharcado e ela metida num elegante longo branco -, ambos sentados no meio-fio, no interior do Iate Clube do Rio de Janeiro, acariciando o rosto de um menino, de aproximadamente 8 anos, e cujo corpo estava inerte e ensopado de água do mar, e que, certamente, fora uma das vítimas mais novas entre as 55 pessoas que morreram no naufrágio do Bateau Mouche, numa noite de lua cheia de 31 de dezembro de 1988.

A cena fora testemunhada por mim e por um grupo de guardas-vidas à distância, já na primeira madrugada do ano de 1989. Eu tinha 26 anos e há três havia ingressado na profissão de jornalista em busca dos sonhos forjados na faculdade e de afirmação profissional. Repórter do jornal O Dia, fui escalado para trabalhar no plantão do réveillon. Minha missão era simples: registrar a passagem de ano na delegacia do Posto 6, em Copacabana. Pauta mais emocionante para um "foca"(jornalista inexperiente),impossível. Ledo engano, emoção maior estava por vir. Após tomar conhecimento do naufrágio, abandonei a delegacia e corri para o Iate Clube, um dos locais para onde os primeiros corpos foram levados pelos bombeiros. Me recordo que a cobertura inicial do jornal coube a mim e às repórteres Hilka Teles e Salete Lisboa, que seguiram, respectivamente, para a Marina da Glória e para a Praia da Urca.

O naufrágio do Bateau Mouche impôs a mim uma das experiência mais dolorosas e, ao mesmo tempo, significativas da minha vida profissonal. Bernardo Amaral Goulart, filho da atriz Yara Amaral, que morreu no naufrágio, resume com propriedade o que a tragédia representou em sua vida.

“Até ela (Yara Amaral)perdeu a identidade. Ela não é mais a atriz que ganhou três Molière, ela não é mais a atriz que fez, sei lá, 28 novelas. Não é atriz que fez 50 peças, não é uma das atrizes mais laureadas - não é mais. É a atriz que morreu no Bateau Mouche. Quem é Yara Amaral? É a atriz que morreu no Bateau Mouche”, discursa o filho da atriz, coberto de razão.

Eu me limito a dizer que o Bateau Mouche foi e sempre será uma espécie de ícone da ganância, do desprezo pela vida humana e da falta de escrúpulos de um grupo de empresários espanhóis que até hoje devem desdenhar do sistema penal brasileiro.

Decorridos 18 anos do primeiro julgamento, em 1990, todos foram inocentados. A estratégia de defesa dos acusados era tão lacônica quanto estúpida: eles - os empresários - desconheciam os riscos da embarcação, que ganhou o mar graças a uma licença expedida pela Marinha (Capitania dos Portos).

Sem dúvida, a impunidade que até os dias de hoje marca o naufrágio da embarcação, afogou parte dos meus sonhos, um a um, nascidos anos atrás, quando ainda frequentava os bancos da faculdade.

28 dezembro 2008

Domingo sem chuva






Tem chovido tanto no Rio, que passei a aderir ao hábito tipicamente paulistano, fazendo da ida ao aeroporto nos fins de semana o programa ideal.

Que Rio é este?


24 dezembro 2008

Ação desastrada

O Natal dos familiares do jovem Paulo Marcos da Silva Leão, de 26 anos, e de seu amigo, identificado apenas como Rafael, que seria cabo do Exército, definitivamente está arruinado. Os dois foram mortos em Brás de Pina, Zona Norte do Rio, no início da noite desta terça-feira (23), em meio a uma ação malsucedida protagonizada por policiais civis da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae). Os jovens estavam ouvindo música, no lado de fora do Palio KMO-6480, quando foram abordados por três homens armados, dando início a um seqüestro-relâmpago. Avisados, os policiais iniciaram a perseguição, com um desfecho trágico, e que resultou na morte dos cinco opcupantes do veículo - os dois jovens e os três marginais.

O delegado que comandou a ação informou que os bandidos seriam membros do tráfico instalado na favela Furquim Mendes, no Jardim América, e que os jovens foram atingidos ao tentarem fugir, deixando o carro pela porta traseira em meio ao tiroteio que se sucedeu.


Justificativas à parte, esta não é a primeira vez que pessoas inocentes são mortas em meio a uma perseguição policial. A frustrada ação dos agentes da lei certamente deverá ser alvo de "um rigoroso inquérito". Nada que devolva a vida dos rapazes e estabeleça, definitivamente, na polícia um protocolo de ação em situações similares, capaz de evitar que futuramente pessoas inocentes sejam mortas por quem, por dever de oficio, deveria protegê-las.

23 dezembro 2008

Cenário dantesco


Ainda são desconhecidas as causas da morte prematura da estudante universitária Isabella Baracat Negrato, de 20 anos, que morreu após passar mal durante um cruzeiro universitário em Ilhabela, no litoral paulista. O mais provável, contudo, é que Isabella tenha sido mais uma vítima do flagelo das drogas. Imagens gravadas pelos próprios estudantes e levadas ao ar no Youtube revelam que o cruzeiro, nos anos anteriores, se assemelhava a uma festa da Roma antiga, com comida farta, música baiana a todo volume e muita bebida alcoólica a bordo, num cenário, cujos atores poderiam ser os meus ou os seus filhos.

Os exame laboratoriais que determinarão as causas da morte da estudante ficarão prontos somente dentro de 30 dias. No entanto, de acordo com o relato de pessoas ligadas à investigação, a família da jovem, reservadamente, já trabalha com a hipótese de Isabella ter sido vítima de overdose, após o consumo em excesso de alguma substância combinada com álcool.

Seja lá qual for a conclusão da investigação, uma coisa é certa: o desfecho trágico da vida da estudante não é fato isolado e merece da sociedade em geral uma reflexão sobre o papel da família e da escola na formação desses jovens. Toda e qualquer ação preventiva nesse sentido não pode prescindir do poder público, a quem cabe capitanear a implementação de campanhas educativas quantos aos riscos que a droga representa.

É verdade que a maioria não se deixa seduzir pelas drogas, mas também não é desprezível o número de jovens que se aproveita dessas ocasiões para fazer uso delas em busca da auto-afrmação, de sua inserção num determinado grupo.

Que a morte de Isabella se preste a ser uma espécie de ícone dessa cruzada.

22 dezembro 2008

Crise, que crise?

O presidente Lula falou agora há pouco em cadeia nacional de rádio e tv para exaltar a força da economia do Brasil, para reafirmar sua crença de que o país continuará crescendo, apesar da crise financeira mundial. Lula garantiu que os investimentos do governo previstos para 2009 não sofrerão nenhum tipo de abalo. O presidente disse ainda que antigamente, crises como a que explodiu nos Estados Unidos a partir de setembro faziam com que a economia do Brasil entrasse em colapso,levando o país a ter de buscar recursos junto ao FMI.

Lula voltou a estimular o consumo, fazendo um apelo para que as pessoas não desistam do sonho de "comprar uma geladeira ou trocar de carro". Segundo ele, essa é a única forma de "fazer girar a roda da economia". Ele garantiu ainda que o país continuará crescendo e que o governo está fazendo todos os esforços para assegurar a estabilidade econômica sem que o país sofra com os efeitos da crise originada nos Estados Unidos.

O presidente elogiou o sistema bancário brasileiro, afirmando que as instituições financeiras estão organizadas. Evitou, no entanto, discorrer sobre a opção em manter elevadas as taxas de juros (Selic) fixadas pelo Conselho de Política Monetária (Copom). Lula destacou as reservas do país em moeda estrangeira, segundo ele, avaliadas em US$ 207 bilhões.

Em seu último pronunciamento do ano em cadeia nacional, Lula procurou passar ao largo das taxas de desemprego, ignorando as dispensas promovidas por empresas como a Vale do Rio Doce, por exemplo, que há duas semanas demitiu 1.300 funcionários por causa do colapso na economia mundial.

Chico Mendes


MARINA SILVA


Vinte anos sem Chico Mendes, assassinado em Xapuri no dia 22 de dezembro de 1988, aos 44 anos. O país, ainda embalado pela Constituição recém-aprovada, primeira a reconhecer a proteção do meio ambiente como dever do Estado e direito e dever dos cidadãos, via repercutir no mundo inteiro a notícia da morte do seringueiro que ousara liderar um movimento para evitar a destruição da Amazônia.
Nestes vinte anos, expandiu-se muito o espaço das preocupações ambientais no planeta. Hoje, Chico Mendes seria um entre tantos a enfrentar a resistência dos que teimam em esquivar-se de inescapáveis mudanças no estilo de desenvolvimento predador ainda dominante. E por que Chico foi tão especial? Porque se antecipou ao tempo e deu coordenadas, com clareza e simplicidade, para aspirarmos a uma era de maior convergência entre crescimento econômico, justiça social e respeito a limites no uso dos recursos naturais. Porque foi um líder profundamente comprometido com valores e original na ação.
Há quem esteja tão à frente, pela intuição, pela sabedoria, pela capacidade de se ver em muitos, que vai varando o tempo e alcança o futuro no presente. E aqueles que antecipam o tempo nunca o fazem impunemente. Mandela, Ghandi, Luther King pagaram o preço. Chico Mendes também pagou. Parece que essa capacidade antecipatória tem sempre efeito avassalador, tanto para provocar incompreensão quanto para despertar consciências ou, ainda, para abreviar a vida de quem se transforma em antena do mundo e da humanidade.
Chico viveu tudo o que suas circunstâncias permitiram e seus ideais pediram. Tinha uma visão horizontal, inclusiva, quase feminina da política. Preferia a negociação à disputa, a conversa ao conflito, a aliança ao protagonismo exclusivista, mas assumiu radicalmente todas as confrontações necessárias, até a final, com a sua própria morte tão anunciada. E ganhou, sobrevivendo a ela.
Como diz Lacan, o sentido só aparece depois. No caso de Chico, apareceu plenamente após sua morte, porque a antecipação só pode mesmo ser percebida depois. Pessoas como ele são realizadoras de sonhos, de esperança, alimentadoras de novos processos. Se "tudo que é sólido desmancha no ar", elas nos dizem que tudo que é sólido se sustenta nos sonhos.
Quando vivo, acusavam-no de ser contra o desenvolvimento da Amazônia, de fazer "o jogo dos americanos". Hoje, seu discurso é a sustentação para o discurso de todos, sinceros e insinceros, que tentam seguir carreira política, fazer investimentos ou implantar projetos na região.

*Artigo publicado hoje (22/12) na Folha de S. Paulo

21 dezembro 2008

Quem pode, pode

Imagine o multimilionário da mineração Eike Batista caracterizado de mendigo, perambulando pelas ruas do Centro a pedir esmola com as mãos estendidas. Ou então pense como seria o empresário Antônio Ermírio de Moraes, dono da gigante do cimento Votorantim, carregando um pandeiro com a mão espalmada, pedindo uns trocados com o seu grupo de pagode aos clientes sentados ao redor de uma mesa de bar na Praia de Copacabana.

Na Rússia pós-comunismo, os milionários estão buscando uma forma alternativa de dar um sentido às suas vidas, para fugir do tédio provocado pelo turbulento e concorrido mundo dos negócios. Muitos deles têm contratado os serviços de uma empresa especializada em entretenimento. Isso mesmo. Quem tem dinheiro na Rússia, ou melhor, muito dinheiro, não economiza na hora de contratar o serviço, seja para se passar despercebido como mendigo nos arredores de Moscou ou servindo um sanduíche numa típica lanchonete de fast food. Existem os que vão além. Protegidos por um esquema que envolve a polícia e seguranças, alguns desembolsam altas quantias para que suas esposas se passem por prostitutas, abordando motoristas nas ruas da capital russa. Quando o programa é acertado, eis que surge a polícia para afastar os interessados.

Excentricidade maior, impossível.

O DIA publica entrevista com o secretário de Segurança do Rio


José Mariano Beltrame anuncia que defende o desarmamento dos bombeiros


Adriana Cruz e João Marcello Erthal

Rio - O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, vai entrar na briga pelo desarmamento do Corpo de Bombeiros. A medida tenta não só combater a atuação dos paramilitares, como pede o relatório final da CPI das Milícias, mas também deve funcionar como proteção aos bombeiros, que, sem armas letais, deixariam de ser alvo dos bandidos.

Em entrevista a O DIA, na última quinta-feira, o secretário disse que a polícia tem que mostrar que sabe fazer segurança pública. E isso é o que começa a ocorrer, de forma mais completa, avalia, na ação da PM no Morro Dona Marta, em Botafogo. O projeto de policiamento comunitário que pôs fim ao controle territorial do tráfico de drogas é a nova menina dos olhos do governo do estado. Mas, como cobra Beltrame, é preciso que a sociedade não ponha só nos ombros da polícia o dever de restabelecer a paz nas áreas até então abandonadas pelo Estado. “Não adianta tirar o gatonet e não colocar a TV a cabo formal”, exemplifica, cobrando dos demais poderes uma ação mais efetiva no combate à violência. “O Legislativo não pode prender, mas pode ir para dentro da lei”, sugere, chamando as casas legislativas para a briga na qual está envolvido desde o início do governo Cabral.

—No primeiro ano do atual governo, o discurso foi de enfrentamento. Um ano depois, o Estado anuncia que acabou com o controle territorial do tráfico no Dona Marta. Que avaliação o senhor faz desses dois anos?
—Conseguimos isso no Dona Marta com muita luta e com concurso público. Hoje, temos a garantia de que a Academia, o nosso ‘forno’, não vai parar. Já estamos com concurso para contratar mais quatro mil PMs. Quero até 2010 mais 7 mil. Isso tem que ser permanente. O mesmo acontece com viaturas. A cidade cresce, o número de quilômetros percorridos é maior do que há cinco anos.

—A ocupação do Dona Marta se deu sem tiros. Como isso foi possível?
—A questão do enfrentamento está sedimentada. A polícia tem método para entrar nesses lugares. Não houve tiro porque não precisou. Se precisasse, nós atiraríamos. Acredito que o Dona Marta é uma dívida que a segurança tinha com a sociedade. A polícia tem que mostrar que entende como se faz segurança. Se quisermos fazer isso no resto da cidade, temos o modelo. Mas para fazer na Maré, na Rocinha, temos que ver quanto é preciso em homens, carros, o que traz de custos para o batalhão, estrutura de comunicação.

—Por que não se trabalhou assim antes?
—Precisávamos, primeiro,de uma turma de recrutas. Vamos começar isso com policiais zero quilômetro. Com policiais antigos, poderíamos fazer, mas seria repetir alguns erros. A Cidade de Deus está ocupada, mas não no perfil do Dona Marta. Oitenta por cento dos crimes em Jacarepaguá são de pessoas ligadas à Cidade de Deus. Como não posso ir para cada esquina de Jacarepaguá, vou para a Cidade de Deus. Os índices de criminalidade baixaram. Na Tijuca, não posso fazer isso. São 19 áreas, 19 modelos, com um batalhão. Muita gente. Se vou a um morro, o bandido vai para outro. Ali, tenho que ir aos 19 ao mesmo tempo. Não tem jeito.

—Quando é, então, que a polícia faz segurança pública na sua opinião?
—Quando sabe se comportar, criar uma ambiente para que o cidadão se movimente. E se você quiser botar um restaurante, pode. Este meio é que permite que cheguem outras coisas. E aí é que eu desafio a iniciativa privada, as ONGs. Agora que isso existe, usem. Não adianta tirar o gatonet e não colocar a TV a cabo formal. Mas colocar polícia comunitária no Morro do Alemão, por exemplo, é fazer tiro ao pombo para os traficantes. Porque não existe ainda essa ambiência. Se um morador vai ao orelhão, está sujeito a ser parado por um traficante que pergunta: “Estava falando com quem? O que foi fazer lá?”

—Em relação às milícias, o senhor está satisfeito com as punições dentro das polícias Civil e Militar?
—Estou satisfeito em função das nossas condições. Fazer provas disso não é brincadeira. Se eu olhar para a estrutura da Draco, tenho que ficar satisfeito. Não poderíamos combater todas as milícias, então fomos na mais importante, que assola 1,2 milhão de pessoas com sua tirania. E ela envolve casas legislativas. Não estou satisfeito é com a legislação. E acho que o Legislativo precisa entrar nesta briga. Se as casas legislativas querem ajudar, sejam as municipais, a estadual ou a federal, que legislem sobre isso. Mudem as leis para o servidor. Se eu sou advogado de defesa, hoje, uso a lei ‘ipsis litteris’. Você não pode dar um despacho no meu processo sem me notificar. E notificar já é difícil. O Legislativo não pode prender, mas pode ir para dentro da lei. Nós temos uma Câmara Municipal que não tem, às vésperas de 2009, Código de Ética nem corregedoria.

—Que avaliação o senhor faz do relatório final da CPI das milícias, na Alerj?
—Importante politicamente. Na medida em que o relatório chega a Brasília e movimenta os deputados por lá, temos uma conquista. A milícia tem políticos, logo, tem que ser combatida por policiais, mas tem que ser controlada também por essas lideranças. Está sacramentado no Rio que temos a criminalização da política e a politização do crime. A CPI, sim, pode ajudar. Pode movimentar o Legislativo e a lei.

—O relatório propõe desarmar os bombeiros. O que o senhor pensa a respeito?
— Estou na briga para desarmar os bombeiros. Pelo carinho e estima que tenho por essa instituição, que é a mais querida dessa nação, não apenas do estado. E faço isso para proteger o bombeiro, que se fez no Brasil e no mundo porque salva vidas. Agora, a cultura que se instalou aqui há 50 anos levou o bombeiro para o desvio de conduta, porque ele é caracterizado como polícia.

—O senhor acompanha as ameaças ao deputado Marcelo Freixo?
—Vejo isso de maneira pragmática. A pessoa no Rio que quer, efetivamente, se envolver e mexer nas questões relativas à segurança pública tem que ter a ameaça de morte muito bem assimilada. Não adianta fazer barulho. Eu mesmo estou com 13, 14 ameaças. Agora, se eu quiser ficar falando para a imprensa, dar palestra ou contar casos, vou ficar mais 50 anos fazendo purpurina. E a banda passando...

—O senhor falou da queda dos homicídios. Mas manifestações recentes na praia cobraram a situação dos desaparecimentos. O que o senhor achou dessa cobrança?
—Determinei ao Instituto de Segurança Pública o primeiro estudo sobre desaparecidos. Tem coco lá na praia que eu garanto que está registrado como desaparecido, mas que voltou, que não deram baixa na delegacia. Desaparecido não é morto. É o que eu digo: tem ‘corpo e cruz’ lá que estão em casa. Agora, tem também o desaparecido que é aquele que o tráfico queima lá no microondas.


—A arma longa é um flagelo para o Rio. O senhor não acha que estão faltando ações federais?
—Não tenha dúvida. O que a gente pega aqui de armas utilizadas pelo exército boliviano... Eles já estiveram aqui, propus um convênio. Armas não têm asas. Elas vêm no reboque da droga, do mercado clandestino, que envolve policiais.

—Já houve definição na nova forma de alimentação da PM? O valor virá em contra-cheque ou em tíquete?
—Isso é uma questão que o Sérgio Rui (secretário de Planejamento) vai definir. Mas acredito que vai ser via contra-cheque.

—No ano passado, o senhor disse que o seu dever estaria cumprido se o cidadão andasse mais tranqüilo na rua. O quanto avançou nesse sentido?
—A maior vitória é a autonomia das instituições. É preciso deixar que a polícia ande. É preciso estruturar. Claro que a minha perseguição, o meu anseio é que o cidadão sinta-se mais seguro. Mas tem que recuperar as instituições, os salários.

—Por que as promoções na Polícia Civil demoram?
— Eu tenho que promover delegado de primeira por antigüidade. Mas, por merecimento, eu tenho que esperar abrir vaga. Tem cinco vagas este ano da Polícia Civil para serem promovidos, juntando com as de abril, que não houve. Nós decidimos esperar um pouco porque podia ser que alguém se aposentasse. Pode ser que no fim do ano tenhamos dez vagas por merecimento. As promoções são por antigüidade ou por merecimento. Por exemplo, no caso de delegados de primeira, é provável que só tenham cinco vagas por merecimento e duas ou três por antigüidade. É pouco, não tem cabimento. Agora, tem que fazer o quê? Mudar o regime jurídico. Isso tudo, reafirmo, é lei.

20 dezembro 2008

IPTU dos mortos

A notícia estampada na imprensa goiana esta semana surpreende e era só a que faltava num tempo em que a crise financeira global faz explodir as taxas de juros, além de invocar a discussão em torno da necessidade da reforma tributária. O prefeito de Goiânia, Íris Rezende (PMDB), encaminhou à Câmara de Vereadores projeto de lei, propondo a cobrança em 2009 de um imposto para manutenção de sepulturas e jazigos nos cemitérios públicos e particulares localizados na capital goiana. A criação do já apelidado “IPTU dos mortos” evidencia a ganância do poder público em aumentar sua arrecadação e não livra sequer aqueles que imaginavam erradamente ”que partiram dessa para melhor”.

Como o alcaide goiano detém maioria no Legislativo, o polêmico projeto tem grandes chances de passar pela Casa sem maiores problemas, apesar da ruidosa reação do bloco oposicionista. O projeto deverá ser votado em fevereiro, quando se encerra o recesso da Câmara, e prevê a execução judicial das famílias que não honrarem o pagamento do tributo, abrindo caminho para que os cemitérios possam comercializar os jazigos e sepulturas a futuros interessados.

Só não está claro o que será feito com os despojos dos "inadimplentes".

O lixo da PF

MARIO CESAR CARVALHO


Não adianta o ministro da Justiça, Tarso Genro, tentar propagandear números positivos sobre as ações da Polícia Federal, aquele blablablá de que aumentou o número de operações e de prisões. O retrato da PF em 2008 foi galvanizado pela Operação Satiagraha, que investiga o banqueiro Daniel Dantas, e essa imagem não é boa para os policiais.
Na mais importante investigação do ano, num caso que junta eventuais crimes financeiros e lavagem internacional de dinheiro, suspeita de corrupção e tráfico de influência na ante-sala do presidente Lula, a PF fracassou.
O maior sintoma desse fracasso foi a decisão da cúpula da polícia de refazer o inquérito depois de três anos de investigação. Refazer inquérito é coisa de ditadura, de polícia pretoriana. Parece encomenda dos donos do poder para calar desafetos ou evitar que a investigação chegue à ante-sala do presidente.
Culpar o delegado Protógenes Queiroz, como fez a direção da PF, não ajuda a melhorar o estado das coisas. Parece óbvio que delegados não devam ser messiânicos, voluntariosos ou trabalhar com um conceito tão elástico de legalidade que raspa no ilegal. Mas como a PF não sabia que um delegado com essa trinca de predicados tocava a mais delicada investigação do país?
O resultado dessa combinação é um inquérito esquálido em fatos e adiposo em adjetivos. O silêncio do Ministério Público diante de tantos indícios de irregularidades da PF mostra que os fiscais do poder cochilam justamente no momento em que mais se precisa deles.
Dentro da PF, a palavra mais delicada a que se referem ao inquérito de Protógenes é lixo. É conversa corrente entre delegados que boa parte das provas devem ser anuladas pelas instâncias superiores da Justiça por causa das ilegalidades.
A PF das grandes operações é uma das boas novas da República brasileira nos últimos anos (o marketing exagerado e as escorregadas são o preço a pagar por uma polícia mais ativa). Pela primeira vez na história, banqueiros, empresários e juízes foram presos em investigações com um nível de qualidade que não é a regra. Pela primeira vez o país passou a ter policiais que investigam gente de dinheiro com um objetivo que não é a propina.
É essa polícia mais republicana e mais técnica que saiu ferida na Satiagraha. A baixa qualidade da investigação mostra que a PF ainda não tem um padrão de qualidade, só para usar uma imagem cara à Globo. Uma polícia errática, com investigações cuja qualidade varia conforme o titular de plantão, é atalho para a impunidade.
Não adianta depois tentar culpar o Supremo, com a fantasia recorrente de que os ministros protegem poderosos. O que se espera da polícia são investigações de qualidade, não teorias conspiratórias.

MARIO CESAR CARVALHO é repórter especial da Folha de S. Paulo

19 dezembro 2008

A Favorita

Talvez a única boa ação feita pela vilã - Flora/Patrícia Pilar - desde o início da novela A Favorita foi ao ar hoje (19): após fazer o seu primeiro discurso na fábrica de celulose Fontinni, Flora, já empossada como presidente do conselho de administração da empresa, resolve demitir Léo (Jackson Antunes), operário da fábrica, por este ter ficado alheio ao discurso que a executiva fizera momentos antes diante dos funcionários da empresa.

Em tempo: o personagem Léo passou durante toda a novela agredindo e escuraçando a esposa e dando seguidas demonstrações de machismo, despertando a antipatia do públio em geral e, ao mesmo tempo, o reconhecimento ao trabalho desempenhado pelo ator.

Surpreso com a súbita decisão da malvada, Léo vai para casa e, mais um vez, toma um porre para afogar suas mágoas, não sem antes agredir a esposa novamente.

17 dezembro 2008

A nova cara de Hitler


Um supermercado da cidade de Greenwich, no Estado americano de Nova Jersey, se negou a preparar um bolo personalizado de aniversário para um menino de 3 anos chamado de Adolf Hitler, informou o The Express-Times.

Outra filha do casal Heath Campbell e Deborah Campbell também teve a inscrição do seu nome vetada pela rede ShopRite, em fevereiro. A menina de 2 anos se chama JoyceLynn Aryan Nation Campbell.

A assessora da rede de supermercados se reuniu com a família das crianças e tentou suprir as demandas dos clientes, mas defendeu a posição da rede: "nós acreditamos que o pedido de desejar felicidades para Adolf Hitler é inapropriado". Heath e Deborah, que têm uma terceira filha chamada Honszlynn Hitler Jeannie Campbell, disseram que queria dar aos seus filhos nomes únicos, mas não esperavam que teriam problemas. "Eles são apenas crianças, não vão machucar ninguém".

fonte: Portal Terra

15 dezembro 2008

Céu de brigadeiro

A aprovação positiva do governo Lula parece cada vez mais descolada da crise financeira mundial que faz explodir as taxas de desemprego, derruba o preço do barril do petróleo e inibe o consumo. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva alcançou a aprovação de 71,1%, de acordo com a mais recente pesquisa CNT/Sensus encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O índice de entusiasmo dos entrevistados é o maior que um presidente recebeu na história da pesquisa, realizada pela primeira vez em 1998. Os números de dezembro mostram que 6,4% da população avalia negativamente o governo Lula, enquanto que 21,6% dos entrevistados o classificam como regular.

Em relação ao desempenho pessoal de Lula, a pesquisa aponta que 80,3% o aprovam, ou seja, de cada dez entrevistados, oito o ovacionam. É para tirar onda.

A porcentagem de eleitores que o desaprovam está na faixa dos 15,2%, outros 4,6% não responderam à pesquisa. Na última consulta feita pelo instituto, realizada em setembro, a avaliação positiva do governo era de 68,8% e a aprovação pessoal de Lula estava em 77,7%. No caso da aprovação pessoal, os dados de dezembro - 80,3%, só são inferiores aos de janeiro de 2003, quando o presidente assumiu o cargo pela primeira vez e contava àquela época com um índice de avaliação pessoal positiva de 83,6%. A pesquisa CNT/Sensus foi realizada entre os dias 8 e 12 de dezembro em 136 municípios de 24 Estados.

Nepotismo

Ninguém pode dizer que o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, desembargador Frederico Guilherme Pimentel, afastado do cargo na semana passada sob suspeita de corrupção, não leve ao pé da letra o espírito natalino, que se presta a buscar a harmonia em família, o congraçamento entre os seus. No diagrama desenhado pelo Ministério Público, 69 pessoas foram relacionadas como ocupantes de cargos naquela Corte por possuírem algum laço familiar com 17 desembargadores. No caso do desembargador Guilherme Pimentel, integram o quadro de servidores do TJ capixaba quatro filhos, sua esposa e ainda um enteado.

De acordo com o Ministério Público, Frederico Pimentel Filho, também preso, é juiz da Vara da Fazenda Pública; Larissa Pimentel Cortes (filha), secretária da 4ª Câmara Cível; e Dione Schaider Pimentel (filha) e Roberta Schaider Pimentel (filha), escreventes juramentadas lotadas na presidência do tribunal. A esposa do magistrado, Luiza Schaider Pimentel, não ficou de fora. Ela ocupa o cargo de coordenadora da Associação Justiça Social, enquanto seu filho e enteado de Pimental, Paulo Roberto Schaider, é oficial de Justiça. Além deles, outros onze funcionários mantêm algum grau de parentesco com o presidente afastado do tribunal.

14 dezembro 2008

Sem barulho

Insulsa esta temporada de Madonna, de volta ao Brasil 15 anos depois e algumas rugas a mais. O tempo não é capaz de apagar da memória as polêmicas que as apresentações da pop star americana despertavam principalmente com a Igreja católica. A cantora, que está com 50 anos, não dispensava um candelabro ou um crucifixo em suas performances.

Embora não precisasse, Madonna parecia gostar de estar no centro do furacão. Passada mais de uma década, tudo mudou. A "material girl" está mais centrada, voltada para os filhos e para a Cabala. Digno de registro o preciosismo da diva da música pop. Mesmo estando na estrada há meses com sua turnê e sob uma chuva insistente, Madonna chegou cedo ao Maracanã para fazer um último ensaio antes do show, surpreendendo o público que àquela hora disputava um lugar nas imensas filas no lado de fora do estádio.

Com um pouco de sorte, os fãs brasileiros que forem assistir às suas apresentações hoje à noite no Rio e a partir de quinta-feira em São Paulo, poderão ver e ouvir um pouco mais do que um "bunda suja".

Protesto

O Iraque é um país destruído por guerras, marcado por batalhas sangrentas e atentados a bomba responsáveis por um número incontável de vítimas. É prosaico assistir à cena em que o presidente George Bush, 62 anos, em meio a uma coletiva de imprensa em Bagdá, demonstra reflexo, desviando com rara habilidade de dois sapatos arremessados em sua direção por um jornalista iraquiano indignado com sua presença no país. No mundo árabe, arremessar sapatos na direção de uma pessoa é o pior insulto que se pode infligir a alguém. Num território onde o som das armas insiste em sufocar qualquer tentativa de paz, o discurso de despedida do presidente americano, a pouco mais de um mês de deixar a Casa Branca, consegue, ao mesmo tempo, despertar a indignação a americanos e iraquianos.

Memória

"Nós somos um país sem memória e despolitizado. Se a política fizesse parte do cotidiano, isso não aconteceria. É um duplo problema. Isso permite que quem colaborou com a ditadura possa se travestir de democrata".

MARCO ANTÔNIO VILLA

professor de história na Universidade Federal de São Carlos, sobre a pesquisa do Datafolha, que apontou que 82% dos brasileiros a partir dos 16 anos dizem não saber o que foi o Ato Institucional nº 5.

13 dezembro 2008

Pausa para o almoço

Sexta-feira, 12 de dezembro, início de mais uma tarde chuvosa no Centro do Rio. No vai-e-vem de homens engravatados e apressados, as calçadas das Ruas da Carioca e Nilo Peçanha estão, surpreendemente, livres dos ambulantes. O relógio bate 13 horas em ponto e os camelôs se apressam em montar seus tabuleiros, quase que num movimento sincronizado.

Curioso, indaguei de um vendedor de óculos "Rayban, primeira linha", que arrumava caprichosamente suas peças num tabuleiro improvisado, por que todos os ambulantes resolveram aparecer de repente, na mesma hora?

Resposta do ambulante. " Doutor. Os guardas municipais só deixam a gente trabalhar das 13 às 15h. É a hora que a gente tem para faturar, enquanto eles - os guardas municipais - almoçam".

Simples assim.

O cara

O cara tá gordo, fora de forma, com a imagem arranhada, com o futuro dentro de campo incerto, mas cada vez mais multimilionário.

Os termos do contrato de Ronaldo, o Fenômeno, celebrado esta semana com o Corínthians são muito mais do que vantajosos. Além do aluguel da moradia que o craque vai ocupar na Capital paulista durante sua temporada no Parque São Jorge, até o imposto de renda, o grande carrasco do contribuinte brasileiro, o Timão se comprometeu a pagar para ter o atacante na próxima temporada.

Quem foi rei, jamais perde a majestade.

12 dezembro 2008

Fortaleza não tem Cidade da Música mas tem Réveillon

A Prefeitura de Fortaleza não está nem aí para a crise financeira que derruba gigantes da indústria automobilística e faz disparar as taxas de desemprego. O assunto que tem dominado as discussões, seja nos quiosques instalados na orla da Praia de Iracema ou no Legislativo, é o valor da festa - R$ 3,5 milhões - de Réveillon organizada pela prefeita Luizianne Lins (PT) - reeleita em outubro passado. A festa deste ano contará com a apresentação de diversos artistas, entre eles, Gilberto Gil, Daniela Mercury e Lulu Santos. Só com o pagamento de cachês, a prefeitura irá desembolsar cerca de R$ 1,8 milhão.

A festa terá shows com fogos de artifício com tecnologia semelhante à utilizada nas Olimpíadas de Pequim, no valor de R$ 400 mil. A estrutura do palco montado na praia custará ao erário R$ 1,3 milhão. O Réveillon em Fortaleza em 2006 já havia despertado polêmica por ter custado R$ 2,2 milhões aos cofres públicos. No ano passado, as comemorações pela passagem de ano foram orçadas em R$ 1,5 milhão. O deputado estadual Augustinho Moreira (PV) é um dos que se lança em defesa da festa, alegando que o evento, que integra o calendário oficial da cidade, estimula a economia local. "Pobre tem o direito de se divertir também", sentencia o parlamentar, destacando que 2 mil vendedores ambulantes já foram cadastrados para trabalhar na orla, mil taxistas já estão credenciados e que a rede hoteleira da Capital cearense comemora 100% da taxa de ocupação, sobretudo, após a alta do dólar, que desestimulou o turismo de brasileiros no exterior.

Resta saber se sobrará dinheiro para combater a mortalidade infantil, cujos índices na Capital cearense, em que pese o recuo nos últimos anos, ainda serem expressivos - em 2007 foram 16,1 óbitos para cada mil nascimentos -, ou se haverá recursos suficientes para o incremento de campanhas publicitárias contra a prostituição infantil, sobretudo nesta época do ano, quando o Aeroporto Pinto Martins se transforma no destino final de milhares de turistas estrangeiros, atraídos, infelizmente, não somente pela beleza natural do litoral cearense.

11 dezembro 2008

Centavos a mais

Eu gostaria de saber o que se passa na cabeça dos engravatados do governo quando decidem reajustar o preço das tarifas de trem no Rio. Eles, os engravatados, esperaram o término das eleições para dar o sinal verde para o reajuste. A tarifa que hoje é de R$ 2,20, a partir de janeiro saltará para R$ 2,45. Um aumento equivalente a 11,6%, responsável por um forte impacto no bolso do trabalhador. Hoje, para ir e voltar de trem do trabalho, de segunda a sábado, o assalariado despende algo perto de R$ 114,40 por mês, sem, obviamente, levar em conta os gastos com o metrô ou ônibus, que dão prossegumento ao itinerário percorrido diariamente.

A tarifa dos trens do Rio será a mais salgada do transporte ferroviário do Brasil a partir de 9 de janeiro. A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp) aprovou o aumento, atendendo a um pedido formulado pelos executivos da SuperVia. Com a decisão - sob a justificativa de que faz parte do reajuste anual previsto no contrato de concessão -, o valor da tarifa ferroviária no Rio ultrapassará o preço cobrado em São Paulo (R$ 2,40).

Há uma semana, o preço das passagens de ônibus no município do Rio passou de 2,10 para 2,20, valor, portanto, inferior àquele que será cobrado para se andar de trem. A medida desestimula o transporte sobre trilhos e vai na contramão do verificado no mundo afora, além de agravar o já péssimo serviço prestado pelas empresas de ônibus. Se não bastasse a carência de coletivos em alguns bairros da cidade, sobretudo nas Zonas Norte e Oeste, o trabalhador agora terá de se empoleirar nos minguados ônibus que lhe restam, se quiser chegar ao seu local de trabalho.

Os centavos que faltam ao bolso de quem necessita andar de trem se somam a péssima qualidade do serviço oferecido e à falta de bom senso que deveria prevalecer nessa relação de prestação de serviço.

09 dezembro 2008

Nike tira Ronaldo do Flamengo


Depois de fazer juras de amor ao Flamengo, onde declarou que pretende encerrar sua gloriosa carreira, o craque Ronaldo Fenômeno surpreendeu e acertou seu ingresso no Parque São Jorge e passará a defender as cores do Corínthians em 2009.

Na verdade, Ronaldo se viu seduzido pela Nike, responsável pelo fornecimento do material esportivo usado pelo Timão. A gigante americana comprou uma briga com o Flamengo este ano, por conta do litígio na Justiça com o rubro-negro envolvendo o valor das cotas de patrocínio destinadas ao clube.

O Flamengo, numa atitude de represália, acertou um contrato milionário com a Olympicus e chegou a entrar em campo estampando as camisas confeccionadas pela marca brasileira. A Justiça, no entanto, determinou que o clube, a contragosto, voltasse a usar as camisas da Nike até que o contrato com o Flamengo seja encerrado.

Ronaldo perde assim uma boa oportunidade de apagar da memória o conturbado ano de 2008, onde enfrentou de tudo: desde uma séria lesão no joelho, quando ainda defendia o Milan, da Itália, passando pelos não menos ruidoso caso envolvendo um programa com um travesti, num motel barato da Barra da Tijuca.

A torcida rubro-negra não irá perdoá-lo por tamanha ingratidão.

Elementar

O governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, bem que poderiam tentar sensibilizar o presidente do Tribual de Justiça do Rio, desembargador José Carlos Schmidt Murta Ribeiro, e seguir o exemplo de São Paulo. As autoridades policiais paulistas se apressaram em procurar o Ministério Público e o Tribunal de Justiça para solucionar o problema de armazenagem de toda a droga apreendida pela polícia no estado, uma verdadeira fortuna - algo em torno de 16 toneladas só na Capital paulista - que inspira a cobiça dos bandidos.

Pelo acordo firmado, a polícia agora será obrigada a incinerar em no máximo 30 dias todas as substâncias ilícitas apreendidas, a fim de evitar que sejam roubadas das delegacias por bandidos ou pelos próprios agentes que deveriam zelar pela sua guarda. As drogas vão receber um lacre numerado no momento da apreensão. Caberá à perícia conferir este número no momento da incineração, de modo a garantir que não houve subtração ou troca do produto.

Fazendo jus ao nome

O empresário Enivaldo Quadrado, sócio da corretora Bônus-Banval, faz jus ao nome que assina. Quadrado corre o sério risco de passar as festas de fim de ano vendo o sol nascer quadrado. Ele foi preso no fim de semana em flagrante pelo crime de falsidade ideológica ao tentar entrar no Brasil pelo aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), com mais de 361 mil Euros não declarados. Ao ser abordado, admitiu trazer consigo 300 mil Euros, mas os agentes da Polícia Federal contabilizaram um total de 361.445 Euros, o equivalente a mais de R$ 1,1 milhão. O empresário disse à Receita que o dinheiro, na verdade, pertencia a um amigo português e que seria aplicado no mercado de compra e venda de carros no Brasil.

Quadrado teve seu nome envolvido no mensalão depois que Marcos Valério divulgou, em meados de 2005, uma lista com nomes dos supostos beneficiários do esquema. A Bônus-Banval figurava como intermediária de repasses para o PP e PL (hoje PR). Em agosto de 2005, ele afirmou em depoimento à PF que havia sido "usado" por Valério, que estaria interessado na incorporação de sua corretora.

O crime está previsto no Artigo 299 do Código Penal, cuja pena oscila de um ano a cinco anos de prisão, mais multa. O empresário foi conduzido a um Centro de Detenção Provisória de São Paulo, onde permanecerá preso à disposição da Justiça.

08 dezembro 2008

Muito além do PAC

Pesquisa do Datafolha divulgada hoje (08) pela Folha de S. Paulo aponta o governador paulista José Serra (PSDB) como favorito à sucessão do presidente Lula em 2010. O tucano desponta na liderança, em maior ou menor proporção, em todas as regiões do país. Seus eventuais adversários, entre eles o governador mineiro e colega de legenda, Aécio Neves, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, surgem com parcos 4 e 2%, respectivamente, na consulta espontânea.

O governador paulista, cujos índices de avaliação de desempenho em São Paulo lhe são favoráveis, tem menos de dois anos para pavimentar sua trajetória rumo à sucessão de Lula, que se mantém na liderança da preferência do eleitorado com 25% na espontânea. Mas Lula, em que pese seus altos índices de popularidades, não poderá se reeleger. A preferência do eleitorado pelo presidente não é garantia de transferência de votos, que assegurem à ministra condições enfrentar Serra com uma candidatura competitiva.

Sobretudo quando levamos em consideração o quadro de recessão imposto pela crise financeira mundial, que impõe severos cortes nos gastos públicos. O tão badalado PAC, até aqui considerado a menina dos olhos do governo para fazer o sucessor de Lula, se mostra lento, letárgico. O programa, por conta do recuo dos investimentos em conseqüência da crise, já não ostenta o ritmo de intervenções prometido por ocasião do seu lançamento.

Sabedor das dificuldades que terá pela frente, o governo terá de descobrir outras frentes para fazer valer não somente o nome da minista da Casa Civil ou de qualquer outro postulante à sucessão de Lula.

o governador José Serra, por sua vez, tem a seu favor o fato de já ter se lançado à disputa presidencial num passado recente e conta com a visibilidade natural que o cargo de comandante do principal estado da Federação lhe confere.

07 dezembro 2008

A redenção do Vasco

O Vasco da Gama está rebaixado à Série B do futebol brasileiro. Os motivos da campanha vexatória do time cruzmaltino deixarei para que os entendidos discorram. Mas uma coisa não podemos deixar de registrar. Eis a oportunidade para que o Vasco, a exemplo do que fizeram Grêmio, Palmeiras, Corínthians, Coritiba, entre outros, refaça sua história, planeje seu futuro, ao invés de passar o ano buscando os culpados por sua tragédia e agravar ainda mais sua situação.

Um dos times mais tradicionais do futebol brasileiro - 110 anos de história -, o Vasco precisa agora unir esforços, recrutar os verdadeiros vascaínos em torno de um objetivo único, que é sua redenção. Mis do que nunca, o clube precisa conjugar o verbo planejar, para que possa retornar o quanto antes à elite do futebol.

Somente assim, com união, garra e com uma estratégia definida, a equipe conseguirá pavimentar sua volta à Série A, devolvendo o sorriso à sua imensa torcida, que agora chora pelos quatro cantos do país.

Nunca é tarde

A Folha de S. Paulo traz em sua edição de hoje (07) uma preocupante constatação: os bares paulistanos estão desativando aos poucos o serviço de levar de volta para casa os seus freqüentadores que bebem e preferem deixar seus carros na garagem. Ou seja, seis meses após a implantação da chamada Lei Seca, vista como determinante para o recuo do número de acidentes de trânsito causados pelo consumo de álcool, o movimento de adesão à lei, que parecia auspicioso, dá sinais de recuo.

Ao contrário de outras leis que não pegaram no país, a Lei Seca chegou a ser cumprida com entusiasmo de norte a sul do país, levando as autoridades de trânsito a comemorarem a adesão maciça por parte da população.

Se aventurar ao volante do carro após uma rodada de chopp com os amigos é tão arriscado como o ato de dar uma arma carregada a quem não sabe manuseá-la.

Mas nem tudo está perdido. A despeito da crise econômica que vem impondo severos cortes nos gastos públicos, o governo tem o dever de não economizar para fazer ressurgir as campanhas educativas na tv e no rádio, alertando a população para os riscos que representa o ato de dirigir após o consumo de álcool.

Somente com uma campanha de conscientização agressiva e regular é que o Brasil deixará de ostentar o triste título de recordista mundial no número de vítimas de acidentes de trânsito.

06 dezembro 2008

Sábia decisão

Sensata a decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de realizar um sorteio para indicar o árbitro responsável pela partida decisiva entre Goiás e São Paulo, válida pela última rodada do Brasileirão, amanhã (07), no Estádio Bezerrão, no Distrito Federal. O árbitro do jogo Wágner Tardelli foi substituído após a denúncia da existência de um suposto plano de manipulação de resultado da partida, que interessa diretamente ao Grêmio, única equipe que pode tirar o hexa do time paulista. A notícia chegou ao conhecimento da CBF na manhã deste sábado (06), que acabou optando pela realização do sorteio. O novo árbitro do jogo será Jaílson Macedo Freitas.

A opção em promover o sorteio, indicando um novo juiz para a partida, afasta os rumores da existência de uma conspiraçao mirabolante para fazer esta ou aquela equipe campeã, além de preservar o juiz Wágner Tardelli.

Uma competição da importância do Campeonato Brasileiro e que envolve interesses diversos e cifras milionárias, não pode, na sua última e decisiva rodada, ficar marcada pela suspeita de manipulação.

editorial

Aprovação recorde

Com a situação da economia ainda a favor, popularidade de Lula se estende por todos os setores da população

Já teve melhores dias a idéia de que o Brasil não seria afetado pela crise mundial.
Ainda há, por certo, quem mencione um suposto "descolamento" entre as turbulências de Wall Street e o ritmo da atividade nos países emergentes. Como a maioria dos prognósticos econômicos, todavia, a tese se torna objeto de revisões diversas, até decompor-se em sutilezas interpretativas e fumaças semânticas.
Seja como for, a metáfora do "descolamento" se aplica, de várias formas, aos extraordinários índices de popularidade alcançados pelo presidente Lula.
Os números da última pesquisa Datafolha, divulgados na edição de ontem, marcam um novo recorde histórico em levantamentos desse tipo.
Chega a 70% a proporção dos que consideram "ótimo" ou "bom" o governo Lula. Há menos de dois meses, quando eram menores as preocupações com os efeitos domésticos da crise financeira, o índice era de 64%.
De março do ano passado até agora, o panorama econômico não conheceu alterações profundas -mas a aprovação de Lula subiu 22 pontos porcentuais.
É certo que o resultado tem relação direta com o bom desempenho da economia brasileira nos últimos tempos. Inflação baixa e razoáveis índices de crescimento parecem gerar um efeito cumulativo, que situa o presidente a uma distância mais do que confortável na comparação com seus antecessores.
A melhor avaliação obtida por Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, limitou-se aos 47% de entrevistados que classificaram de "ótimo" ou "bom" seu desempenho, em fins de 1996.
A popularidade de Lula não apenas parece "descolar-se" da média dos demais presidentes, como também deixa de se vincular a setores sociais determinados. Perde força, na nova pesquisa, a idéia de que o apoio ao governo estava destinado a concentrar-se nas faixas de menor renda e de baixa escolaridade.
De setembro para cá, subiu nove pontos, atingindo 64%, a aprovação de Lula entre os cidadãos com nível universitário.
Nos entrevistados com renda superior a 10 salários mínimos, 63% consideram o governo "ótimo" ou "bom". O índice não destoa exageradamente daquele registrado entre os mais pobres: 71%, na faixa dos que recebem menos de 5 salários mínimos.
Cabe lembrar, por fim, que a imagem do presidente também se "descolou" das indefinições administrativas e dos escândalos à sua volta.
Descola-se, até, das impropriedades memoráveis que pontuam sua passagem pelo cargo. A última, aliás, constitui um pequeno recorde no gênero.
Lula considerou que na crise econômica importa fazer como o médico, diante de um paciente grave. "O que você fala? Dos avanços da medicina ou olha para ele e diz sifu?"
Sendo o médico quem é, melhor seria se não falasse nada. De resto, o paciente até que não se queixa; enquanto vai bem de saúde, é natural que o desempenho do médico não lhe inspire maiores críticas.

*Editorial da Folha de S. Paulo publicado no dia 06/12/2008

05 dezembro 2008

A crista da onda

O mundo testemunha os reflexos implacáveis da crise financeira mundial nas economias de diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os efeitos da elevação do dólar, da queda do preço do barril do petróleo, da explosão dos juros, do recuo das ofertas de crédito podem ser observados pelos quatro cantos do planeta. Até mesmo economias outrora estáveis, robustas, se ressentem dos ecos determinados pela turbulência das bolsas e dos bancos de invesimentos.

Aqui no Brasil, continuamos a ouvir e ler os depoimentos ufanistas das autoridades econômicas em geral e do presidente Lula em especial. A menina dos olhos do governo, o PAC, que já se mostrava letárgico, agora está seriamente ameaçado de sofrer cortes profundos, jogando por terra as expectativas do Planalto de que as obras pavimentariam a conquista dos corações e mentes do eleitorado em 2010. A Comissão de Orçamento se debruça agora sobre a tarefa de refazer as contas do PAC para o ano que vem. Tudo que estiver abaixo de 20% de execução esta sujeito à tesoura. Embora não admita publicamente, o governo trabalha com a meta de cortar R$ 8 bilhões.

A marola aos poucos vai tomando corpo e a crista da onda já pode ser vista a quilômetros da orla.

04 dezembro 2008

Game Over

A Honda deverá anunciar que estará fora do circo da F-1 em 2009 por causa da crise financeira mundial que derruba as projeções de empresas até então sólidas e joga no vermelho contas de gigantes do petróleo, levando-as a tomar emprestado vultosas quantias junto a bancos estatais criados e concebidos para socorrer pessoas físicas, o comércio e a indústria de pequeno e médio portes.

A saída da Honda da Fórmula 1 representa mais ou menos o que seria uma disputa de Copa do Mundo de futebol sem a presença da nossa seleção, única a participar de todas a edições da competição desde que Jules Rimet criou o certame internacional.

Crise, que crise?

O PT encomendou 500 garrafas de cachaça mineira, embaladas em caixas de madeira com a estrela vermelha entalhada. Será o presente de Natal para dirigentes, ministros, fornecedores e, mais importante, doadores da sigla.

Fonte: Folha de S. Paulo (04/12)

A América do Sul é vermelha e branca

O Internacional de Porto Alegre é o campeão de fato e de direito da Copa Sul-Americana de 2009. O triunfo foi conquistado pelo time gaúcho numa partida dramática, diante dos argentinos do Estudiantes de La Plata.

A trajetória vitoriosa do clube gaúcho deve-se à garra dos seus atletas e, sobretudo, a uma administração profissional - só comparada a do São Paulo -, responsável, nos últimos anos, pela conquista de todas as competições intercontinentais das quais participou, inclusive, o Campeonato Mundial Interclubes, em 2006, no Japão, ao vencer o poderoso Barcelona, naquela que foi, seguramente, a sua mais expressiva conquista.

Parabéns Inter.

Solidariedade

Em tempos onde o ter prevalece sobre o ser. Numa época em que as pessoas, por razões diversas, se mostram cada vez mais individualistas, mergulhadas no seu próprio mundo, como se estivessem no centro de uma redoma de vidro blindada para se proteger, é emocionante testemunhar a onda de solidariedade que varre o país em prol das vítimas das enchentes em Santa Catarina.

Foram tantas as demonstrações de solidariedade, que a Defesa Civil catarinense teve de vir a público apelar para que o envio das doações seja interrompido por absoluta falta de espaço para armazenar a imensa quantidade de roupas, enlatados, colchões e fraldas enviados aos milhares de desabrigados que se espalham pelos quatro cantos do estado.

O Brasil de fato é um país de contrastes.

03 dezembro 2008

Vigilância redobrada

O conjunto de medidas que o governo vem adotando para liberar os saques do FGTS e do seguro-desemprego em favor das vítimas das enchentes em Santa Catarina se torna imperioso neste momento de solidariedade e de superação. Muitas famílias, além dos prejuízos causados pela enxurrada que castigou o estado durante todo o mês passado, ainda tiveram que enfrentar os problemas decorrentes da falta de dinheiro, por conta da perda do emprego e da paralisação das atividades comerciais em boa parte do estado.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, já autorizou a elevação do número de saques do seguro-desemprego feitos por quem perdeu tudo. Lupi advoga que o trabalhador atingido pelas chuvas possa sacar o benefício em até sete parcelas, ao invés de cinco permitidas hoje em dia.

As propostas para atenuar a dor e sofrimento dos catarinenses não páram por aí. Não param de chegar de todo o país os donativos destinados às famílias atingidas, numa rede de solidariedade impressionante e digna dos maiores elogios.

O governo só não pode, sob pena de prestar assistência imediata aos desabrigados, relaxar nos mecanismos de controle sobre os beneficiários dos créditos colocados à disposição de quem perdeu sua casa, seu trabalho, sua fonte de subsistência. A vigilância sobre quem de fato tem direito a receber o seguro-desemprego e as parcelas do FGTS tem de ser redobrada.

Não é raro em casos de comoção social surgirem espertalhões, oportunistas, que se valem do imediatismo que o momento exige, para burlar e lei e, assim, receber o auxílio no lugar daqueles que de fato necessitam de ajuda neste momento.

25 novembro 2008

Direito adquirido

É válida a tentativa do Congresso em regulamentar o exercício da meia entrada para cinemas, teatros e espetáculos em geral, dada à profusão de carteiras garantindo o benefício destinado exclusivamente a estudantes e idosos com idades acima de 65 anos. O texto que tramita na Comissão de Educação daquela Casa estabelece em no máximo 40% da carga total de ingressos destinados a esse público.

A produção cultural tem um custo elevado que o preço dos ingressos não vem arcando. O que não se pode,a título de disciplinar o setor, é cortar um direito assegurado a estudantes e pessoas da terceira idade, ante à suposição de que todo documento exibido na bilheteria é falso.

A União Nacional dos Estudantes (UNE)já se apressou em admitir o problema das carteiras falsas e deu um passo adiante: sugeriu a padronização da confecção das carteiras pela Casa da Moeda.

Trata-se de uma sugestão válida que merece ser apreciada. Enquanto isso não ocorre, cabe aos produtores teatrais, empresários donos de cinema e demais casas de espetáculos passar a mão na Constituição, onde a presunção da inocência está elencada.

24 novembro 2008

Flu e Inter fracassam e permanecem fora da Libertadores em 2009

Foram inócuas as tratativas de Fluminense e Internacional de Porto Alegre de disputar a Copa Libertadores de 2009, ocupando as vagas das três equipes peruanas punidas com suspensão pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).

A virada de mesa pretendida pelos dirigentes cariocas e gaúchos se revelaria uma página negra na história dos dois clubes brasileiros, de tradição inconteste, mas que em 2008 não conseguiram, pelo que exibiram dentro de campo, reivindicar o direito de disputar a competição continental no ano que vem. O Flumimense até que esteve perto, ao decidir o título deste ano contra a LDU, do Equador, no dia 2 de julho. A equipe equatoriana acabou sagrando-se campeã, ganhando do tricolor nos pênaltis, em pleno Maracanã, diante de mais de 80 mil torcedores.

Qualquer iniciativa dos dois clubes brasileiros de tentar impor sua presença na competição em 2009, ignorando os critérios técnicos estabelecidos pela Conmebol, configuraria virada de mesa. Graças ao bom senso dos dirigentes da Confederação Sul-Americana, a pretensão não passou de um sonho de primavera.

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AE - Agência Estado

Fifa suspende Peru de competições internacionais


ASSUNÇÃO - A Fifa decidiu nesta segunda-feira suspender o Peru de todas as competições internacionais por causa do conflito entre a federação de futebol e o governo do país, mas não há chance de a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) colocar Internacional ou Fluminense na próxima edição da Libertadores nas vagas das equipes peruanas.

O assunto será resolvido no próximo dia 19 de dezembro, em reunião do Comitê Executivo da Fifa. O mais provável é que, caso a situação da Federação Peruana não seja regularizada, a Conmebol dê uma vaga a mais na Libertadores para três países que seriam definidos por sorteio. Se o Brasil for um desses países, o time que terminar em quarto lugar no Brasileirão não disputará uma vaga na fase preliminar e irá direto para a fase de grupos.

O Internacional tinha esperança de herdar uma das três vagas reservadas aos clubes peruanos se ganhar o título da Copa Sul-Americana (nesta quarta fará o primeiro jogo da final contra o Estudiantes, na Argentina). E o Fluminense sonhava em ser indicado por ter sido vice-campeão do torneio neste ano. O sorteio que definirá os grupos da Libertadores de 2009 será realizado nesta terça (25), em Assunção, no Paraguai. As três vagas destinadas aos times peruanos ficarão abertas.

Santa Catarina pede socorro

As chuvas castigam há pelo menos 50 dias o estado de Santa Catarina. O governador Luiz Henrique da Silveira(PMDB) decretou estado de emergência no estado e, segundo a Defesa Civil, 33 pessoas já morreram em conseqüência da enxurrada.

Fuzil com guaraná


A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, negou que tenha participado de ações armadas durante a ditadura, inclusive do assalto à casa do ex-governador de São Paulo Ademar de Barros. Ela admitiu, contudo, que aprendera a montar e a desmontar um FAL (fuzil automático leve) "de olhos fechados" durante os anos em que atuou nas fileiras contra os governos militares. A preferida do presidente Lula para sua sucessão em 2010 reafirmou que o crime de tortura "é imprescritível". Dilma Roussef rebateu que esteja pavimentando sua caminhada rumo ao Palácio do Planalto, mas ressaltou que ser presidente do Brasil "é um sonho de qualquer brasileiro".

A ministra foi a entrevistada, neste domingo (23) à noite, do talk show "É Notícia", apresentado pelo jornalista Kennedy Alencar, repórter especial da Folha de S. Paulo, e levado ao ar pela Rede TV. Ela elogiou as iniciativas do governo diante da crise financeira mundial e garantiu a realização das obras do PAC. A ministra, que tem fama de durona, admitiu que costuma cobrar com rigor o cumprimento do cronograma das obras do PAC, lembrando, contudo, que não abre mão de suas caminhadas matinais em Brasília antes de encarar sua jornada diária de trabalho, nunca inferior a 13 horas.

Durante a entrevista, Dilma se mostrou bastante à vontade, e revelou que prefere guaraná a suco de abacaxi. Ela se disse fã de Chico Buarque e que tem no escritor Machado de Assis um ídolo. A ministra elogiou os governadores José Serra(PSDB), Paulo Hartung (PSB) e Sérgio Cabral (PMDB), representantes, segundo ela, "de uma nova safra de governadores". Sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Dilma destacou sua importância para o país, elogiando a atuação de seu governo na elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ela observou, entretanto, que diverge dos "tucanos" "na forma de ver o Brasil". A ministra falou da importância da existência de um arco de alianças para garantir a governabilidade do país, não descartando uma aproximação do PT com o PSDB num futuro ainda distante.

23 novembro 2008

Solução caseira

O presidente eleito americano, Barack Obama, anunciou, durante o seu programa semanal de rádio, que sua equipe está trabalhando para implantar, a partir de 20 de janeiro, quando o democrata desembarca de mala e cuia na Casa Branca, um conjunto de medidas que vise a reverter os efeitos da crise econômica que derrubou as contas do país. Obama disse que, entre as medidas de recuperação que estão sendo formuladas, está a criação de 2,5 milhões de novos postos de trabalho até 2011.

Os efeitos mais visíveis da crise econômica que varreu os Estados Unidos e se estendeu para outros mercados são o recuo da oferta do crédito, a desacelaração da produção e a retração do consumo. Este cenário fez com que o país registrasse índices de desemprego históricos - segundo o Departamento do Trabalho, 540 mil pessoas entraram com novos pedidos por seguro-desemprego na semana passada, a maior alta em 16 anos.

Enquanto isso, por aqui, o presidente Lula anuncia amanhã uma meta ambiciosa: a de promover a inclusão de 800 ml jovens no mercado de trabalho até 2010.

É esperar para ver.

22 novembro 2008

Amistoso da seleção atinge ética do governo

SIMONE IGLESIAS
SUCURSAL DA FOLHA DE S. PAULO EM BRASÍLIA

Os gols da seleção animaram, na última quarta, convidados que se acotovelavam na tribuna de honra do Bezerrão, área VIP regada a canapés, penne e bebidinhas não-alcoólicas. Nada demais se não circulassem, entre Pelé e Felipe Massa, autoridades do Executivo e do Judiciário que descumpriram código de ética ao aceitar o convite e usar carro e segurança oficiais.

Os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, foram convidados pela CBF e pelo governo do DF. Mendes levou a mulher, e Ayres Britto chegou de carro oficial, com o filho e dois amigos. A postura de ambos é questionada pelo código de ética da magistratura, que diz: "É dever do magistrado recusar vantagens de ente público, de empresa privada ou de pessoa física que possam comprometer a independência funcional".

O uso do carro oficial é restrito pelo código de conduta, que proíbe usar para fins privados, sem autorização, bens ou meios disponibilizados para o exercício das funções. O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, também circulou pela tribuna a convite da CBF. Entre os convidados que ocupam cargos no Executivo, foram ao Bezerrão os ministros Luiz Barretto (Turismo), Juca Ferreira (Cultura) e Carlos Lupi (Trabalho) e a coordenadora de Relações Públicas do Planalto, Evanise Santos.

Os servidores do governo foram convidados pelo Ministério do Esporte. Mas, mesmo que seja um órgão da União, a Comissão de Ética Pública da Presidência veda o recebimento, por autoridades do Executivo, de convite para evento esportivo cujo custo ultrapasse R$ 100. A presença é permitida quando o exercício da função recomendar comparecimento.

Não havia convite à venda para a área VIP, mas, pela visão privilegiada da partida e com os mimos para os convidados, o valor do ingresso seria superior aos R$ 100 cobrados para se sentar na arquibancada. No ano passado, a distribuição de convites pela TV Globo e pela TAM para o espetáculo "Alegría", do Cirque du Soleil, causou dores de cabeça no governo e no Judiciário.

Aceitaram o convite Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Lula, Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, e Marco Aurélio Mello, ministro do STF. Carvalho foi advertido pela Comissão de Ética Pública. Marco Aurélio disse não ter visto inconveniente no convite.

Calote entre "irmãos"

O Itamaraty chamou de volta ao Brasil o embaixador brasileiro em Quito, Antonino Marques Porto. A medida evidencia a contrariedade do governo brasileiro com o presidente Rafael Correa, ante à decisão do governo de Quito de suspender o pagamento da dívida de US$ 243 milhões com o BNDES, referente à construção de uma usina hidrelétrica no país.

A decisão do presidente equatoriano de aplicar o calote no banco brasileiro joga um balde de água fria nas relações entre Brasília e Quito.

Durante o recente conflito envolvendo a Colômbia e o Equador, quando o presidente Rafael Correa acusou o seu colega colombiano, Alvaro Uribe, de ter ordenado uma operação do Exército colombiano contra os guerrilheiros das Farc refugiados em território equatoriano, o presidente Lula, instado a atuar como mediador na contenda, se apressou em condenar a ação militar colombiana na região de fronteira com o Equador.

Todo o poder às mulheres

Sai Condolezza entra Hillary. Se a transição na Casa Branca já se revelara histórica por causa da ascensão do primeiro presidente negro da história americana, agora o presidente eleito, Barack Obama, reforça a tese de que por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher.

Muito embora esta premissa não tenha se revelado verdadeira no que se refere a George W. Bush. Nada contra a altiva Condolezza Rice, muito pelo contrário.

O New York Times anunciou que a senadora democrata derrotada nas primárias, Hillary Clinton, foi convidada e aceitou ocupar o não menos influente cargo de secretária de Estado americano.

Caberá assim à ex-primeira dama conduzir a política externa ditada pelo governo de Barack Obama a partir de janeiro, levando o mundo a conhecer a sua forma de lidar com a diversidade econômica e política existente fora dos limites do país.

21 novembro 2008

'NYT' reimprime edição que manchetava a vitória de Obama


Quem não conseguiu comprar a histórica edição do jornal The New York Times com a vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais americanas terá mais uma chance. Por meio do site do diário, os leitores podem agora encomendar um exemplar de uma reimpressão da edição de 5 de novembro pelo preço de US$ 14,95.

Esta quarta-feira, dia seguinte às eleições, foi um ótimo dia para os editores de jornais. As edições com a foto do candidato democrata na capa se esgotaram rapidamente nas bancas dos Estados Unidos, e os principais jornais tiveram dificuldades para atender à demanda.

"Esse tipo de demanda pelos nossos jornais não se parece com nada que tenha acontecido na história recente", disse Randy Michaels, chefe operacional do Tribune Co. "Esta é uma demonstração clara de que as pessoas continuam recorrendo ao seu jornal local para ajudá-las a entender e interpretar as notícias do dia-a-dia - e isso é especialmente verdade quando se trata de grandes acontecimentos", completou.

O New York Times e o Washington Post tiveram de lançar edições comemorativas sobre a vitória de Obama, pois não havia mais jornais de quarta-feira para vender a quem tentava encomendá-los. Os jornais de San Francisco, Denver e Chicago também se esgotaram e lançaram edições especiais. Milhares de cópias extras foram impressas em Baltimore, Hartford, Connecticut e Orlando, na Flórida.

O Los Angeles Times, cuja manchete foi "É Obama", decidiu manter a gráfica funcionando continuamente, a fim de atender a todas as pessoas que compareceram em sua redação para comprar a edição. Foram impressas pelo menos mais 100 mil cópias. Ainda assim, uma delas foi posta à venda no site de vendas eBay por US$ 40. Um vendedor bastante otimista chegou a pedir US$ 2 mil por uma edição do Charlotte Observer, diário da cidade Charlotte, na Carolina do Norte.

Fonte: Agência Estado

Crise no ninho do urubu

De nada valeram os cinco gols marcados contra o Palmeiras durante a vitória com autoridade sobre o Verdão no último domingo. O Flamengo, após um suspiro de recuperação no Campeonato Brasileiro, visando a difícil mas não impossível conquista do hexa, acaba de mergulhar numa crise interna, que tem no goleiro Bruno o seu pivô. O goleiro acabou multado pela direção do rubro-negro por ter se recusado, esta semana, a almoçar e a jantar com o grupo no hotel na Barra da Tijuca, onde a equipe está concentrada para a partida do próximo domingo, no Mineirão, contra o Cruzeiro.

O Jornal carioca Extra revelou o ato de insubordinação do goleiro que, contrariado com o que chamou de "deduragem", acabou revelando à opinião pública a existência de uma crise interna no elenco que, de acordo com Bruno, está profundamente descontente com os métodos de trabalho, bem como a programação traçada pela comissão técnica comandada pelo técnico Caio Junior.

Se a imensa torcida rubro-negra estava eufórica com a possibilidade de o time subir na tabela e encostar no líder São Paulo, a divulgação da crise arrefeceu os ânimos.

Resta saber se o profissionalismo, que é marca característica do São Paulo em sua trajetória vitoriosa, estará de volta à Gávea, a fim de fazer o time se manter no caminho das vitórias ou se o fará se distanciar do sonho do hexa.

Guerra subterrânea

Policiais federais, em conflito com a chefia e em aliança subterrânea com espiões do governo, armam uma rede para apanhar um banqueiro suspeito. A cúpula policial revida, expurga desafetos e consegue um mandado para invadir escritórios da agência de espionagem, onde apreende documentos e bancos de dados.
A trama, um aglutinado de lugares-comuns dos suspenses de espionagem, foi 100% rodada no Brasil e não tem nada de fictícia. Foi produzida pela acefalia que dá livre curso à batalha grupal em que estão engolfadas a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência.
O sigilo de "dados de inteligência necessários à defesa do Estado", compilados por arapongas da Abin, ficou vulnerável, argumenta o advogado-geral da União -e adiciona ao rocambole o toque de ameaça à segurança nacional que não pode faltar nesse tipo de enredo.
A batida dos policiais na agência também "desmoraliza" a Abin em sua relação com "países de vital interesse estratégico para o Estado brasileiro", reclamou um indignado general Jorge Felix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, em carta ao ministro da Justiça, Tarso Genro, revelada por esta Folha. Afinal, que governo gostaria de trocar informações de inteligência com Brasília se esses dados estão sujeitos à devassa policial?
De fato, é inaceitável que a Abin seja alvo de intrusões da Polícia Federal. Mesmo no caso de uma nação de tradição pacífica como o Brasil, é preciso sustentar um serviço de inteligência e contra-espionagem -para questões de natureza econômica e ambiental por exemplo- de caráter reservado, embora sujeito a prestações de contas a comitês parlamentares.
Mas as distorções suscitadas por esse caso são generalizadas. Antes de ter escritórios invadidos, o descontrole da Abin permitiu que 60 de seus agentes, lotados na sede e noutros 11 birôs regionais, participassem de uma investigação da Polícia Federal, a chamada operação Satiagraha. Como se não bastasse tamanho abuso -agentes da Abin não podem exercer função policial-, ainda pesa sobre servidores ligados seja à Abin seja à PF a suspeita de terem realizado escutas telefônicas ilegais.
A guerra de grupos ganhou vida própria a partir das entranhas de duas poderosas instituições federais. Os ministros que ocuparam a pasta da Justiça na gestão Lula nada fizeram para interromper a balcanização da Polícia Federal. Já passa da hora de o presidente da República restabelecer a autoridade do governo sobre as duas repartições.


*Editorial publicado hoje (21) na Folha de S.Paulo

Sofá da sala trocado


A Polícia Militar do Rio anunciou a exoneração do comandante do Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais (Gpae) do Morro do Cantagalo - Zona Sul do Rio -, major Ubiratan Saraiva de Carvalho. Coincidentemente, o anúncio da mudança ocorre dias após o jornal O Globo publicar denúncia de que o grupamento, em dez meses, não efetuara mais do que duas apreensões de armas e drogas na comunidade.

Historicamente, os postos avançados da PM no Rio, sobretudo aqueles localizados em comunidades carentes, sempre funcionaram meio que simbolicamente, mais como uma referência do Estado do que um local onde o cidadão podia recorrer durante alguma emergência. Distantes dos quartéis, as unidades ficam longe das decisões do comando, fazendo com que os policiais fiquem abandonados a própria sorte.

Evidente que um número tão baixo de apreensões no Cantagalo denota que a presença ali dos policiais era mais protocolar do que para reprimir o tráfico local. Tanto é verdade que somente duas apreensões foram realizadas em quase um ano. E não é sensato imaginar que poderia ser diferente. O que poderiam fazer uns poucos policiais contra um exército de jovens, a maioria drogada, armados até os dentes?

E o que fez o comando da PM? Substituiu o major responsável pelo grupamento por outro oficial, de mesma patente.

O resultado da mudança? Certamente não será muito diferente.

A PM na verdade, ao ser instada a justificar o pífio desempenho de sua unidade, resolveu trocar o sofá da sala.

18 novembro 2008

Dobradinha explosiva

Logo logo, beneficiado pela repentina visibilidade adquirida nos últimos meses, o delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, pivô se não da maior, de uma das mais agudas crises internas da instituição, se lança candidato pelo PSOL à sucessão do presidente Lula, fazendo dobradinha com a ex-senadora e não menos intrépida Heloísa Helena, eleita vereadora por Maceió.

Tudo leva a crer que o policial, que ontem esteve no Rio Grande do Sul participando de um ato de desagravo a seu favor promovido pelo PSOL, deverá ser indiciado por quebra de sigilo pela PF durante a condução da Operação Satiagraha.

O delegado vive hoje uma situação no mínimo curiosa. Indicado para comandar as investigações em torno do banqueiro Daniel "Edgar Hoover" Dantas, o policial passou de caçador à presa, muito embora as acusações de irregularidades atinjam a ambos os lados.

Mesmo estando a milhares de quilômetros de distância, Protógenes, na semana passada, foi o personagem da representação encaminhada pelo PSOL à Procuradoria-Geral da República, solicitando informações sobre a legalidade da operação desencadeada pela Corregedoria da PF contra o delegado.

17 novembro 2008

Balas e números

O prefeito eleito, Eduardo Paes, renega fatos e números e faz política com um tema complexo e de difícil solução, ao rechaçar a existência de uma política de confronto no Rio. Ao ser entrevistado pela apresentadora Marília Gabriela, no GNT, na noite deste domingo (16), ele afirmou que a população não estava acostumada a ver a polícia combatendo o crime. "Não há nenhuma política de confronto. Só que a sociedade ficou muito tempo sem combater a criminalidade e agora as pessoas chamam as ações de política de confronto. Vamos apoiar o governo estadual", apelou.

Se assim o fosse, o que fez a polícia comandada pelo governador Sérgio Cabral - padrinho político de Paes – antes de ele assumir o governo no ano passado? Ficou inerte, de braços cruzados? Os números relativos às prisões efetuadas, à quantidade de drogas apreendidas e de armas retiradas de circulação estão e sempre estiveram à disposição do governo.

As celas do Complexo Penitenciário de Bangu estão abarrotadas de presos. Não é razoável crer que antes de Cabral assumir elas estavam às moscas. Basta recorrer aos números e à memória.

16 novembro 2008

Guantánamo não é tudo

O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (16) que pretende fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba, para recuperar "a estatura moral dos Estados Unidos no mundo". "Eu afirmei várias vezes que tinha a intenção de desativar Guantánamo, e continuarei assim, e é isso que farei", disse Obama, que assumirá a presidência americana no dia 20 de janeiro.

É ingenuidade imaginar que o simples anúncio do encerramento das atividades na ilha caribenha decretará o fim das violações das garantias individuais impostas pelo governo de Washington.

Os Estados Unidos sempre invocaram o argumento de que o país não pode recuar na guerra contra o terror, para justificar a tortura, a detenção indiscriminada de pessoas suspeitas sem a existência de um procedimento judicial.

A notícia de que o presidente eleito está de fato disposto a decretar o fim de Guantánamo, além de muito bem vinda, representa o cumprimento de uma promessa de campanha do senador democrata. Fechar Guantánamo não esgota o problema, mas sugere o início de uma nova era, inaugurando uma forma diferente de o país em lidar com a ameaça real patrocinada pelo terror.

As feridas imprescritíveis

CLÓVIS ROSSI


SÃO PAULO - No aparente afã de contraditar a ministra Dilma Rousseff, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, acabou é reforçando a argumentação de Dilma, para quem tortura é crime imprescritível.
Diz Mendes que terrorismo também é crime imprescritível. Se é assim, terrorismo de Estado é igualmente crime imprescritível -e o que aconteceu no Brasil nos anos 60 e 70 foram os dois tipos de terrorismo, o da luta armada e o do aparelho repressivo.
Se alguém tem dúvida, basta ler os indispensáveis livros de Elio Gaspari sobre o período militar. Ou interpretar a atitude da Advocacia Geral da União de assumir a defesa de dois oficiais do Exército acusados de praticar torturas. Se assumiu a defesa, a AGU está dizendo implicitamente que ambos agiram de acordo com uma política de Estado e, portanto, não tem como omitir-se na defesa.
Não fosse política de Estado e, sim, desvio de conduto funcional, a AGU teria recusado a causa.
Teorias e interpretações à parte, há fatos concretos ultra-conhecidos: se é terrorismo -e é- matar um soldado (Mário Kozel Filho) que estava de guarda à porta do então 2º Exército, também é terrorismo matar um preso sob guarda do Estado (caso do jornalista Vladimir Herzog, um entre muitíssimos).
Portanto, se crime de terrorismo é imprescritível, cabe punir os casos de terrorismo de Estado, até porque há uma nítida diferença entre um terrorismo e outro: boa parte dos que praticaram terrorismo contra o regime já foi punida -às vezes dentro da lei, não raro à margem dela (caso Herzog, para citar de novo apenas um deles).
Já os que praticaram terrorismo de Estado não tiveram punição. Pode-se até discutir a conveniência político-institucional de salgar feridas a esta altura. O que não se pode é insinuar reabrir algumas, sem reabrir também as outras.

*Artigo publicado na edição de hoje (16/11) da Folha de S. Paulo

15 novembro 2008

Memória

No dia 15 de novembro de 1889 foi instaurada a Proclamação da República Brasileira, sucedendo a Monarquia. De lá para cá, muita coisa mudou, a começar pelo Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil. Liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, um grupo de militares do Exército brasileiro deu um golpe de estado e depôs o imperador D. Pedro II. O jurista Rui Barbosa assinou o primeiro decreto do novo regime, instituindo um governo provisório, do qual faziam parte, além do próprio Marechal Deodoro da Fonseca, designado presidente, os ministros Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales, entre outros.

14 novembro 2008

Visionário


"Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas
liberdades do que o levantamento de exércitos. Se o povo americano alguma
vez permitir que bancos privados controlem a emissão da sua moeda, primeiro
pela inflação, e depois pela deflação, os bancos e as empresas que
crescerão à roda dos bancos despojarão o povo de toda a propriedade até os
seus filhos acordarem sem abrigo no continente que os seus pais
conquistaram."


*Thomas Jefferson, 1802*

Cortina de fumaça

Com a proximidade das mudanças na Casa Branca, é natural que muitos executivos, detentores hoje de cargos importantes na administração de George W.Bush, queiram, ou ao menos tentem, se apegar a seus cargos, contando com a improvável permanência no governo após 20 de janeiro, data da posse do presidente eleito, Barack Obama.

Este pelo menos é o raciocínio que depreendemos ante a recente declaração do diretor da CIA, Michael Hyden, dando conta de que o líder terrorista da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, se encontra afastado das operações da organização responsável pelos ataques de 11 de setembro. De acordo com Hyden, Bin Laden estaria atualmente distante do comando da organização, como uma forma de se manter longe do alcance das tropas e dos serviços secretos dos países aliados.

A lógica de Hyden foi citada pela CNN e, ao que parece, se revela uma estratégia da agência americana em fazer com que Bin Laden relaxe na sua tentativa de se manter livre ou, na melhor das hipóteses, tenha o seu paradeiro denunciado por aqueles que acreditam estar dando abrigo a alguém que já foi e não é mais o inspirador e grande líder da Al-Qaeda.

Faz sentido.

Punição exemplar

Uma punição severa e que se mostre didática. É o que merecem os três jovens de classe média - dois de 18 anos e um de 16 - acusados de estuprar uma adolescente de 15 anos e de divulgar as imagens através de e-mails e pelo MSN. O estupro ocorreu durante uma festa no município de Joaçaba (SC), a 419 km de Florianópolis, no dia 25 de outubro.

Com o avanço cada vez maior da internet no país e o acesso crescente de jovens ao MSN, ferramenta de conversação preferida por nove em cada dez novos internautas, espera-se que este episódio sirva de exemplo para inibir futuras ações semelhantes.

A repulsa que a violência sexual em si desperta se estende ao ato de difundir pela grande rede as cenas em que a jovem - inconsciente - aparece sendo subjugada.

Fala que eu te escuto

A prisão ontem, no Rio, de quatro homens ligados ao tráfico e que se dedicavam a monitorar a comunicação feita pela polícia durante as operações, reafirma o quanto é necessária e urgente a substituição do atual sistema de comunicação das forças de segurança do estado. O modelo atual é considerado obsoleto e vulnerável a interceptações. Os modelos mais modernos seguem protocolos rígidos de segurança e têm na criptografia sua maior arma contra a bisbilhotagem.

O investimento não é pequeno, mas exige esforço do governo do estado, que poderia se valer das boas relações com o ministro Tarso Genro, da Justiça, para a aquisição de um sistema mais seguro.

"2009 é um ano de consagração do PAC",

A frase-título deste post é atribuída ao presidente Lula e foi dita em Roma, por ocasião da visita oficial feita pelo presidente brasileiro ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e ao Papa Bento 16 antes de seguir para Washington, a fim de participar da reunião do G-20, que começa amanhã na capital americana. A crise financeira impulsionada pela capilaridade caracterísitca do mundo globalizado e os atrasos recorrentes no repasse de recursos federais para a execução das obras do PAC exigem cautela e prudência na hora de se fazer promessas.

O risco da bravata assumir o lugar da consagração é real.

Inquérito sobre o vôo 3054 aponta 10 responsáveis


Bruno Tavares, de O Estado de S. Paulo, e José Dacauaziliquá, do Jornal da Tarde


SÃO PAULO - Um grupo de dez pessoas, com destaque para ex-integrantes da cúpula da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), deve ser responsabilizado criminalmente pelo acidente com o Airbus da TAM. O relatório final da investigação conduzida pelo delegado Antônio Carlos Barbosa foi entregue na quarta-feira, 12, à direção do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), que deve submetê-lo ao delegado-geral e ao secretário de Segurança Pública. A intenção de Barbosa é concluir o trabalho até o dia 22, quando está marcada nova reunião entre autoridades e os parentes das vítimas. A lista com os nomes está sob sigilo.

O delegado ainda estuda se pedirá o indiciamento dos responsáveis pelo crime de homicídio culposo (sem intenção) ou por atentado contra a segurança de transporte aéreo. As penas para ambos os crimes são as mesmas. Caso haja condenação, pode chegar a 6 anos de detenção.

Por fim, há a possibilidade de que sejam apontados os responsáveis pelo acidente sem o indiciamento formal. A hipótese do homicídio com dolo eventual - quando a pessoa assume as conseqüências de sua conduta - é a tese defendida pelos advogados que representam a Associação dos Familiares das Vítimas da TAM (Afavitam).

O promotor Mário Luiz Sarrubbo, designado para acompanhar a apuração do acidente com o Airbus da TAM, disse que o caso deve ser enquadrado no artigo 261 (atentado contra a segurança do transporte aéreo), o que remete o inquérito ao Ministério Público Federal (MPF).

Segundo ele, durante as investigações ficou evidente que a tragédia não foi causada por fatores isolados, o que levaria os responsáveis a responder por homicídio culposo - crime de competência estadual -, mas por um conjunto de falhas do sistema de aviação brasileira. Isso remete tudo ao artigo 261 - crime de competência federal.

"Eu me sinto frustrado por te feito todo o trabalho e não poder denunciar os culpados. No entanto, não é um caso para ter vaidade. É um caso que precisa ter uma rápida reposta para amenizar o sofrimento dos parentes das vítimas e da própria sociedade", disse Sarrubbo.

Mas não é porque o caso passará para a esfera federal que o promotor deixará de manifestar a sua convicção e apontar os responsáveis. "Poderia apenas remeter uma manifestação simples ao juiz responsável. Mas não farei isso. Executarei uma manifestação bem fundamentada, indicando um por um os culpados. Também apontarei a responsabilidade de cada um deles", afirmou Sarrubbo.

A manifestação será entregue ao juiz da 1ª Vara Criminal do Fórum do Jabaquara, Hélio Narvaez. Caso aceite o texto, o magistrado remeterá a documentação ao juiz responsável do Tribunal Federal.

A fabricante do avião, a francesa Airbus, não escapará de ser mencionada no relatório final da polícia nem na manifestação do Ministério Público Estadual. Sarrubbo contou que a empresa só não foi investigada porque isso atrasaria o trabalho, uma vez que tem sede em outro país. Mas a Airbus, na visão dele, tem sua cota de participação.

"Não sei ainda como vou instrumentalizar a menção à Airbus, mas vou fazer. Seria uma omissão da minha parte passar batido por esse fato. Vamos, via Itamaraty, tentar localizar os engenheiros que fizeram a norma e colocaram ‘desejável’ e não ‘mandatório’ na referência feita à instalação do alarme na cabine. Ele alertaria o piloto em caso de falha. Isso aconteceu (o alerta obrigatório) depois da tragédia da TAM", disse Sarrubbo. Procuradas pela reportagem, tanto Anac quanto TAM e Infraero informaram que somente se manifestarão quando forem notificadas oficialmente.

Números que falam

CLÓVIS ROSSI



SÃO PAULO - Zander Navarro, notável acadêmico, hoje na universidade britânica de Sussex, manda e-mail com o que chama de "ilustração dramática" do "ritmo desenfreado de apropriação da riqueza nas últimas décadas, o que gerou aumento na desigualdade".
Alguns números: 1 - A renda dos 1.125 bilionários do planeta (US$ 4,4 trilhões) supera a renda somada de metade da população adulta do planeta. Se se quiser comparar com o Brasil, 1.125 bilionários têm uma renda que é quatro vezes tudo o que 180 milhões de brasileiros produzem de bens e serviços.
2 - Segundo o Instituto para Estudos de Política, os executivos-chefes das 500 maiores corporações dos EUA ganharam em 2007, em média, US$ 10,5 milhões, 344 vezes o pagamento do trabalhador norte-americano típico.
Já os gerentes dos 50 fundos de hedge e de "private equity" receberam cada um US$ 588 milhões, mais do que 19 mil vezes o salário-tipo do norte-americano.
3 - Em agosto de 2008, a Exxon, a maior companhia do planeta, registrava lucros recordes à taxa de US$ 90 mil POR MINUTO. Os rendimentos do Wal-Mart batiam, em 2007, o produto nacional bruto da Grécia; os da Toyota superavam o da Venezuela.
Não pense que o Brasil escapa, não. Por muito que o governo cultive a lenda da queda da desigualdade, o Ipea acaba de divulgar estudo mostrando que só em 2011 o rendimento do trabalho voltará a ter a participação na riqueza nacional que tinha em 1990 (45,4%).
Mesmo que volte, continuará atrás do capital, embora o número de capitalistas seja obviamente bem inferior ao de assalariados.
No governo Lula, aliás, a queda da participação do trabalho no bolo da riqueza nacional acentuou-se até 2004, só começando a se recuperar a partir de 2005.
Todos esses números dispensam opinião. Falam sozinhos.


*Artigo publicado na edição de hoje (14/11) da Folha de S. Paulo

13 novembro 2008

Racismo

Indigna e causa repulsa as notícias vindas de Caxias do Sul, onde jogaram quarta à noite Juventude e Coríntihians, pela Série B do Campeonato Brasileiro (a equipe paulista venceu por 2 a 1). Segundo relato feito pelo goleiro Felipe, do Corínthians, alguns torcedores do Juventude o insultaram, chamando-o de "negro safado", enfim, aqueles impropérios típicos de quem não tolera a diversidade, a miscigenaçao.

O episódio, que não é inédito no futebol brasileiro, merece daqueles que o comandam, uma atitude enérgica. Sim, porque isso só ocorre em pleno século 21, conforme declarou o treinador do Corínthians, Mano Menezes, porque a legislação é branda e porque as pessoas não são punidas com o rigor que insultos dessa natureza merecem.

Resta ao menos a esperança de que a diretoria da equipe gaúcha tome uma atitude enérgica, promovendo esforços capazes de identificar, punir e banir de suas dependências pessoas intolerantes, que não mereciam estar em qualquer lugar que não fosse a cadeia.

Até porque não foi a primeira vez que o Juventude se vê envolvido num episodio do gênero.

12 novembro 2008

Sincretismo

Se não bastasse a goleada sofrida pelo Vasco diante do Atlético Mineiro, esta noite, em Belo Horizonte, o atacante Leandro Amaral ainda perdeu um pênalti, de forma bisonha, no último minuto da partida, quando o placar já estava decidido em favor dos mineiros (por 4 a 1). Com mais esta derrota, a equipe cruzmaltina se debate na zona perigosa, correndo o risco real de ser rebaixada à Série B no ano que vem. Ao Vasco restam três jogos, sendo que o último e derradeiro, de acordo com a tabela, será contra o Vitória da Bahia, em São Januário.

À colônia portuguesa, católica por convicção, na ânsia de livrar a equipe do rebaixamento, resta apelar aos orixás para "inspirar" o time.

Paixão nacional


PARIS - Os mais exigentes poderão até discordar do resultado final. Em se tratando de bumbum, sempre haverá controvérsias. Uma coisa, porém, é certa: o bumbum das brasileiras sempre foi motivo de orgulho e de elogios rasgados pelo mundo afora, além de ser a grande paixão nacional entre os homens.

A gaúcha Melanie Nunes Fronckowiak, de 20 anos, foi a vencedora do concurso do "Bumbum mais lindo do mundo" realizado hoje (12) na Cidade Luz.

Ela concorreu com 44 finalistas de 26 países e ganhou, além de um contrato de trabalho, um prêmio avaliado em 15 mil Euros. Nascida em Pelotas, a modelo brasileira deseja formar-se em comunicação social.

Troca-troca

A julgar pelo andar da carruagem, Avaí e Figueirense, os dois rivais catarinenses, vão se revezar na Série A do futebol brasileiro em 2009. Enquanto o Avaí já assegurou sua passagem à elite do futebol brasileiro no ano que vem - está em segundo lugar na Série B, atrás somente do campeão antecipado Corínthians -, o Figueirense, que no ano passado decidiu e perdeu a Copa do Brasil para o Fluminense, faz uma péssima campanha na Série A, ocupando a vice-lanterna da competição - só está à frente do Ipatinga. O Figueira é uma das equipes, ao lado do Vasco, que mais sofreu gols neste Brasileirão (65). E no próximo fim de semana, a equipe terá pela frente o líder e favorito à conquista do título deste ano, São Paulo.

Fofoca em alta

Li na Folha de S. Paulo que o programa "Vídeo Show", exibido à tarde pela TV Globo, de segunda à sexta, passará a ser exibido ao vivo a partir de 2009. A direção ficará por conta de Boninho. O formato do programa será alterado, passando a exibir os bastidores de celebridades e os acontecimentos mais recentes das novelas, no melhor estilo "TV Fama", da Rede TV.

Ou seja, a fofoca e os bastidores ganham espaço e, ao que parece, passam a ser o atalho para a garantia de alguns pontos a mais no Ibope.

Resta saber se a emissora irá contar os tapas e beijos que vira e mexe envolvem alguns atores do seu cast.

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